Jovens viticultores recebem curso profissionalizante em Bento Gonçalves

Dezessete jovens moradores do interior de Bento Gonçalves estão sendo contemplados com o 3º Curso de Profissionalização de Viticultores, promovido pela Emater com apoio da Secretaria de Desenvolvimento da Agricultura e entidades ligadas ao segmento. Nesta quinta-feira, 18, foi ofertado o terceiro módulo da capacitação que abordou técnicas de poda, enxertia e identificação de pragas.

O objetivo da qualificação é valorizar a sucessão familiar no empreendimento agrícola local e incentivar o desenvolvimento de alternativas de empreendedorismo no meio rural, agregando assim valor à produção primária e resultando na permanência do jovem no campo.

O coordenador do projeto, o assistente técnico regional da Emater, engenheiro agrônomo Enio Ângelo Todeschini, explica a ideia da capacitação. “Neste curso tratamos desde o preparo do solo até a vinificação. Temos três princípios para selecionar os participantes: o primeiro: tem que ser jovem; segundo: ter a viticultura como uma das duas principais atividades na propriedade; e terceiro: ter perspectiva de sucessão familiar. É um curso profissionalizante do jovem que quer e que tem a perspectiva de ficar na propriedade e tocar a viticultura pra frente”, pontua.

A capacitação foi remodelada de forma a levar os cursos até as comunidades, sem a necessidade de deslocamento. Antes ofertado somente na cidade de Nova Petrópolis, atualmente, ocorre em uma propriedade que os jovens agricultores participantes oferecem, de forma a unir conhecimento e integração dos moradores.

Rafael Pedrotti, que cedeu a propriedade para a realização desta terceira fase do curso comenta a experiência. “Todos os cursos são benéficos, temos aprendido bastante e trocado várias ideias. Geralmente, as pessoas que estão no interior têm mais idade e com o curso, eles estão incentivando o jovem a ficar no interior. Com certeza até o final dos módulos teremos aprendido muito mais”, conta.

O conteúdo é ministrado em cinco encontros, que ocorrem a cada dois meses, em uma imersão de oito horas que alia teoria e prática. Em sua totalidade, o curso aborda as temáticas: Fisiologia Vegetal e Produtos Agrotóxicos; Implantação do Vinhedo; Variedades e Enxertias; Adubações; Controle de Ervas; Fitossanidade; Podas; Manejo da Plasticultura; Tecnologia de Aplicação; Boas Práticas Agrícolas; e Vinificação.

O coordenador do projeto em Bento Gonçalves, o engenheiro agrônomo Alexandre Frozza, salienta a importância do aprendizado de novas técnicas. “A ideia é selecionar jovens que pretendem permanecer na propriedade e por meio dessa capacitação, oportunizar que eles possam implementar tecnologia e novas técnicas na propriedade, com autonomia e independência. A partir disso, o intuito é dar conhecimento para que eles possam partir para o gerenciamento, que é um dos grandes desafios da sucessão rural”, ressalta.

O secretário da Agricultura, Dorval Brandelli, enaltece a promoção de iniciativas como esta. “Dentre outros fatores, a capacitação e a agregação de conhecimento são peças fundamentais na permanência do jovem no campo. São cursos como este, somados aos ofertados por meio do programa municipal de qualificação e desenvolvimento rural, que fomentam a geração de renda na propriedade e incentivam a sucessão rural”, frisou.

Participam do curso 17 jovens de Bento Gonçalves dos distritos de Faria Lemos, Tuiuty e Vale dos Vinhedos. São eles: Lucas Henrique Bianchi, João Paulo Passaia, Cristiano Gabardo, Adriano Cimadon, Tiago Cimadon, Sidnei Tadeu Marin, Júlio César Fronza, Jean Carraro, Juliano Zottis, Elton Santos da Silva, Giovani Balbinot, Fábio Corbelini Gabardo, Matheus Cimadon, Eduardo Tansini, Luis Fernando da Silva Severgnini, Rafael Pedrotti e Anderson Barbosa Cassinelli.

Também acompanharam o encontro, o chefe do escritório da Emater de Bento, Thompson Didoné, e o coordenador dos distritos Henrique Nuncio.

Empreender no interior

Muitos jovens que vivem no meio rural migram para as cidades. Na contramão desse movimento, em Bento Gonçalves muitos deles viram no meio rural uma oportunidade para empreender e escolheram permanecer. De acordo com dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, os quatros distritos (Tuiuty, Faria Lemos, São Pedro e Vale dos Vinhedos), somam cerca de 700 empresas.

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