Empreender não é para amadores. É preciso coragem, determinação, muita força de vontade e doação ao negócio. Tudo isso aplicado à caótica e burocrática realidade do Brasil. Essa complexidade envolve outra problemática: a de conectar-se às necessidades mundiais sem esquecer a realidade da indústria 4.0, das novas tecnologias e da permanente inovação. Como adaptar-se a este mundo? Para proporcionar o debate sobre novos modelos de negócios que a Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul) ouviu os especialistas César Saut, da Icatu Seguros e presidente da Rio Grande Seguros e Previdência, e Oliver Cunningham, sócio da KPMG no Brasil, em painel sob a coordenação do economista e vice-presidente da Federasul, Fernando Marchet.
Primeiro a falar no Tá na Mesa desta quarta-feira (21), Saut abordou a realidade de Israel, um case muito interessante e que retrata a enorme complexidade de uma sociedade. Em meio a guerras e clima desértico do Oriente Médio, aquele país hoje pulsa empreendedorismo. “Trata-se de um verdadeiro ecossistema de inovação”, ilustrou ele. Além da necessidade de inovação permanente, o vice-presidente da Rio Grande Seguros afirmou que o sucesso de um negócio estará sempre vinculado à soma de resultados, despesas equilibradas e crescimento. “Os negócios são voláteis, incertos, complexos e ambíguos. Gente mais mercado resulta em produto. O que hoje falta é humildade em reconhecer seus pontos negativos. Adaptabilidade e resiliência são as principais moedas de um negócio”, concluiu.
Com os olhos voltados para muito além do futuro, o sócio da KPMG, Oliver Cunningham, abordou que o destino das relações comerciais se dividirão em 16 plataformas, que de acordo com ele, incorporarão os mais diversos setores, tais como hotelaria, saúde, serviços financeiros, educação, B2B Services; B2B Marketplace e mobilidade. “A dica para os negócios está na verticalização e adoção de ferramentas tecnológicas e uso dos mais variados canais digitais”, disse.
Na entrevista coletiva, que antecede o Tá na Mesa, Cunningham explanou sobre o “Distrito”, uma plataforma de consultoria e aprimoramento de startups e que visa moldar empreendedores, investidores e produtos a enfrentarem e adaptarem-se ao futuro. A plataforma – que resultou de estudo feito pela KPMG – conta com um banco de dados de mais de 420 startups do Rio Grande do Sul.
Ao fim do encontro, César Saut fez a plateia, em grande parte formada por empreendedores, pensar sobre o futuro do próprio negócio, e disse: “Olhem para o seu negócio e veja quem tem potencial para lhe substituir hoje?”