Porto Alegre

Mostra Cinema de Invenção inicia dia 29 em Porto Alegre

De 29 de outubro a 10 de novembr, a Cinemateca Capitólio Petrobras promove em Porto Alegre a mostra Cinema de Invenção, apresentando mais de 20 produções – entre longas, médias e curtas – realizados pelos principais nomes do cinema experimental brasileiro. A inspiração da mostra vem do mítico livro Cinema de Invenção, escrito pelo crítico, escritor e cineasta Jairo Ferreira, que lança profundas reflexões sobre as filmografias de diversos cineastas experimentais, comumente agrupados dentro do chamado Cinema Marginal. A seleção apresenta obras de Júlio Bressane, Rogério Sganzerla, Helena Ignez, Luiz Rosemberg Filho, José Agrippino de Paula, Carlos Ebert, José Sette de Barros, Edgard Navarro, Sylvio Lanna, Neville D’Almeida, Julio Calasso, Omar de Barros Filho, Letícia Parente e Andrea Tonacci.

O grande homenageado da mostra é o cineasta Neville D’Almeida, que vem a Porto Alegre participar de sessões comentadas. O realizador mineiro apresenta três obras centrais de sua filmografia: Jardim de Guerra, seu longa de estreia; Mangue Bangue, filme experimental dado como perdido até meados dos anos 2000; e a sua versão de Matou a Família e Foi ao Cinema, obra de Júlio Bressane.

Os ingressos para as sessões custam R$ 10,00, com meia entrada para estudantes, idosos e portadores do Cartão Petrobras com acompanhante, além de gratuidade para os funcionários da Petrobras. A bilheteria abre 30 minutos antes de cada sessão. A Cinemateca Capitólio Petrobras fica na Rua Demétrio Ribeiro 1085 – Esq. com Borges de Medeiros. Mais informações (51) 3289 7453 | https://www.capitolio.org.br | facebook.com/cinemateca.capitolio

FILMES

Matou a Família e Foi ao Cinema (1969)

  • 80 min, 1969, p&b, digital
  • Direção: Júlio Bressane
  • Rapaz de classe média mata seus pais a navalhadas e depois vai ao cinema ver Perdidos de Amor. Dentre outras “histórias” paralelas, duas amigas percebem que estão apaixonadas uma pela outra.

O Anjo Nasceu

  • 65 min, 1969, p&b, digital
  • Direção: Júlio Bressane
  • Dois bandidos, Santamaria e Urtiga, saem pela cidade cometendo atos de violência. Santamaria, místico, acredita que assim está se aproximando de um anjo que lhe limpará a alma. Urtiga, um marginal ingênuo, segue os passos do amigo, acreditando também no anjo da salvação.

O Monstro Caraíba

  • 70 min, 1975, cor, HD
  • Direção: Júlio Bressane
  • Brasil é um caça-signos que é morto depois de uma aventura mal sucedida na pista de um tesouro, na pista de signos em rotação.

Vicious

  • 15 min, 1988, p&b, 35mm
  • Direção: Rogério Brasil Ferrari
  • Sid e Nancy: amor impossível entre seres inviáveis. A angústia explode em delírios de sangue. Estraçalhados pelas contradições, a busca desesperada é o único caminho.

Bandalheira Infernal

  • 72 min, 1976, p&b, digital
  • Direção: José Sette de Barros
  • Os náufragos de Bandalheira Infernal naufragam no asfalto, nos apartamentos de classe média, no trânsito corrosivo das metrópoles, nos morros e florestas da paisagem mágica do Rio de Janeiro, e vivem sempre perseguindo as suas próprias sombras e por elas continuamente sendo perseguidos.

Hitler III Mundo

  • 90 min, 1968, p&b, HD
  • Direção: José Agrippino de Paula
  • Paranoia, culpa, desejo frustrado, miséria e tecnologia no país subdesenvolvido. Narrativa fragmentária, enquadramentos distorcidos, gritos e ruídos. O nazismo toma conta da cidade de São Paulo: prisão e tortura de revolucionários, um samurai perdido no caos, amantes trancafiados, o ditador e sua corja de bárbaros conservadores.

SESSÃO SYLVIO LANNA (quatro curtas)

In Memoriam O Roteiro do Gravador

  • 20 min, 2019, p&b, HD
  • Direção: Sylvio Lanna
  • Um filme sobre a morte e o renascimento do Cinema.

Malandro, Termo Civilizado (ou Malandrando)

  • 24 min, 1987, cor, HD
  • Um filme poesia, um documento ficcio-musical em direção aos recônditos da alma carioca e nacional. Protagonizado por Wilson Grey com o Ás de Copas, um malandro coringa-cupido de uma estória de amor infinito, o amor que gerou o samba.

Um Cinema Caligráfico

  • 7 min, 2019, cor, HD
  • Direção: Sylvio Lanna
  • O filme é uma resenha do “fio da meada” do Cinema Caligráfico de Sylvio Lanna.

Travelling Adiante

  • 11 min, 2019, HD
  • Direção: Lúcio Branco
  • Uma tentativa de breve mirada de longo alcance da trajetória audiovisual e humana de Sylvio Lanna, sem perder o foco sobre a coerência da figura do realizador de ontem e de hoje, na qualidade de expoente criativo do dito Cinema de Invenção.

Bang Bang

  • 81 min, 1971, p&b, HD
  • Direção: Andrea Tonacci
  • Um homem, envolvido em várias situações que não consegue controlar, serve de fio condutor para ação que se desenrola em torno de uma quadrilha maluca, composta de um bandido cego, surdo e mudo, cuja pistola dispara a esmo, outro bandido narcisista e um terceiro, a mãe de todos, que come o tempo todo.

República da Traição

  • 90 min, 1969, cor/p&b, HD
  • Direção: Carlos Ebert
  • Um casal chega à República de Maraguaya para montar um aparelho de guerrilha, com o intuito de desestabilizar o governo.

Sagrada Família

  • 85 min, 1970, cor/p&b, HD
  • Direção: Sylvio Lanna
  • Uma família burguesa composta de quatro integrantes. Ao longo da viagem, vão se desfazendo de seus bens materiais e de sua história. Conduzidos pela mão de um guia, levam uma arma e uma caixa de balas de festim.

Longo Caminho da Morte

  • 85 min, 1971, cor, HD
  • Direção: Júlio Calasso
  • A vida e a morte do Coronel Orestes, fazendeiro de café decadente, que perpassa três gerações entre o desespero, as alucinações e o socorro de três esposas distintas.

Viva a Morte

  • 11 min, 1986, cor, digital
  • Direção: Omar de Barros Filho
  • A história de um crime ocorrido no “Hotel Recuerdos de España”. O proprietário é um velho militante franquista radicado no Brasil.

Adyos, General

  • 56 min, 1986, cor, digital
  • Direção: Omar de Barros Filho
  • A saga do comandante paramilitar Medrano. Seus delírios psicóticos, sua fome de poder e ordem.

Jardim de Guerra

  • 100 min, 1968, p&b, digital
  • Direção: Neville D’Almeida
  • Um jovem amargurado e sem perspectivas apaixona-se por uma cineasta e é injustamente acusado de terrorista por uma organização de direita que o prende, o interroga e o tortura.

Mangue Bangue

  • 80 min, 1971, cor, digital
  • Direção: Neville D’Almeida
  • Filmado no Mangue, uma zona de prostituição no Rio de Janeiro, o filme acompanha a loucura de um homem em meio ao milagre econômico na década de 1970, na mesma época da liberdade sexual, uso excessivo de drogas e a censura.

Matou a Família e Foi ao Cinema

  • 100 min, 1991, cor, 35mm
  • Direção: Neville D’Almeida
  • Jovem assassina pai e mãe e vai ao cinema, onde assiste a varias mortes anunciadas por manchetes de jornais sensacionalistas, entremeadas por cenas de um homem que rouba calcinhas de mulheres.

O Jardim das Espumas

  • 108 min, 1970, p&b, HD
  • Direção: Luiz Rosemberg Filho
  • Um planeta extremamente pobre, dominado pela irracionalidade e opressão, recebe a visita de um emissário dos planetas ricos, interessado em acordos econômicos. Antes de se encontrar com o governante, ele é sequestrado pela facção contraditória do sistema, o oposto de tudo aquilo que é dito oficialmente.

LETÍCIA PARENTE: REGRAS PARA SER LIVRE

Sessão com vídeos realizados pela artista Letícia Parente entre 1975 e 1981 (46 minutos, HD).

  • Marca Registrada (1975, 10’34”)
  • Preparação I (1975. 3’29”)
  • In (1975, 1’18”)
  • Telefone Sem Fio (1976, 5’35”)
  • Preparação II (1976, 7’40”)
  • Onde (1978, de André e Letícia Parente, 2’25”)
  • Especular (1978, 1’44”)
  • O Homem do Braço e o Braço do Homem (1979, de André e Letícia Parente, 5’49”)
  • De Aflicti (1979, 3’55”)
  • Tarefa I (1982, 1’57”)
  • Nordeste (1981, 1’54”)

PROGRAMA EDGARD NAVARRO

Alice no País das Mil Novilhas

  • 20 min, 1976, cor, HD
  • Alice entra no país das maravilhas ao ingerir cogumelo que floresce no estrume do gado. Leitura divertida e psicodélica do clássico de Lewis Carrol

O Rei do Cagaço

  • 11 min, 1977, cor, HD
  • O ato de defecar introduz história paródica de um manifestante que descobre a força política das fezes.

Exposed

  • 7 min, 1978, cor, HD
  • Através de uma abordagem onírica e sinuosa, o filme introduz o tema do poder – –econômico, bélico, político – –associando-o à potência sexual.

SuperOutro

  • 46 min, 1989, cor, HD
  • Um homem tenta libertar-se da miséria que o assedia e acaba por subverter a própria lei da gravidade.

Sem Essa, Aranha

  • 92 min, 1970, cor
  • Exibição em HD
  • Direção: Rogério Sganzerla
  • Banqueiro do jogo do bicho, Aranha (interpretado por Zé Bonitinho) mora com três mulheres. O magnata é uma caricatura da burguesia nacional, às voltas com os solavancos do país.

A Miss e o Dinossauro

  • 17 min, 2006, p&b/cor
  • Exibição em HD
  • Direção: Helena Ignez
  • Filme raro e quase secreto da Belair, produtora que tinha como sócios Rogério Sganzerla, Julio Bressane e Helena Ignez.

GRADE DE HORÁRIOS

29 de outubro (terça)

20h – Matou a Família e Foi ao Cinema (1969)

30 de outubro (quarta)

20h – República da Traição

31 de outubro (quinta)

18h – Longo Caminho da Morte

20h – O Jardim das Espumas

1º de novembro (sexta)

18h – Curtas de Edgard Navarro

20h – Viva a Morte + Adyos, General + debate com Matico

2 de novembro (sábado)

18h – Sessão Sylvio Lanna

19h – Sagrada Família

20h30 – Bang Bang

3 de novembro (domingo)

18h – Hitler III Mundo

20h – O Anjo Nasceu

5 de novembro (terça)

18h – Bandalheira Infernal

20h – Letícia Parente: Regras Para Ser Livre

6 de novembro (quarta)

18h – República da Traição

20h – Longo Caminho da Morte

7 de novembro (quinta)

18h – O Jardim das Espumas

20h – Bandalheira Infernal

8 de novembro (sexta)

18h – Hitler III Mundo

20h – Mangue Bangue (Projeto Raros Especial) + debate com Neville D’Almeida

9 de novembro (sábado)

16h – Matou a Família e Foi ao Cinema (1991)

18h – Jardim de Guerra + debate com Neville D’Almeida

10 de novembro (domingo)

16h – Curtas de Edgard Navarro

18h – O Monstro Caraíba

20h – A Miss e o Dinossauro + Sem Essa, Aranha

Botão Voltar ao topo