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Hemocs de Caxias necessita de doadores de plasma convalescente

No momento, são aceitas doações de homens que estejam há, no mínimo, 28 dias recuperados da Covid-19

Na tentativa de criar anticorpos e auxiliar na recuperação de pacientes graves da Covid-19, o Hemocentro Regional de Caxias do Sul (Hemocs) segue selecionando doadores de plasma convalescente.

O tratamento consiste em transfundir a parte líquida do sangue de pessoas que já se curaram da Covid-19 em pacientes que ainda estão lutando contra a doença. Quando alguém entra em contato com o vírus, começa a desenvolver anticorpos contra ele, os quais ficam na corrente sanguínea. Ao coletar o plasma de um paciente recuperado (ou convalescente) e transfundir em alguém que está sofrendo com a Covid-19, os anticorpos auxiliam no combate da enfermidade, diminuindo o tempo de internação.

A coleta do plasma é feita por meio da aférese, processo pelo qual o sangue é retirado de um indivíduo, doador ou paciente, com a separação de seus componentes por um equipamento próprio, retendo a porção que se deseja, neste caso o plasma, e devolvendo os demais componentes a quem estiver doando ou recebendo o sangue.

Desde o início da captação, o Hemocs já recebeu 70 candidatos, sendo 14 mulheres e 56 homens, das cidades de Porto Alegre, São José do Herval, Caxias do Sul, Garibaldi, Passo Fundo, Bento Gonçalves, Bom Jesus e São Sebastião do Caí. Desses, as 14 mulheres e 18 homens foram excluídos por não serem considerados aptos para o procedimento. Até o momento, foram 20 doações por 14 doadores distintos, entre 28 e 61 anos. Outros 24 candidatos aguardam o agendamento da entrevista ou o resultado dos exames.

O enfermeiro e responsável triagem e coleta do Plasma no Hemocs, Marcos Venício da Silva Carvalho, explica como funciona a análise dos candidatos. “A seleção dos candidatos é feita em duas fases. Na primeira fase é feito um contato telefônico, onde é explicado todo o projeto de pesquisa e preenchido um cadastro. Nesse momento, o candidato já pode ser excluído se ele não se encontrar dentro dos critérios. Após, os candidatos que passarem para a segunda etapa são chamados para uma entrevista, na qual é feito um histórico da doença ou da exposição ao vírus. São feitos testes sorológicos, é verificado o anticorpo IgG e IgM para fazer a titulação de anticorpos, são realizados medidas antropométricas, analisados sinais vitais e avaliado o acesso venoso para verificar se ele tem condições de doação. Após, aprovado, ele é considerado apto a ser doador”.

Carvalho também esclarece porque, neste momento, não estão sendo aceitas doações de mulheres. “A presença do anticorpo HLA, responsável por regular alguns aspectos do sistema imunológico, além de ser um componente importante para defender o embrião durante a gravidez, é o principal fator por não estarmos coletando plasma de mulheres. Quando um paciente recebe plaquetas com HLA, seu corpo rejeita o plasma, provocando uma reação adversa, podendo acarretar a síndrome de Trali, lesão aguda pulmonar relacionada à transfusão. Embora já ter engravidado aumenta a chance de ter o anticorpo no sangue, nem sempre é sinônimo da presença dele, isso porque cerca de 80% das mulheres que já engravidaram não tem HLA, o que poderia ser analisado com exames, mas neste momento, é inviável”.

A seleção dos doadores de plasma passa por uma avaliação rigorosa. Neste momento, as pessoas que podem doar são homens, de no mínimo 18 e no máximo 60 anos, que foram infectados pelo coronavírus, tiveram Covid-19 confirmada por meio do teste PCR, estão há mais de 28 dias recuperados, sem sintomas da doença e não apresentam outras doenças infecciosas.

O Hemocs faz triagem e coleta dos interessados e as destina aos hospitais que tiverem protocolo de estudo para uso.

As doações precisam ser agendadas pelos telefones (54) 3290-4543 e (54) 3290-4580 ou por meio do whatsapp (54) 999297491/984188487. O Hemocs atende de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h30min às 17h30min e aos sábados das 8h até 12h, na rua Ernesto Alves,2260, ao lado da UPA Central.

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