Prefeitura de Canoas intensifica o combate à leptospirose no município com ações de bloqueio químico que visam conter a bactéria causadora da doença. Há dez dias, a Equipe de Controle de Zoonoses realizou a pulverização das vilas Araçá e Dique, ambas localizadas no bairro Mato Grande e relacionadas ao primeiro caso da infecção em 2020. Dependendo das condições climáticas, as mesmas regiões receberão a segunda rodada da sanitização nesta quarta e quinta-feira (29 e 30).
De acordo com o médico veterinário e responsável técnico da equipe, Delmar Bizani, o bloqueio químico é realizado dentro de um raio de 150 metros a partir do endereço do paciente diagnosticado. Na área, que pode abranger residências, terrenos, prédios, empresas, vias e avenidas, máquinas pulverizadoras aplicam soluções de hipoclorito de sódio (água sanitária) de três a cinco semanas com repetição, em média, a cada sete dias. “As pulverizações buscam dois objetivos: impedir a proliferação da bactéria e tornar determinada área segura para que os agentes de combate às endemias façam o monitoramento de outros casos suspeitos”, explica.
Segundo a bióloga e gestora da Equipe de Controle de Zoonoses, Gabriela Hass, nestas atividades, os moradores também são orientados quanto aos aspectos preventivos já que, em áreas urbanas, o principal transmissor da leptospirose é o roedor. “Procuramos informar todas as comunidades para que, através de práticas simples como o descarte correto do lixo e a higienização dos ambientes, consigamos evitar is casos na região”, revela. A partir da constatação de tocas, bueiros, bocas de lobo e outros lugares que possam abrigar estes animais, os agentes aplicam iscas de rodenticidas para controlar a população roedora e diminuir a transmissão de doenças.
A equipe de campo é composta por, no mínimo, dois operadores das máquinas pulverizadoras e dois orientadores de área, que orientam o direcionamento da aspersão. Além destes profissionais, os batedores integram o grupo para solicitarem aos residentes a permissão de acesso em seus terrenos, avaliarem áreas de difícil acesso, presença de transeuntes etc.
Sintomas da leptospirose
A leptospirose é uma infecção que pode causar danos graves à saúde e até mesmo a morte se não tratada. Os indícios geralmente aparecem entre uma semana e 14 dias após o contato, mas podem se manifestar até 30 dias após a contaminação. Os sintomas mais recorrentes de quem contrai a doença são febre alta (acima de 39ºC), dores de cabeça, musculares e nas costas, sangramento, dificuldade de andar ou urinar, náusea, vômito, icterícia, tosse e problemas respiratórios.
O que fazer após a suspeita
O indivíduo que tiver estes sintomas após contato com alagamentos, enchentes, banhos de rio e açude, limpeza de fossa, caixas de gordura ou lixo, deve procurar imediatamente a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima. Ao ser atendido, é importante informar ao profissional que teve contato com locais que possam estar contaminados com urina de rato.
Prevenção à doença
Evite deixar alimentos de humanos e animais ou restos deles expostos para não atrair roedores para sua residência. Feche bem os lixos em sacos plásticos e, se possível, coloque em latas de lixo fechadas.
Mantenha-se longe de águas de enchente, alagamentos ou lamas, pois quanto mais tempo em contato com essas substâncias maior a chance de contágio da leptospirose. Ao mexer no lixo, fossas, hortas, caixas de gordura ou ao limpar os resíduos do alagamento, utilize sempre luvas de borracha e botas ou, em caso de não possuir, sacos plásticos nas mãos e pés.