Saúde

Pandemia fez aumentar casos de trombose venosa e embolia pulmonar

A necessidade de isolamento social fez com que muitos deixassem de lado o acompanhamento médico de doenças vasculares crônicas. Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular de São Paulo (SBACV-SP), durante esse período, houve um aumento de casos de trombose venosa, embolia pulmonar e urgências arteriais, que podem ser explicadas pela incidência de eventos trombóticos relacionados à infecção por SARS-Cov-2 e, também, pela negligência à supervisão da especialidade.

De acordo com o cirurgião vascular e presidente da SBACV – SP, Walter Campos Júnior, a periodicidade de acompanhamento de uma doença vascular pré-existente pode variar de uma semana a seis meses, de acordo com a gravidade.

O especialista explica que algumas doenças podem ter complicações, se não houver o monitoramento de um médico vascular. “A trombose venosa profunda precisa do controle de dose dos anticoagulantes, pois pode levar a sangramento ou recidiva. O pé diabético pode ter progressão de infecção e perda do membro. Já o aneurisma pode progredir à rotura. Enquanto o acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) é comum em pacientes que apresentam problemas na carótida”, diz Campos.

Ainda que não existam doenças vasculares pré-existentes, é importante observar os sinais que o corpo dá, principalmente nos membros inferiores, já que doenças vasculares sem tratamento podem levar a consequências graves, como amputações. Sintomas como dor e inchaço na região nas pernas e pés, assim como aspecto pálido, arroxeado ou escurecido da pele, queda de pelos e mudanças de temperatura local, pedem uma consulta ao angiologista ou cirurgião vascular o mais rápido possível.

O cirurgião vascular e presidente da SBACV Nacional, Bruno Naves, esclarece que os consultórios médicos são ambientes limpos, preparados para receber os pacientes. “Antes da covid-19, sempre fomos muito cuidadosos e preparados para evitar a transmissão de outras doenças, como Aids e hepatite. Além do conhecimento de doenças transmissíveis, aprendemos na faculdade como nos portar em ambientes hospitalares e consultórios, além de quais os cuidados necessários para lidar com pessoas doentes. Somos fiscalizados pela vigilância sanitária. A maior diferença dos tempos atuais é o uso da máscara”, explica.

O médico explica que não existem ambientes aos quais é possível falar que não existe o vírus. Mas, os consultórios médicos têm chances muito menores de transmissão da doença do que locais de grande movimento diário. Naves ainda pontua que a prevenção é o melhor remédio.

Walter Campos completa que os consultórios estão adotando diversas medidas de higiene e prevenção para a segurança dos pacientes durante a pandemia. “Como o uso obrigatório de máscaras, consultas espaçadas, ventilação pelas janelas, antissepsia das mãos e do ambiente, além de, nas cirurgias eletivas, realizar necessariamente o exame RT-PCR Covid-19 no paciente”, finaliza.

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