PIB gaúcho cai 13,7% no 2º trimestre de 2020
A economia do Rio Grande do Sul registrou queda de 13,7% no segundo trimestre de 2020 em relação ao trimestre anterior. Os números do Produto Interno Bruto (PIB) mostram um recuo ainda maior na comparação com o mesmo período de 2019 (-17,1%). As duas taxas trimestrais são as maiores quedas já registradas desde o início do cálculo do PIB Trimestral, em 2002, e ambas são mais severas do que as do Brasil (-9,7% e -11,4%, respectivamente).
No acumulado do ano, a queda no PIB do Rio Grande do Sul chega a 10,7%, contra -5,9% no país, o que fez a economia gaúcha recuar ao mesmo patamar do primeiro trimestre de 2009. Os resultados do segundo trimestre foram divulgados por meio de videoconferência na tarde desta sexta-feira (18/9) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).
“Esse resultado evidencia uma forte desaceleração da atividade econômica no Rio Grande do Sul provocada tanto pela estiagem, que afetou a agropecuária, quanto pelos efeitos negativos decorrentes do enfrentamento da pandemia sobre a indústria e as atividades de serviços”, destaca o pesquisador Martinho Lazzari, do DEE/SPGG.
Segundo e primeiro trimestre
Consequência direta da estiagem do período e dos reflexos da pandemia do novo coronavírus, o PIB registrou queda de 13,7% na comparação com o trimestre anterior. Entre os segmentos que compõem o cálculo, a retração mais significativa foi da Agropecuária, com -20,2%, seguida da redução registrada na Indústria (-15,9%) e no setor de Serviços (-9,1).
Com exceção dos Serviços, todos tiveram queda mais acentuada quando comparada com o país no período, em especial a Agropecuária, que no Brasil teve variação positiva de 0,4%. No país, a indústria registrou queda de 12,3% e serviços de 9,7%, em relação ao primeiro trimestre de 2020.
Comparação com 2019
Em relação ao mesmo trimestre de 2019, os números deste ano registraram quedas ainda maiores, com destaque negativo novamente para a Agropecuária (-39,4%). No segmento, as reduções de produção nas culturas de soja (-39,3%) e milho (-27,7%) foram decisivas, enquanto o destaque positivo ficou com a produção de arroz, com crescimento de 8,3%. Na mesma base de comparação, a agropecuária registrou crescimento de 1,2% no país.
Na Indústria, a queda geral foi de 19,3%, com redução nas taxas em todas as atividades do segmento: Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-28,1%), Indústria de transformação (-19,5%), Construção (-12,6%) e Indústria extrativa mineral (-1,5%). Na Indústria de transformação, todas as atividades tiveram queda, em especial a de Veículos, reboques e carrocerias (-70,2%), Couros e calçados (-50,0%) e Máquinas e equipamentos (-14,1%). As menores baixas foram registradas nas atividades de Produtos alimentícios (-0,2%), Bebidas (-0,2%) e Celulose e papel (-0,4%).
Serviços foi o único segmento a registrar queda menor do que a do país (-9,9% contra -11,2% do Brasil). No Rio Grande do Sul, os principais destaques negativos foram o Comércio (-11,6%) e Outros serviços (-23,7%). No Comércio, Hiper e supermercados foi o única das dez atividades a ter desempenho positivo no período (+5,4%), enquanto todos os demais tiveram queda, em especial os setores de Tecidos, vestuário e calçados (-49,3%), Veículos automotores (-41,8%) e Outros artigos pessoais e de higiene (-25,8%).