Apesar das incertezas na economia, o ano de 2020 entra para a história da pecuária gaúcha: em agosto o Ministério da Agricultura reconheceu o Rio Grande do Sul como zona livre de vacinação contra a febre aftosa. A medida, que era uma reivindicação antiga do segmento agropecuário, passou a vigorar em setembro. Com ela, cerca de 40 mil bovinos deixam de ser vacinados contra a doença já neste mês de novembro.
Para o médico veterinário da SMAPA, Fernando Vissirini Lahm dos Reis, a medida teve reflexos positivos. “Abriu o mercado interno e principalmente o mercado mundial em cerca de 70%, pois cessaram restrições que a vacina gerava às exportações”, afirma. No entanto, o médico veterinário, técnico com mais de 40 anos de experiência, faz um alerta: é necessário o compromisso das partes envolvidas para manter a situação sob controle.
Para a coordenadora da Inspetoria Veterinária de Caxias do Sul, médica veterinária Luíza Virgínia Caon, a nova realidade muda a ferramenta de controle. “Sai a vacina e entra a notificação. Mais do que nunca, continua a vigilância sanitária sobre o rebanho. Os produtores rurais precisam prosseguir muito atentos aos sintomas da febre aftosa: aftas na região da boca do animal, ocorrência de baba e perda de peso, entre outras”, diz.
O secretário municipal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Valmir Susin, reforça a importância da vigilância sobre a cadeia econômica. “Até mesmo a produção de hortigranjeiros ficaria comprometida no caso de um surto, pois viriam restrições de circulação de caminhões, prejudicando a comercialização de uma série de produtos agropecuários”, destaca o secretário. Ele também acredita no crescimento das exportações de carne, gerando novos mercados para os gaúchos.
De acordo com a Inspetoria Veterinária, o Município possui um rebanho de 40 mil bovinos e 8 mil suínos, animais que também são suscetíveis à doença – assim como ovelhas, cabras e búfalos (todos animais de casco bipartido). A coordenadora lembra que as declarações anuais de rebanho, de janeiro a abril, e as declarações complementares, continuam obrigatórias para nascimentos, abates para consumo e mortes. Também segue obrigatória a vacinação contra a brucelose (para terneiras de três a oito meses de idade).
INSEMINAÇÃO – A Prefeitura de Caxias do Sul, por meio da Secretaria Municipal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SMAPA), retomou em outubro o serviço de inseminação artificial de bovinos com a contratação da empresa Clinpec Serviços Veterinários Ltda., por meio de pregão presencial. A inseminação, que consiste numa técnica de reprodução assistida, havia sido suspensa por alguns meses devido ao falecimento do antigo inseminador.
Os profissionais da empresa contratada podem ser acionados pelos telefones (54) 99697-0607 e (54) 99679-7430. Os produtores rurais interessados no serviço também podem contatar os inseminadores pelo telefone da SMAPA: (54) 3290-3800.