Um projeto piloto de interiorização de mulheres venezuelanas, por meio da oferta de empregos, foi implementado nesta terça-feira (19), em Guaporé. Cerca de 28 cidadãs e suas famílias chegaram ao município gaúcho já com trabalhos no setor da indústria de confecções. A iniciativa beneficia ao todo 67 pessoas. A ação é uma parceria entre a Secretaria Nacional de Proteção Global, do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, a Virada Feminina e a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
“Estamos comprometidos com a proteção dos grupos mais vulneráveis. Essa parceria está trazendo capacitação e empregabilidade para mulheres venezuelanas, com benefícios para toda a família”, diz a ministra Damares Alves.
A interiorização é um deslocamento voluntário de imigrantes venezuelanos que estão em Roraima (RR) e desejam ir para outros estados brasileiros, com o apoio do Governo Federal. A estratégia busca oferecer mais oportunidades de inserção socioeconômica aos imigrantes, além de diminuir a pressão sobre os serviços públicos naquele estado.
“Este trabalho de articulação, desenvolvido pela Secretaria Nacional de Proteção Global, promove a aproximação entre os imigrantes em situação de vulnerabilidade e as oportunidades de inclusão socioeconômica na sociedade brasileira”, afirma a titular da Secretaria Nacional de Proteção Global, Mariana Neris.
A viagem dessas mulheres venezuelanas foi feita por meio de vaga de emprego sinalizada, que é quando há uma parceria entre empresas, que indicam vagas de empregos para imigrantes, e a Operação Acolhida, do Governo Federal. A Operação faz a seleção das pessoas participantes de acordo com o perfil profissional da vaga.
“O trabalho é a chance de recomeço para essas mulheres que hoje vivem no Brasil. A nossa expectativa é que ações como essas ajudem inclusive a reduzir os casos de violência”, acredita Dinah Silva, secretária adjunta da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres do ministério.
Articulação
A articulação do projeto de interiorização de mulheres venezuelanas com a Virada Feminina foi iniciada em outubro pela titular do MMFDH, ministra Damares Alves, que defendeu a importância de ações para a promoção da dignidade das pessoas venezuelanas acolhidas no Brasil.
“As empresas estão com uma grande expectativa com a chegada dessa mão de obra, que é tão escassa em nossa cidade. Isso vai ajudar na implementação das nossas linhas de produção, com a demanda de mercado e o crescimento que esperamos para 2021”, relatou Elimara Coradi, empresária e articuladora da Virada Feminina no Rio Grande do Sul.
“A integração econômica é uma solução duradoura para que essas mulheres, que escolheram permanecer no Brasil com suas famílias, possam de fato se integrar e dar um novo começo para as suas vidas. Por isso, iniciativas como essa realizada com o MMFDH e a Virada feminina são tão importantes para a OIM”, informa a chefe de missão da OIM, Stéphane Rostiaux.
A parceria entre o Ministério, a OIM e a Virada Feminina, para a interiorização de mulheres venezuelanas será estendida a outros estados. Novas oportunidades já estão sendo planejadas no estado de São Paulo e Minas Gerais.
O Subcomitê Federal de Interiorização, coordenado pelo Ministério da Cidadania, é responsável pelo processo de aprovação da transferência dos imigrantes das cidades de fronteira (Pacaraima e Roraima) para outros estados brasileiros. Essa é a principal estratégia do Governo Brasileiro para promover a inclusão socioeconômica daqueles que chegam.