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Fecomércio-RS: Intenção de Consumo das Famílias cresce pelo terceiro mês consecutivo

O indicador ainda não capta os reflexos mais recentes da pandemia sobre a atividade econômica

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF-RS) do mês de março revelou uma avaliação melhor que a do mês anterior. Divulgado pela Fecomércio-RS nesta quinta-feira, dia 25, o ICF gaúcho teve avanço de 1,2% frente ao mês anterior e atingiu o nível de 59,2 pontos, o que determina a condição de pessimismo das famílias no que se refere à Confiança do Consumidor. Apesar dos recentes resultados positivos, comparativamente ao mesmo mês de 2020, o ICF teve variação de -40,3%, refletindo os impactos da crise que o país vivencia. Atualmente, todos os indicadores estão abaixo dos 100 pontos e apresentaram queda na comparação com o ano anterior.

Os dados de março trazem alguns sinais de recuperação no que se refere às condições de renda e emprego das famílias. O Indicador de Emprego Atual teve o primeiro aumento mensal desde março do ano passado, ao variar 8,0% sobre fevereiro de 2021. Em nível, o indicador atingiu os 67,4 pontos, marca que sucedeu a mínima histórica registrada no mês anterior, de 62,4 pontos.

A pesquisa, no entanto, ocorreu nos últimos dez dias de fevereiro, isto é, quando ainda não imperavam uma série de fortes restrições à atividade econômica, como vimos em março. Já o Indicador de Renda Atual teve aumento de 2,2% na passagem do mês e, com isso, atingiu os 81,9 pontos. As condições do mercado de trabalho, com um percentual muito baixo ainda de população ocupada, bem como o avanço da inflação e ainda, o recrudescimento recente da pandemia, são fatores que impedem uma retomada mais consistente dessas variáveis.

No que se refere ao consumo, o indicador de Nível atual de Consumo revelou sensível piora relativamente ao mês anterior. O recuo de 7,9% derrubou o indicador para 48,1 pontos, uma queda de 45,9% frente ao mesmo período de 2020. Esse movimento pode estar relacionado ao aumento da inflação, que tem maior impacto sobre o setor de alimentos, item essencial às famílias. Os indicadores de acesso ao crédito, bem como de momento para o consumo de bens duráveis tiveram melhora de 3,8% e 5,2%, respectivamente. Assim, o primeiro atingiu os 89,9 pontos e o segundo os 42,3 pontos.

As expectativas refletem o alto nível de incerteza da conjuntura atual. A perspectiva profissional registrou o nível de 42,8 pontos, o que representou um recuo de 0,5% ante o mês anterior, e uma queda acentuada de 60,7% em relação a março de 2020. Já a perspectiva de consumo é o indicador que registrou o menor nível dentre todos os componentes do ICF. Aos 42,0 pontos, houve queda de 6,5% na margem e 57,0% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Segundo o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, esses aspectos estão diretamente relacionados a piora do horizonte tanto econômico como sanitário ocorrido no último mês. Por isso, ele reforça a necessidade de empenhar todos os esforços na vacinação da população, condição necessária para o retorno da normalidade. “Vivemos um tempo complicado e sabemos que só conseguiremos uma recuperação consistente quando a confiança for retomada. Isso, no curto prazo, está altamente relacionado ao controle da pandemia. E o controle da pandemia passa por, prioritariamente, vacinar as pessoas”, comentou Bohn.

Veja a análise econômica completa do ICF.

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