Depois de relembrar como ocorreu todo o processo de licitação do transporte coletivo, o secretário municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade de Caxias do Sul, Alfonso Willenbring Júnior, explicou como se dará a implantação do futuro Plano de Mobilidade do município. Willenbring foi o palestrante da reunião-almoço on-line da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) nesta segunda-feira (10). “Estamos finalizando o Termo de Referência do Plano de Mobilidade para Caxias do Sul”, adiantou o secretário. A criação do plano está amparada na Lei Federal nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012, que instituiu a Política Nacional de Mobilidade Urbana.
De acordo com Willembring, todas as secretarias e órgão públicos estão participando do trabalho de levantamento dos dados que servirão de base para a elaboração deste plano. As etapas preveem pesquisas de campo, disseminação das informações à comunidade e participação social para extrair da população quais as necessidades em termos de mobilidade, considerando as características de cada região da cidade.
Segundo o secretário, a discussão em torno de um Plano Diretor de Mobilidade Urbana abrangerá todo o sistema de transporte coletivo público urbano, propondo meios de aumentar a eficiência do sistema. Passará pelas etapas de realização de diagnósticos, prognósticos de impacto e cenários, que contribuirão para a modelagem de um sistema de infraestrutura de mobilidade urbana.
Ao final, disse, todo este trabalho culminará em um projeto de lei a ser encaminhado à Câmara de Vereadores, sendo que o prazo estimado para execução é de um ano. “O quanto antes nós conseguirmos licitar e contratar, melhor”. E acrescentou: “a boa notícia é que existem em torno de 25 empresas ou corporações interessadas em participar da construção do que será proposto para a cidade como um todo”.
Transporte coletivo
Além disso, Willembring detalhou que o Plano de Mobilidade vai dar sequência aos projetos de priorização do transporte coletivo, além de promover discussões sociais para a viabilização de uma tarifa justa. “Temos plena ciência, e o prefeito nos cobra isso, que precisamos de uma tarifa menor, porque quando a tarifa é muito alta ela afasta o cidadão do transporte coletivo”. O contrato de concessão do transporte coletivo público urbano para a Viação Santa Tereza (Visate), que tem validade de 15 anos, prevê o valor da passagem a R$ 4,75.
Também serão discutidos no âmbito do Conselho Municipal de Mobilidade, de acordo com o secretário, os critérios para a concessão de gratuidades e a forma de subsidiar a tarifa de ônibus. Além disso, o projeto inclui discutir uma nova proposta para o estacionamento regulamentado, cujo contrato com a atual operadora, a Rek Parking, vence em maio do próximo ano, e a regulamentação do serviço de transporte por aplicativo. “Isso hoje já é algo que a própria categoria de motoristas procura. Inicialmente eles tinham muita restrição, só que o número de motoristas aumentou de tal maneira que eles necessitam agora de uma regulamentação”, revelou Willembring.
Sistema cicloviário
O palestrante também falou a respeito de modais alternativos de transporte que deverão fazer parte do Plano de Mobilidade. Serão utilizadas as perimetrais, por exemplo, para a implantação de 20 quilômetros de um sistema cicloviário, e uma ligação entre os parques Cinquentenário, Getúlio Vargas (dos Macaquinhos), com a Prefeitura, Maesa e BR-116, totalizando mais 10 quilômetros. Revelou ainda que também está sendo desenvolvido um projeto para a instalação de uma ciclofaixa desde o centro de Ana Rech até as proximidades da Marcopolo.
O secretário municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade de Caxias do Sul falou ainda sobre as obras que estão em andamento. “É impossível obras de intervenção no centro de um município como Caxias do Sul sem causar transtornos. O transtorno é inevitável”, observou, defendendo a implantação dos pavimentos de concreto para corredores de ônibus pela longa durabilidade.
Instrumento de desenvolvimento
Ao conduzir a reunião-almoço, o presidente da CIC Caxias, Ivanir Gasparin, salientou que “pensar o futuro da mobilidade urbana se transformou em uma enorme necessidade para aumentar a qualidade em uma cidade como Caxias do Sul, que é o centro da Região Metropolitana da Serra Gaúcha. “Destacamos principalmente a importância da mobilidade urbana como função social e como instrumento de desenvolvimento. De um planejamento viário e de transporte moderno e eficiente depende o desenvolvimento de inúmeros setores econômicos, a começar pelo turismo, passando pelo agronegócio, educação, indústrias, comércio e serviços”, reiterou Gasparin.