O Museu Histórico Farroupilha (MHF), em Piratini, inaugurou a coleção TcheVoni , que resgata artefatos da Revolução Farroupilha, no sábado (11), data que celebra os 185 anos da proclamação da República Rio-Grandense. O acervo, com mais de mil peças, foi doado pelo empresário Volnir Júnior dos Santos, mais conhecido como TcheVoni, após sonhar que os fragmentos deveriam ser repassados ao MHF.
Entre os itens que compõe a coleção constam uma carta escrita à mão e assinada por Giuseppe Garibaldi. O conteúdo do bilhete ainda não foi desvendado, porque a caligrafia é um tanto antiga e o italiano, rebuscado. Há ainda um passaporte Farroupilha rio-grandense e moedas cunhadas no período da república gaúcha. Além disso, há moedas do momento em que o Rio Grande do Sul estava sob influência espanhola e álbuns de figurinhas comemorativos dos cem anos da revolta.
A secretária de Cultura do Estado, Beatriz Araújo, ressaltou a emoção na inauguração devido ao tempo que trabalhou pela restauração do museu e na alegria de estar contribuindo para a história do RS. “É uma entrega de extrema relevância. Um legado que ficará para o povo gaúcho e que, a partir de agora, conta com um acervo que o insere entre os museus históricos mais importantes do Brasil”.
Para a chegada da coleção, o Museu Histórico Farroupilha passou por melhorias em sua estrutura contempladas, por meio de emenda parlamentar de R$ 100 mil reais, pelo secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura, Luiz Henrique Viana, enquanto deputado estadual. Com o recurso foi realizada a compra de novo mobiliário expositivo, reforma na parte elétrica, de iluminação e no sistema de alarme e de monitoramento por câmeras. Para abrigar o montante de objetos foram construídas ainda duas novas reservas técnicas no museu.
“Tenho um orgulho imenso de ter destinado emenda, quando deputado estadual, para o Museu Farroupilha e ver de perto esse resultado tão expressivo e importante para a comunidade. Ao TcheVoni, minha gratidão por tamanha contribuição à nossa história”, celebrou Viana.
TcheVoni comentou que a coleção deixou de ser dele e passou a ser de todos os gaúchos. “Chegou um momento que eu não tinha como voltar atrás e como não tenho filhos, precisava encontrar um lugar para coleção. Aqui, agora, é onde nós vamos guardar a nossa coleção”.
A visitação, por agendamento, é gratuita e monitorada, respeitando os protocolos sanitários contra a Covid-19 e funciona de terça a sexta-feira, das 9h às 11h30 e das 13h30 às 17h. Sábados, domingos e feriados, das 14h30 às 17h.
Solenidade de entrega da Medalha do Mérito Farroupilha
O evento também contou com a solenidade de entrega da Medalha do Mérito Farroupilha, honraria máxima do Parlamento gaúcho, ao colecionador e empresário, TcheVoni. A distinção foi proposta pelo então secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura, Luiz Henrique Viana.
Quadro restaurado
A restauração da obra Fuga de Anita Garibaldi a cavalo também fez parte das atividades no MHF, no sábado (11). O restauro foi feito pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), por meio de um acordo de cooperação técnico-científico firmado entre a Sedac e a UFPel, em 2019.
O museu
Fundado em 1953, o Museu Histórico Farroupilha é considerado um pilar fundamental para construção da identidade gaúcha. Localizado na Rua Coronel Pedroso, 77, seu acervo é um dos principais narradores do episódio divisor de águas da história do Estado, a Guerra dos Farrapos, e a formação da República Rio-Grandense. Configura-se em uma matriz para pesquisas de valor histórico e científico e em equipamento cultural e turístico de Piratini.