Mesmo sendo de potencial menos agressivo, com número reduzido de internações na comparação com outras variantes da covid-19, a omicron exige a continuidade dos cuidados preventivos pela população. O alerta foi feito, na tarde desta segunda (17/01), pela secretaria da Saúde de Caxias do Sul, Daniele Meneguzzi, ao detalhar o cenário atual da doença durante a segunda reunião do Gabinete de Crise do ano. Para este encontro foram convidadas lideranças comunitárias e de sindicatos de trabalhadores que receberam informações sobre o comportamento da doença e das projeções futuras.
Na reunião conduzida pelo prefeito Adiló Didomenico e com a presença da vice-prefeita Paula Ioris, a secretaria informou que o índice de positividade da nova variante chegou a 50% dentre as pessoas que buscaram atendimento por doenças respiratórias e realizaram o teste. Em relação à primeira semana do ano, o índice dobrou. Era de 20% a 25% e passou para 37% na semana passada. “É uma prova irrefutável da alta transmissibilidade do vírus, que é facilitada pela maior circulação de pessoas e baixa aderência aos protocolos sanitários”, relatou.
O número de atendimento de pessoas com sintomas de doenças respiratórios passou de 600, na primeira semana do mês, para 2.160 na passada. Destes, 1900 testaram positivo para a covid. Na primeira semana de janeiro foram detectados 1.773 casos positivos e, na seguinte, de 927. “Ainda estamos longe de uma estabilidade”, advertiu.
Com base na série histórica dos últimos dois anos de comportamento da doença, a secretaria estimou que a alta dos casos seguirá, pelo menos, pelas próximas duas semanas. Diante deste cenário, renovou o apelo para que as pessoas retomem os cuidados básicos de prevenção, como uso da máscara, distanciamento e higienização com álcool em gel, além reforçar a importância da vacina. Segundo os dados, o maior número de casos se concentra na faixa dos 20 aos 29 anos, público com baixo índice de imunização, seguido por pessoas com idades entre 50 e 59 e 43 a 49.
A alta incidência começa a influenciar na estrutura dos hospitais. As internações em enfermarias avançou 150% na comparação com final de dezembro. Os leitos de UTI para covid avançaram de 28% para 48% na rede pública e de 17% para 43% no privado no mesmo período. Na segunda, a cidade tinha 1.382 casos positivos, dos quais 112 servidores da saúde. “No final de dezembro, tínhamos total inferior a 200 casos”, registrou. A secretaria Danielle ainda informou que sete pessoas aguardam em leitos das UPAs vagas para enfermarias nos hospitais que atendem ao SUS.
A secretaria pediu a colaboração das entidades em geral para que levem aos seus públicos informações obtidas nos canais oficiais da pasta e da Prefeitura. O alerta decorre da proliferação de notícias que têm confundido a população. Um dos casos é a comunicação de que pessoas recuperadas da covid devem se dirigir às UPAS e UBSs para fazer um novo teste para verificar a cura e recebimento dos atestados. “Do total de usuários destes serviços, de 80% a 85% estão se deslocando desnecessariamente induzidas por informações equivocadas”, afirmou. Para resolver esta questão, a secretaria buscará soluções em parceria com os sindicatos patronais e de trabalhadores.
Na mesma linha de colaboração, pediu que as entidades repassem aos seus públicos que as estruturas dos serviços de saúde têm limites para absorver as demandas, o que leva a um tempo maior para o atendimento. “Lamentavelmente, temos tido seguidamente agressões verbas e quase físicas contra servidores, que têm feito o máximo do possível”, enfatizou. Também confirmou para quarta (19/01) o início da vacinação das crianças a partir de cinco anos.