A fotografia é carregada de significados. Um deles é o olhar sobre as coisas que acontecem para a construção de uma realidade. A fim de ampliar a visão de jovens para novas possibilidades, uma oficina de fotografia está sendo realizada em escolas da rede municipal. O projeto, ministrado pelos fotógrafos Diogo Zanatta e Fernanda Cacenote, foi um dos selecionados pelo Prêmio Funcultura de 2020.
Nesta terça-feira (10), atividades práticas foram realizadas com os estudantes do nono ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre José de Anchieta, que fica no Bairro Integração. Depois de terem contato com a teoria, eles puderam explorar e registrar a rotina da escola.
Para a aluna Miriã Freitas Vargas, de 15 anos, o momento foi bastante significativo. Ela já aprecia a fotografia e tem o sonho de ser fotógrafa. “Eu e minha irmã de consideração temos esse sonho. Gosto da fotografia porque podemos deixar as coisas registradas até depois que elas não existirem mais. Essa oficina foi muito importante para eu aprender mais”, conta ela, que gosta de fotografar pessoas e a natureza.
O fotógrafo Diogo Zanatta explica o projeto. “Inscrevemos a Oficina de Fotografia em Escolas Municipais no Prêmio Funcultura de 2020, que foi selecionada. Em decorrência da pandemia, estamos executando agora. Queremos atingir um total de 100 alunos e, junto com a Secretaria de Educação, selecionamos turmas de três escolas. Além da Padre Anchieta, receberão as atividades as escolas Antonino Xavier e Zeferino Costi”, afirma.
Conforme Diogo, as atividades são realizadas durante dois dias em cada escola, e os alunos aprendem a utilizar as próprias ferramentas. “No primeiro dia, levamos uma explanação teórica básica. Mostramos imagens que fizemos e explicamos as técnicas com termos fáceis. Depois, cada um utiliza seu celular para captar registros da escola”, enfatiza.
Após a etapa prática, cada aluno escolhe a sua melhor fotografia. Todas as imagens, de todas as escolas por onde a oficina vai passar, integrarão uma exposição na Estação Galeria da Arte, entre os dias 23 e 31 de julho. Depois, serão levadas às instituições em que foram tiradas.
A secretária de Cultura, Miriê Tedesco, mensura a relevância do Funcultura, que tem sido ampliado pelo governo municipal, para os artistas e também para as comunidades. “Fica cada vez mais evidente a importância de um fundo como o nosso Funcultura, que premia os nossos artistas, os nossos fazedores de cultura e que permite que as pessoas acessem essas ideias e ampliem seu conhecimento. O prefeito, Pedro Almeida, promove essa valorização ao aumentar o valor da premiação ano a ano, o que também nos traz a esperança de termos projetos cada vez mais potentes”, avalia.
Novas possibilidades
Ao observarem a rotina da escola, dos colegas, dos ambientes e dos profissionais que atuam no local, os estudantes desenvolvem o senso crítico. “Hoje, todo mundo tem um dispositivo fotográfico, mas nem todo mundo tem um olhar crítico. Então, eles acabam desenvolvendo aqui uma sensibilidade maior com as coisas que ocorrem”, considera Diogo.
Além disso, para a fotógrafa Fernanda, a oficina traz a esses estudantes novas possibilidades para o futuro. “Nós aproveitamos esse momento para conversar com os alunos e mostrar oportunidades. Falamos que eles podem sonhar e fazer diferente”, comenta.