Saúde

Tire suas dúvidas sobre os métodos contraceptivos hormonais

Os anticoncepcionais hormonais são os mais utilizados pelas mulheres no Brasil e no mundo. Eles são importantes na prevenção da gestação não-planejada, principalmente entre adolescentes e jovens, que estão começando a sua vida sexual e têm pela frente um mundo de descobertas e escolhas.  Mas, por que é necessário pensar nesse assunto?

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A gravidez em idade precoce traz mudanças na rotina e tem impactos sociais e psicológicos, pois muitas garotas precisam abandonar os estudos, desistem de seguir uma carreira e enfrentam a crítica da família. A vinda de um bebê muda também a vida dos garotos, que deveriam assumir a responsabilidade e apoiar a futura mamãe, dando suporte emocional e financeiro (o que não implica em ter de casar).

Prevenir a gravidez é sinal de amadurecimento e proporciona mais tranquilidade para curtir a relação. Para isso, informação e orientação são fundamentais. A seguir, a médica ginecologista e obstetra Sylvia Maria Oliveira da Cunha Cavalcanti responde algumas das perguntas mais frequentes sobre o assunto:

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Quais são os métodos contraceptivos hormonais?

Dra. Sylvia Maria Oliveira da Cunha Cavalcanti – Qualquer método contraceptivo deve ser prescrito por um ginecologista, que vai fazer também um acompanhamento da adaptação da mulher ao medicamento escolhido. Os anticoncepcionais hormonais são comercializados em diferentes apresentações e são compostos por uma combinação de hormônios, geralmente estrogênio e progesterona sintéticos. Apresentam alto percentual de eficiência para evitar a gravidez –  acima de 99%. Entretanto, nenhum anticoncepcional hormonal protege das DSTs – doenças sexualmente transmissíveis –  como a AIDS, a sífilis e o HPV. Por isso, tem que usar a camisinha também, para não se infectar com alguma doença.

Quais as características das pílulas de uso oral?

Dra. Sylvia – Um dos métodos mais populares, a pílula é composta por hormônios que inibem a ovulação. Ela deve ser tomada por via oral diariamente. Há vários tipos de pílulas, que variam conforme os hormônios utilizados. Existem aquelas que a mulher pode tomar de forma contínua, sem menstruar. Algumas versões pedem uma pausa entre uma cartela e outra. As pílulas mais modernas têm baixa dosagem de hormônios, raros efeitos colaterais, reduzem os sintomas da TPM, regulam o ciclo e o fluxo e ainda ajudam a combater as espinhas. Atinge até 99,7% de eficiência na prevenção da gravidez.

Como funciona o anticoncepcional injetável?

Dra. Sylvia – O anticoncepcional injetável é composto por hormônios que são gradativamente liberados no organismo impedindo a ovulação. Deve ser aplicado uma vez por mês ou trimestralmente, dependendo do tipo da sua formulação. Eles têm a vantagem da praticidade e atingem até 99,9% de eficácia contra a gravidez.

E o anticoncepcional em forma de adesivo?

Dra. Sylvia –  Este adesivo é aplicado na pele no primeiro dia da menstruação, ele libera hormônios que inibem a ovulação. Deve se trocar o adesivo a cada semana, por 3 semanas consecutivas e fazer uma pausa na quarta semana. Sua eficácia é de até 99,7%, que pode ser reduzida em mulheres acima do peso.

Quais os diferenciais do implante contraceptivo?

Dra. Sylvia –  O implante contraceptivo é um bastão que mede 4 cm x 2 mm. Ele é introduzido sob a pele e libera hormônios gradativamente, impedindo a ovulação. Sua eficiência é de 99,9% e ele só precisa ser trocado a cada três anos. Sua aplicação só pode ser feita pelo ginecologista, que avaliará se é o contraceptivo mais adequado para você.

Sylvia Maria Oliveira da Cunha Cavalcanti é membro do Comissão Nacional de Sexologia da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO); mestre em Saúde Materno Infantil; professora da Faculdade de Medicina do Centro de Ensino Unificado de Brasília; especialista em Ginecologia da criança e da adolescente pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); especialista em sexologia e Educação sexual pela FLASSES (Federação Latino Americana de Sexologia e Educação Sexual) e membro da Sociedade de Ginecologia Infanto-Puberal (SOGIA).

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