Saúde

Cigarro eletrônico é proibido no Brasil e causa males à saúde

O tabagismo é uma doença crônica e resultante da dependência da nicotina, que está associada como fator de risco para cerca de 50 doenças – entre elas o câncer. Levantamento da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, estima que 200 mil óbitos ocorram por ano, em decorrência do tabaco. Mundialmente, esta marca pode alcançar seis milhões de mortes.

Além disso, o tabaco pode aumentar em cerca de 30 a 40 vezes o risco de desenvolver o câncer de pulmão ao longo da vida, inclusive fumantes passivos têm cerca de 2 a 3 vezes mais chances de ter esse tipo de neoplasia.

“O fumo participa de 15 a 20% das mortes por câncer. Independentemente do tipo de cigarro, o fumante tem maior risco de desenvolver câncer de pulmão quando comparado ao não fumante. O tempo de exposição, o volume consumido ao longo do dia e sua intensidade, têm influência na incidência e aparecimento desta doença. A lesão que ocorre do tabagismo é relacionada ao dano ao DNA das células do trato respiratório. Embora o corpo consiga lidar com esta lesão, reparando-a, a lesão repetida por anos pode levar ao desenvolvimento de câncer de pulmão”, destaca o oncologista Dr. Eduardo Medeiros, da Oncologia D’Or.

Os malefícios do cigarro não se limitam ao trato respiratório ou circulatório. Estudos relacionam o tabagismo a, pelo menos, 15 tipos de neoplasia, entre as quais cólon, pâncreas, estômago, rins, bexiga, leucemia, ovário, esôfago e colo de útero. Seus metabólitos correm pelo corpo e podem afetar diversos tecidos como o cérebro, nervos periféricos, vasos sanguíneos, órgãos genitais entre outros. “A capacidade do nosso organismo em debelar estas lesões é enorme, porém finita.

Essa agressão repetida ao longo dos anos pode levar ao aparecimento de doenças diversas. A interrupção do tabagismo é a fator externo prevenível mais importante para redução da mortalidade. Quanto mais precoce e mais rapidamente se suspende o tabagismo, maior seu benefício a curto, médio e longo prazo”, complementa o oncologista.

Embora muito se tenha avançado no tratamento e diagnóstico, com aumento de sobrevida e maiores taxas de cura, a doença ainda é diagnosticada, na grande maioria das vezes, em fase avançada, quando o tratamento tem expectativa maior de paliação, e não de cura.

Cigarro eletrônico

Ainda que não utilize o tabaco, o “cigarro eletrônico” não está autorizado no Brasil, conforme resolução da Anvisa, por não ser comprovado como uma alternativa ao tratamento do tabagismo. A medida leva em consideração a falta de comprovação científica sobre a eficácia e segurança do produto.

“Existe dúvida sobre qual efeito o cigarro eletrônico tem em relação ao desenvolvimento de câncer. O risco é menor que usar o cigarro convencional, pelo fato de ele só eliminar nicotina e não ter tabaco e produtos de combustão. Mas isso não significa que não faça mal. Por ser um produto novo, que não tem tantos anos de uso, não temos como aferir o quão mal faz. No entanto é preciso lembrar que para o cigarro de modo geral não existe uma concentração mínima que possamos dizer que é segura. Fumar um cigarro já envolve risco. Não é como o álcool que tem um limite mínimo que faz bem. O cigarro não tem dose segura”, enfatiza Dr. Eduardo Medeiros.

Eliminando o mau hábito

O discurso de muitos fumantes indica que o cigarro está associado a outras atividades, como beber um cafezinho, um chopp ou mesmo a tentativa de aliviar o estresse. O conselho dos especialistas é que estes gatilhos sejam evitados, e o ponto de partida para esta mudança é o desejo do fumante em abandonar o vício.

“Estratégias motivacionais, conduzidas por especialistas e apoiadas por familiares e amigos, são essenciais para fortalecer o desejo do fumante em abandonar o vício. Uma alternativa que tem sido aplicada no consultório é a exposição dos benefícios obtidos ao deixar o fumo, além das doenças que podem ser evitadas. Há casos em que é preciso associar o tratamento medicamentoso, para retirar gradualmente a nicotina do corpo, para que o ex-fumante não tenha abstinência”, explica Dr. Renato Azambuja, pneumologista do Hospital Barra D’Or.

A prática de atividades físicas também é uma forte aliada no combate ao fumo, pois gera a sensação de bem-estar e prazer similares com as que a nicotina desperta no cérebro. Também o acompanhamento nutricional é indicado, para que a compulsão por alimentos não ocorra para compensar a ansiedade. Estas medidas contribuem para evitar o aumento do peso, que acontece em alguns casos. Curto, médio e longo prazo – Quanto mais jovem a decisão de interromper o hábito, maior será o benefício clínico, pois essa atitude reduz o risco de doenças e promove o real ganho de sobrevida.

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