As vantagens de parar de fumar para o corpo e para os bolso
O tabagismo está na origem de 90% de todos os casos de câncer de pulmão – entre os 10% restantes, 1/3 é dos chamados fumantes passivos – no mundo, sendo responsável por ampliar em cerca de 20 vezes o risco de surgimento da doença. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o Brasil soma 28.220 novos casos de tumores pulmonares ao ano. Além disso, o mau hábito aumenta as chances de desenvolver ao menos outros 13 tipos de câncer: de boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, intestino, rim, bexiga, colo de útero, ovário e alguns tipos de leucemia. Apesar destes dados não serem novidade, o país ainda registra um elevado número de casos de neoplasias malignas entre a população fumante.
Essa realidade, contudo, pode mudar com a conscientização sobre as vantagens de parar de fumar para o corpo e para os bolsos. Por isso, o Grupo Oncoclínicas lança nesta semana a campanha #E se eu parar de fumar. Acessando a landing page https://www.eseeuparardefumar.com.br, os interessados têm acesso a conteúdos que traçam a cronologia de respostas positivas do organismo quando há a interrupção do vício e apresenta uma calculadora virtual que aponta, em tempo real, a relação dos custos com consumo de cigarros em comparação a experiências como viagens ou aquisição de bens.
Ao digitar dados simples relacionados aos hábitos tabagistas, o sistema faz uma comparação com outros tipos de investimento à lista de itens indicadas por pesquisas como os mais desejados pelos brasileiros. Como exemplo, considerando o consumo diário de um maço de cigarros, com preço médio de R$ 6,00, ao final do mês terão sido gastos cerca de R$ 180,00. Se convertido o total investido mensalmente ao longo de 15 anos, seria possível realizar quatro viagens à Europa, com todas as despesas para duas pessoas, ou ainda adquirir um carro de luxo.
A partir de uma abordagem descontraída, a iniciativa traz ainda conteúdos informativos que alertam a população em geral sobre a perigosa relação entre o tabagismo e os riscos aumentados de incidência de câncer e outras condições crônicas – como hipertensão e doenças cardiovasculares. Desta forma, a campanha tem por objetivo transmitir uma mensagem positiva sobre como hábitos simples podem mudar vidas a partir de uma série de materiais ilustrados, disponíveis para download no site.
A ação em mídias digitais faz parte de uma série de iniciativas promovidas pelo Grupo Oncoclínicas em apoio ao Dia Nacional de Combate ao Fumo (29/08), que incluem também interações diretas com a população por meio de redes sociais e em espaços públicos de grande circulação nas principais capitais do Brasil.
#E se eu parar de fumar?
Principal fator de risco evitável do câncer de pulmão, o tabaco está presente em cigarros, charutos, cachimbos, narguilé e também nos cigarros eletrônicos. E, ao contrário do que muitos usuários destes produtos acreditam, nunca é tarde demais para parar. Os benefícios à saúde começam apenas 20 minutos após interromper o vício: a pressão arterial volta ao normal e a frequência do pulso cai aos níveis adequados, assim como a temperatura das mãos e dos pés são normalizadas.
Em 8 horas, os níveis de monóxido de carbono no sangue ficam regulados e o de oxigênio aumenta. Passadas 24 horas, o risco de se ter um acidente cardíaco relacionado ao fumo diminui. E após apenas 48 horas, as terminações nervosas começam a se recuperar de novo e os sentidos de olfato e paladar melhoram. De duas semanas a três meses, a circulação sanguínea melhora consideravelmente. Caminhar torna-se mais fácil e a função pulmonar melhora em até 30%.
A partir de um a nove meses, os sintomas comuns em fumantes, como tosse, rouquidão, e falta de ar ficam mais tênues. Os cílios epiteliais iniciam o crescimento e aumentam a capacidade de eliminar muco, limpando os pulmões. A pessoa fica mais disposta para realizar atividades físicas. Em cinco anos, a taxa de mortalidade por câncer de pulmão de uma pessoa que fumou um maço de cigarros por dia diminui em pelo menos 50%. Quinze anos após parar de fumar, especialistas afirmam que torna-se possível assegurar que os riscos de desenvolver câncer de pulmão se tornam praticamente iguais aos de uma pessoa que nunca fumou.
Câncer de Pulmão: fique atento aos sinais de alerta
A oncologista Mariana Laloni, do Centro Paulista de Oncologia (CPO) – Grupo Oncoclínicas, diz que a maioria dos pacientes com câncer de pulmão apresenta sintomas relacionados ao próprio aparelho respiratório, tais como: tosse, falta de ar e dor no peito.
Outros sintomas inespecíficos também podem surgir, entre eles perda de peso e fraqueza. Em poucos casos, cerca de 15%, o tumor é diagnosticado por acaso, quando o paciente realiza exames por outros motivos. Por isso, a atenção aos primeiros sintomas é essencial para que seja realizado o diagnóstico precoce da doença.
Segundo a médica, existem dois tipos principais de câncer de pulmão: carcinoma de pequenas células e de não pequenas células. “O carcinoma de não pequenas células corresponde a 85% dos casos e se subdivide em carcinoma epidermóide, adenocarcinoma e carcinoma de grandes células. O tipo mais comum no Brasil e no mundo é o adenocarcinoma e atinge 40% dos doentes”, destaca.
O tratamento do câncer de pulmão se baseia em cirurgia, tratamento sistêmico (quimioterapia, terapia alvo e imunoterapia) e radioterapia. Sempre que possível, a cirurgia é realizada na tentativa de se retirar uma parte do pulmão acometido. Atualmente, os procedimentos cirúrgicos minimamente invasivos, por vídeo (CTVA) são cada vez mais realizados com menor tempo de internação e retorno mais rápido do paciente às suas atividades. A indicação da cirurgia depende principalmente do estadiamento, tipo, do tamanho e da localização do tumor, além do estado geral do paciente.
Após a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia são indicadas para destruir células tumorais microscópicas residuais ou que estejam circulando pelo sangue. Para a Dra. Mariana, a combinação de tratamento sistêmico e radioterapia também pode ser administrada no início do tratamento para reduzir o tumor antes da cirurgia, ou mesmo como tratamento definitivo quando a cirurgia está contraindicada. A radioterapia isolada é utilizada algumas vezes para diminuir sintomas como falta de ar e dor.
Mas o grande avanço dos últimos anos, ainda de acordo com a oncologista do CPO, é a imunoterapia. Baseado no princípio de que o organismo reconhece o tumor como um corpo estranho desde a sua origem, e de que com o passar do tempo este tumor passa a se disfarçar para o sistema imunológico e então se aproveitar para crescer, a imunoterapia busca reativar a resposta imunológica contra este agente agressor.