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Região Sul: número de exames oftalmológicos pelo SUS quase dobam no pós pandemia

Prevenção à retinopatia diabética

Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, os efeitos da vacinação e a queda dos indicadores de morbidade e mortalidade por covid-19 ajudaram os pacientes e buscarem os serviços públicos para fazer diagnóstico e prevenção de doenças que afetam a visão, como a retinopatia diabética

Após período de queda significativa no volume de consultas, exames e procedimentos oftalmológicos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em virtude do impacto no atendimento causado pela pandemia de covid-19, uma nova tendência se instala na rede pública.

Dados analisados pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a partir de registros do Ministério da Saúde, mostram a retomada do volume de produção a níveis que superam os anteriores à emergência epidemiológica.

No Sul, de acordo com os números analisados pela instituição, houve um crescimento de 80% na produtividade dos exames para diagnóstico de retinopatia diabética em 2022 com relação a 2020, ano mais crítico da pandemia.

O cálculo leva em conta os exames registrados entre janeiro e agosto de cada ano, intervalo sobre o qual já estão disponíveis os dados referentes ao ano atual.

De janeiro a agosto de 2020, foram realizados 731 mil procedimentos deste tipo na região. Já no mesmo período de 2022, o Ministério da Saúde aponta a realização de 1,3 milhão de exames relacionados à retinopatia diabética, número que supera, inclusive, o desempenho pré-pandemia, quando foram computados 1 milhão procedimentos em 2019. Confira:

Os dados confirmam a tendência de alta e o desempenho positivo se apresenta em todos os estados do Sul. Em valores absolutos de procedimentos, o Rio Grande do Sul lidera os registros de 2022 com 600 mil procedimentos realizados, seguido pelo Paraná, com 395 mil e Santa Catarina, com 318 mil registros.

Na avaliação do CBO, essa retomada na produtividade do SUS demonstra o efeito positivo da queda dos indicadores de morbidade e mortalidade por conta da covid-19 e do aumento da cobertura vacinal contra essa doença. “A população agora se sente mais segura. Com isso, o temor de ir a um serviço de saúde por receio de se contaminar com o coronavírus deixou de ser um problema”, ressalta Cristiano Caixeta Umbelino, presidente do Conselho.

Comparativos

Ao avaliar a produção de exames para retinopatia diabética a partir da sua distribuição geográfica, é possível constatar que a melhora da cobertura ocorreu nos três estados do Sul, na comparação entre os intervalos janeiro-agosto dos anos 2020 e 2022. O destaque vai para o Paraná, que mais que dobrou (122%) o desempenho em relação ao período da pandemia. O estado também teve o melhor comportamento em relação aos registros que antecedem a crise epidemiológica, com alta de 64% na comparação entre 2019 e 2022.

“A demanda reprimida durante as fases mais críticas da pandemia já é expressa no número de procedimentos registrados nos oito primeiros meses do ano. Apesar dos índices dessa retomada serem animadores, precisamos considerar os potenciais impactos que a crise da covid-19 pode ter causado na visão das pessoas, sobretudo, na dos portadores de diabetes que ficaram um longo período sem realizar o rastreio da retinopatia diabética”, avalia o presidente do CBO.

Novembro Azul — Com o propósito de impulsionar ainda mais o processo de retomada dos atendimentos, o CBO tem estimulado ao longo de novembro a realização de mutirões de atendimento para a retinopatia diabética em todo o País. A complicação ocular, sem diagnóstico e tratamento precoces, pode evoluir rapidamente e levar à perda parcial ou total da visão.

O problema de saúde pública envolvendo essa doença fez com que, liderados pelo CBO, oftalmologistas e entidades parceiras, passassem a promover inúmeras ações, em diferentes estados. Em cada iniciativa, pacientes com suspeita da doença são avaliados por especialistas, passam por exames e são encaminhados para os cuidados necessários.

“O CBO tem um compromisso com a saúde ocular da população brasileira. A campanha de novembro é uma tradição iniciada em 2014, suspensa, unicamente, em 2020 devido à pandemia. Naquele ano, foi necessário pensar novas maneiras de atingir o público, e a internet, assim como em vários outros setores da sociedade, foi uma importante aliada diante da crise”, lembra Wilma Lelis Barboza, 1ª secretária do CBO.

Maratona on-line – Além da mobilização nos estados e municípios, que garantirá o atendimento efetivo a milhares de pessoas, o CBO promove o projeto “24 Horas pelo Diabetes”, uma maratona de atividades on-line que acontecerá no dia 26 de novembro (sábado), a partir de 9h. Por meio de seu canal no Youtube e de outras plataformas digitais, a entidade oferecerá à população, de forma gratuita, uma série de conteúdos educativos sobre a retinopatia diabética e outras possíveis consequências da condição.

Serão entrevistas, debates, palestras e reportagens que apresentarão cuidados com a doença, ajudarão a identificar sinais e sintomas e orientarão os interessados sobre o que fazer em caso de suspeita.

Fonte
360° Comunicação Integrada
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