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CDL Porto Alegre revela que a inadimplência teve leve queda em novembro

O Indicador de Inadimplência de Novembro da CDL Porto Alegre mostra que as pessoas físicas com algum tipo de limitação em crédito, cheque ou protesto somaram 29,42% no Rio Grande do Sul e 31,76% em Porto Alegre.

Apesar de uma leve queda de 0,1% no RS e de 0,2% na Capital em comparação com outubro, os valores são superiores à média nacional, de 28,81%, e permanecem mais altos em relação ao início de 2022. Os dados foram obtidos a partir da base de restritivos da Boa Vista SCPC, a maior disponível no Estado.

A população adulta (acima de 18 anos) negativada alcança 2,635 milhões no Rio Grande do Sul, e 370,3 mil estão em Porto Alegre. Entre outubro e novembro, 16.126 gaúchos deixaram de estar inadimplentes, sendo 1.633 porto-alegrenses.

Conforme apuração da própria entidade com o estudo “Copa do Mundo, Black Friday e Natal: Quem Ganha a Atenção do Consumidor?”, que ouviu os gaúchos sobre seus gastos no fim de ano, o uso 13º salário será destinado à quitação de dívidas por boa parte da população local. “Muito embora 44,1% dos entrevistados não tenham acesso ao benefício do 13º, há um percentual relevante (34,3%) apto ao recebimento. Para 63,3% daqueles que ainda tinham parte ou a integralidade do dinheiro por embolsar, a destinação primordial será a quitação de débitos. Em segundo lugar, a realização de compras foi assinalada por apenas 26,6%”, destaca o Economista-Chefe da CDL Porto Alegre, Oscar Frank. As estatísticas evidenciam o interesse das famílias em renegociarem seus débitos em atraso, especialmente em um contexto onde o custo dos empréstimos e financiamentos está elevado. Esse cenário justifica, por exemplo, a busca pelas vantagens do ponto de vista financeiro proporcionadas por eventos como o “Super Feirão Zero Dívida”, realizado em novembro.

Segundo a análise econômica, existem vetores benignos no curto prazo, relativos à dinâmica do emprego, à potencialização das transferências sociais e ao corte dos tributos em bens e serviços considerados essenciais. Porém, o efeito defasado das elevações das taxas de juros representa um grande desafio.

“Vemos com preocupação as tentativas do governo eleito em promover impulso fiscal robusto sem uma âncora que sinalize responsabilidade na gestão entre receitas e despesas. Os agentes de mercado consultados pelo Relatório Focus já acreditam que o ciclo de redução da Taxa Selic para o ano que vem perderá força após a “PEC da Transição”. Dos atuais 13,75% a.a., a expectativa nos últimos 30 dias para o encerramento de dezembro de 2023 saiu de 11,25% para 11,75% a.a.. Logo, a situação das contas públicas precisa de monitoramento, pois reverbera diretamente sobre as perspectivas da inadimplência”, observa Frank.

O Indicador de Inadimplência da CDL POA é elaborado pelo Núcleo Econômico da Entidade e mede mensalmente a inadimplência dos consumidores do Rio Grande do Sul e de Porto Alegre. O levantamento teve início em fevereiro de 2022 e mostra a parcela de pessoas físicas com algum tipo de restrição a crédito, cheque ou protesto.

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