As solicitações por seguro-desemprego cresceram 5% no Rio Grande do Sul no período de janeiro a novembro de 2022 quando comparado com o mesmo período de 2021. Os dados que compõem o painel do governo federal mostram que nestes onze meses foram registrados 334,5 mil requerimentos de seguro-desemprego, sendo 16,1 mil a mais que no ano anterior.
“Um dos motivos deste cenário é a desaceleração da economia, não só gaúcha, mas internacional. Tivemos um período de retomada intensa da economia, que iniciou no segundo semestre de 2021, com a diminuição da pandemia. O crescimento manteve-se, com menos intensidade, no primeiro semestre de 2022, mas, como os dados mostram, a previsão que tínhamos somente para 2023, antecipou-se para os últimos meses de 2022. Além disso, a mudança drástica do cenário político também teve reflexos mundiais”, explica o presidente do Sindicato dos Administradores do Rio Grande do Sul, Jorge Avancini.
Além da desaceleração da economia, fatores como a acomodação na geração de vagas e o enxugamento de algumas atividades são outros dos motivos que fizeram os gaúchos solicitarem o auxílio.
“Com a economia desacelerada e a acomodação da maioria dos setores, que não tiveram nenhuma novidade que aquecesse o setor em 2022, muitos empresários não se sentem confiantes para investir ou expandir os seus negócios. O que fez com que as oportunidades de emprego fossem congeladas e alguns cargos não fossem nem repostos. Podemos ver esse reflexo principalmente no setor de serviços, que apresenta o maior número de busca por seguro-desemprego, cerca de 34,93%. E essa situação também pode ser observada nos outros setores, como no comércio, que representa 28,25% das solicitações, e na indústria, que refere-se a 25,11%”, conta Avancini.
“Para contornarmos esse crescimento, a saída é o trabalho conjunto do governo e empresários. Tanto no âmbito federal, quanto estadual, medidas de incentivo à economia e a geração de empregos podem ser adotadas. Neste sentido, a revisão da legislação trabalhista, alterada pelo governo anterior, traria benefícios para os empresários e colaboradores. A criação de novas formas da iniciativa pública contribuir para o crescimento da privada e o investimento na oferta de cursos e especializações também são fundamentais. A união do governo, dos empresários e das organizações representativas, como os sindicatos, só tem a agregar para o Rio Grande do Sul. Mas para isso, é necessário iniciar esse diálogo”, argumenta o presidente do SINDAERGS.