A Prefeitura de Passo Fundo, por meio da Secretaria de Cultura e tendo como proponente a Academia Passo-fundense de Letras (APL), encerrou neste domingo (22) a 35ª edição da Feira do Livro. Foram nove dias de um festival literário que movimentou o espaço cultural Roseli Doleski Preto.
De acordo com a secretária de Cultura, Miriê Tedesco, a Feira teve a participação de dez livreiros, em um espaço novo que propiciou mais possibilidades de atividades em um mesmo local. “Tradicionalmente o período da Feira do Livro sempre traz chuvas. A escolha desse local para sediar o evento nos mostrou que mesmo acontecendo essas intempéries climáticas, pudemos manter nossa programação por conta dos prédios da Academia Passo-fundense Letras, Teatro Municipal, Biblioteca, Instituto Histórico. A gente conseguiu deslocar toda a programação que seria ao ar livre para esses prédios, sem alterar nossas atividades”, declara Miriê.
A Secretária ressalta que o local de realização acabou muito propício em termos de logística, sem oferecer transtorno para o trânsito. “Estamos no centro da cidade, todos os acessos dão aqui, o que também é um ponto positivo. Todos os que chegaram, acharam o ambiente acolhedor, aconchegante, e isso entendemos que é por conta de tudo que tem nesse complexo cultural. Começamos no domingo (14) com o público muito acima do esperado, e durante a semana, mesmo nos dias de chuva, os alunos vieram conforme estava programado. Foi uma feira que, em termos de frequência de pessoas, foi muito maior”, aponta.
O prefeito, Pedro Almeida destacou ainda, o projeto Passaporte da Leitura, que dá aos alunos da rede municipal um cheque-livro, no valor de R$ 40,00 que os estudantes puderam trocar durante a Feira. “Este projeto oportunizou que muitos dos estudantes adquirissem um livro pela primeira vez. Isso é parte do nosso processo de uma cidade educadora, que prepara as suas crianças, seus adolescentes para uma vida social”, enfatiza.
Segundo a secretária Miriê, os escritores que vieram para cá, voltaram encantados com a qualidade do público. “Tivemos momentos de debates, de bate-papos, onde os adolescentes estavam fazendo perguntas de qualidade sobre os assuntos tratados. E isso mostra o quanto temos um ensino qualificado, como temos adolescentes preparados, assim como crianças que ficam encantadas e que interagiram com os contadores
de histórias”, pondera.
A presidente da APL, Marilise Brockstedt Lech, afirma que a Feira do Livro está em um novo momento das suas edições. “As pessoas que passaram por aqui tiveram uma surpresa muito grande, pois estamos no coração da cidade, de fácil acesso, porém que nem todos conheciam. Aqui é um lugar histórico, bem localizado, seguro e que as pessoas que estão passando na calçada, mesmo sem saber a existência da feira, acabavam achando e entrando. Foi muito interessante perceber pessoas entraram e depois voltaram,
trazendo a família, sabendo que tudo que estava acontecendo ali era gratuito e de alta qualidade. Os shows, teatro, palestras, bate-papos, lançamentos de livros, foram assim, uma oportunidade única”, frisa.
Pela primeira vez participando da Feira, a livreira Ana Caroline Gomes discorre sobre a vontade de já estar presente na próxima edição. “Valeu muito a pena estar com o estande na Feira do Livro. Não tenho um parâmetro de como foram as vendas em outros anos, mas, baseado no que eu tenho vendido na minha loja, posso afirmar que foi positivo, principalmente em razão do cheque-livro dos estudantes municipais”, comenta.
Com o número de 35 participações no evento, a livreira Silvana Rovani afirma que a Feira do Livro deste ano foi atípica, pois estava num local diferente, com situação adversa de clima, porém, vem muito a agregar. “Nosso maior movimento foi de escolas municipais e as famílias dessas crianças, principalmente por causa do cheque-livro. A Prefeitura proporciona aos alunos da rede municipal o passaporte literário, trouxe para nossa livraria muita gente que nunca tinha comprado um livro. Este ano, através dessa iniciativa, os alunos puderam comprar e eu presenciei crianças que nunca tinham comprado um livro na vida e não acreditavam que estavam ganhando um”, finaliza.