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Jararaca-do-Pampa é resgatada em São Leopoldo

Captura do jovem réptil foi uma ação rápida do Grupamento de Defesa Ambiental, que salvou a vida de mais um espécime silvestre.

O Grupamento de Defesa Ambiental (GDA) Ipson Pavani, parte da Guarda Civil Municipal (GCM) de São Leopoldo, realizou mais um resgate bem-sucedido de uma serpente venenosa. O filhote de jararaca-do-pampa (Bothrops pubescens) foi encontrado em uma propriedade na rua José Martins Filereno, no bairro Campestre, na quinta-feira, 16 de novembro. A presença da cobra foi relatada ao Centro de Comando e Monitoramento (Cecom) pelo número 153.

A serpente foi identificada pelas suas características distintas e, posteriormente, foi solta em uma área distante do centro da cidade, que é o seu habitat natural. A peçonha da jararaca-do-pampa é mais tóxica do que a da jararaca comum, causando dor intensa, hemorragias, necrose e, em casos extremos, pode levar à amputação ou morte se não for tratada imediatamente. A cobra se defende fugindo, atacando e vibrando a cauda.

Em caso de mordida por essa espécie, o soro antiofídico recomendado é o antibotrópico. A Secretaria Municipal da Saúde de São Leopoldo (Semsad) aconselha que, em caso de mordida por um animal peçonhento, a vítima deve ser levada imediatamente para o Hospital Centenário.

Jararaca-do-pampa (Bothrops pubescens)

Nativa apenas do Uruguai e do Pampa Gaúcho, esta espécie peçonhenta apresenta, assim como as outras jararacas, dois dentes retráteis, inoculadores de uma potente peçonha de caráter neurotóxico. Medem cerca de 70 a 90 cm, podendo chegar até 1,2m. Habita áreas campestres abertas, com atividade noturna, podendo ser diurna, terrícola. Sua dieta engloba anfíbios, lagartos, aves, pequenos mamíferos, serpentes e centopeias. Filhotes utilizam-se do engodo caudal para captura de presas.

Possuem coloração marrom ou acinzentada, com trapézios escuros orlados de branco, porém imperfeitos, divididos em 3 partes, com uma mancha dorsal ovalada entre os mesmos. O ventre é branco-amarelado, com manchas escuras irregulares.

Vivíparas, podem parir até 25 filhotes, sendo que a média fica em 11 filhotes. Há hipótese que esta espécie reproduza-se a cada 2 a 3 anos apenas.

Equipamentos adequados e capacitação

Os agentes possuem capacitação para a captura deste tipo de serpente peçonhenta. Foi utilizada uma técnica de resgate e manejo de acordo com os conhecimentos recebidos em uma capacitação no Zoológico Municipal de Canoas, garantindo uma captura mais segura possível tanto para a cobra quanto para os agentes em serviço. Os agentes do GDA fazem um alerta que nenhuma pessoa deve tentar capturar um animal porque ele pode reagir de forma agressiva caso se sinta ameaçado, ainda mais se tratando de uma serpente venenosa. A orientação é que se faça contato imediatamente com a GCM através do telefone 153.

Outra orientação é não ferir nem matar o animal. Conforme o artigo 29 da lei 9.605/98, matar, perseguir, capturar, utilizar espécimes da fauna silvestre, nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, licença ou autorização da autoridade competente, ou em desacordo com a obtida gera detenção de seis meses a um ano e multa.

O que fazer em caso de acidente com animais peçonhentos

  • Procure atendimento médico imediatamente;
  • Informe ao profissional de saúde o máximo possível de características do animal, como: tipo de animal, cor, tamanho, entre outras;
  • Se possível, e caso tal ação não atrase a ida do paciente ao atendimento médico, lave o local da picada com água e sabão, mantenha a vítima em repouso e com o membro acometido elevado até a chegada ao pronto socorro;
  • Em acidentes nas extremidades do corpo, como braços, mãos, pernas e pés, retire acessórios que possam levar à piora do quadro clínico, como anéis, fitas amarradas e calçados apertados;
  • Não amarre torniquete no membro ferido e, muito menos, corte e/ou aplique qualquer tipo de substância (pó de café, álcool, entre outros) no local da picada;
  • Não tente “chupar o veneno”, essa ação apenas aumenta as chances de infecção local.
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