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Política de Resultados: Como a ambidestria política pode mudar nossas cidades

POR: João Darzone - Presidente do Observatório Social de São Leopoldo

Em um mundo em constante evolução, a gestão pública se depara com o desafio de se reinventar. A ambidestria, conceito tradicionalmente aplicado no ambiente corporativo, emerge como uma proposta inovadora para o setor público, especialmente para os cargos de vereador e prefeito.

Esta abordagem sugere um equilíbrio entre a eficiência na administração dos recursos já existentes e a inovação na criação de políticas e serviços públicos que atendam às novas demandas da sociedade.

O político ambidestro é aquele que possui uma visão holística, capaz de compreender as necessidades imediatas e futuras da comunidade. Este perfil se destaca pela adaptabilidade, habilidade de mediação e um compromisso inabalável com a transparência e a ética. Além disso, a iniciativa para inovação e o conhecimento técnico e político são características fundamentais para navegar com sucesso no complexo ambiente da gestão pública.

Em um cenário de alta polarização, como o que ainda vivenciamos no Brasil pós-eleições de 2022, torna-se imperativo que os candidatos a cargos municipais direcionem sua atenção aos problemas reais enfrentados pelas comunidades que pretendem servir.

A persistente divisão Lula x Bolsonaro, embora relevante no contexto político nacional, pouco contribui para a solução de questões cruciais como mobilidade urbana, gestão do lixo urbano e saneamento básico. Estes são desafios que impactam diretamente a qualidade de vida dos cidadãos e exigem soluções imediatas e eficazes.

A superação da dicotomia Lula x Bolsonaro, especialmente em contextos municipais, é crucial. Os desafios locais requerem soluções locais, adaptadas às realidades específicas de cada município. Os eleitores devem buscar candidatos que compreendam a complexidade e a singularidade de suas cidades, que sejam capazes de dialogar com todos os setores da sociedade e que estejam comprometidos com a transparência, a ética e a inovação na gestão pública.

A adoção de uma postura pragmática na gestão pública, que transcenda a polarização ideológica, é essencial para endereçar as necessidades da população de maneira eficiente. A capacidade de dialogar e construir pontes, independentemente das afiliações político-partidárias, é uma qualidade indispensável para os futuros vereadores e prefeitos.

Afinal, o sucesso na implementação de políticas públicas não se mede pelas vitórias ideológicas, mas pelo impacto positivo na vida das pessoas.

Os políticos que conseguirem se distanciar das discussões estéreis e concentrar seus esforços na resolução dos problemas cotidianos serão os verdadeiros agentes de mudança.

O perfil de um vereador ou prefeito ambidestro reflete a necessidade de líderes adaptáveis, inovadores e pragmáticos, capazes de equilibrar a gestão eficiente com a implementação de soluções criativas para atender às demandas emergentes da sociedade.

A ambidestria, portanto, não é apenas uma estratégia de gestão, mas um chamado para a evolução na forma como entendemos e exercemos a política no âmbito municipal, com um olhar voltado para o futuro e para o bem-estar coletivo.

Em um mundo em constante mudança, onde as necessidades das comunidades evoluem rapidamente, a capacidade de adaptar-se e de responder de forma ágil e inovadora é mais valiosa do que nunca.

Os eleitores, por sua vez, têm o papel fundamental de garantir que os cargos de liderança municipal sejam ocupados por indivíduos que verdadeiramente entendam e estejam preparados para enfrentar esses desafios.

Portanto, a análise crítica dos discursos e propostas dos candidatos torna-se uma ferramenta poderosa nas mãos do eleitorado. É imperativo que cada eleitor se torne um agente ativo na depuração do discurso político, buscando identificar e apoiar aqueles candidatos cujas visões e ações prometem não apenas superar a polarização, mas também trazer soluções tangíveis e inovadoras para os problemas enfrentados pela comunidade.

Isso exige um olhar atento e crítico para além das narrativas polarizadas que dominaram o cenário político nacional, focando na capacidade de cada candidato de oferecer respostas efetivas às questões locais.

Assim, ao se aproximar das urnas, é essencial que cada eleitor faça uma reflexão profunda sobre o tipo de liderança que deseja para sua cidade.

Deve-se buscar candidatos que transcendam a retórica polarizada e que estejam genuinamente comprometidos com o bem-estar e o progresso da comunidade.

Atenção, discernimento e um compromisso com a inovação e a eficiência na gestão pública são chaves para eleger líderes capazes de transformar positivamente a realidade local, conduzindo as cidades a um futuro mais próspero e inclusivo.

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