Para que gosta desta bebida quase tudo que de bom acontece (ou não), continua sendo um pretexto a mais para abrir uma gelada e celebrar, afinal, a cerveja vive um momento de diversidade de sabores, aromas e ingredientes, e nada melhor do que adentrar esse universo na prática. Mas é preciso cuidado com alguns “mitos”.
Veja abaixo as curiosidades, os mitos e as verdades sobre esta grande e milenar bebida: A CERVEJA.
Teste seu conhecimento com 10 mitos e verdades sobre a cerveja
1 — Cerveja é uma bebida amarga
MITO
A cerveja pode ter um certo amargor, mas nem sempre é assim. Ela é a bebida mais variada que existe quando o assunto é sabor. O amargor, que geralmente vem do lúpulo, é imperceptível em alguns estilos. Existem cervejas doces, ácidas e até mesmo ligeiramente salgadas.
2 — A água é muito importante para a qualidade da cerveja
VERDADE, MAS…
…um a cervejaria não precisa estar situada junto a um lago alpino ou um ribeirão de águas cristalinas para fazer bebida de qualidade. Hoje em dia, todas as cervejarias modernas tratam a água para obter sempre o mesmo perfil mineral em uma determinada receita. Isso permite a reprodução da fórmula em qualquer parte do mundo.
3 — O sol estraga a cerveja
VERDADE
A exposição à luz prejudica a qualidade da bebida. O vidro marrom oferece alguma proteção contra os raios, mas não funciona 100%. De qualquer maneira, guarde a cerveja em lugar escuro e fresco
4 — Cerveja congelada deve ir para o lixo
MITO
Se você esquecer a cerveja no congelador (e ela não explodir), devolva-a para a geladeira e espere um ou dois dias antes de abri-la. O sabor e a carbonatação devem estar como antes.
5 — Gelar muito a cerveja destrói o sabor
MITO
A regra é clara: quanto mais forte e encorpada a cerveja, menos fria ela deve estar. O que não significa que você deva carregar um termômetro para conferir se o bar serve a bebida na temperatura correta. Por ser leve e delicada, a pilsen merece ser servida gelada. Quantos graus? O brasileiro costuma beber cerveja no limite do congelamento, e não há nada errado nisso. Se você não gosta assim, faça do seu jeito.
6 — Cerveja é a bebida ideal para combinar com petiscos de bar
VERDADE
A explicação é simples: os botecos costumam servir muita fritura, e a carbonatação (gás) da cerveja leva embora a sensação que a gordura deixa na boca.
7 — Quanto mais escura, mais forte é a cerveja
MITO
Não se deixe enganar pelos sentidos. A cor marrom ou preta realmente causa a expectativa de uma bebida mais forte ou densa, mas isso não acontece. A tonalidade da cerveja depende da matéria-prima. Maltes de trigo são quase brancos, malte de cevada tipo pilsen dá um tom amarelo, e as variedades tostadas e carameladas completam a paleta com líquidos que vão do avermelhado ao negro intenso. Na realidade, o calor que torra o malte diminui sua capacidade de fermentação – o que resultaria em menos álcool, mas isso é compensado com a adição de outros maltes na receita.
8 — Cerveja puro malte é melhor
MITO
A lista de ingredientes da cerveja depende do estilo e do perfil sensorial que o mestre-cervejeiro quer obter. Um exemplo: algumas das mais renomadas cervejas belgas são turbinadas com açúcar para atingir um alto grau alcoólico sem ficar encorpadas demais. Quanto ao milho presente na pilsen, ele está de acordo com os parâmetros previstos para a standard american lager – nome técnico do estilo, usado em concursos. Ele e o arroz têm a função de reduzir o corpo da cerveja, tornando-a mais leve e mais fácil de beber.
9 — Cervejarias pequenas são melhores
MITO
Devido à escala de produção, as cervejarias grandes têm uma série de vantagens competitivas: mais tecnologia, investimento em treinamento de pessoal, acesso prioritário aos melhores ingredientes, melhor distribuição e menor custo final por unidade – o que faz com que o produto seja vendido e reposto rapidamente, resultando em cerveja mais fresca na prateleira. As grandes ainda podem se dar ao luxo de descartar os lotes em que, por algum acidente, a bebida não atingiu o padrão de qualidade habitual. Numa pequena cervejaria, um tanque defeituoso pode corresponder a toda a produção. O descarte significaria um prejuízo grande demais, e a cerveja imperfeita vai para o mercado assim mesmo.
10 — O colarinho protege a bebida
VERDADE
A camada de espuma não deixa que a cerveja tenha contato direto com o ar, Isso reduz a oxidação e a perda de gás.
13 curiosidads Cervejeiras
- A cerveja é associada prontamente à cevada, mas pode ser feita muitas outras matérias-primas – em geral as mais abundantes no local da produção. Chineses e japoneses a fabricam com arroz. Africanos, com o sorgo. Na Inglaterra, a aveia é bastante utilizada, enquanto o trigo compõe muitas cervejas alemãs, belgas e francesas. Os finlandeses usam centeio. Nas Américas, o milho entra na receita para acrescentar leveza e refrescância.
- Mesmo antes de se tornar ingrediente cervejeiro, na Idade Média, o lúpulo já era famoso por suas propriedades medicinais. Um uso tradicional da planta é colocar as flores secas no enchimento do travesseiro – o efeito relaxante proporciona noites de sono tranquilo.
- O lúpulo, por sinal, é uma canabiácea – planta da mesma família da Cannabis sativa, a maconha.
- A diferença entre cerveja e chope nada tem a ver com a garrafa e o barril. A cerveja é pasteurizada para resistir vários meses, enquanto o chope não passa por esse processo, que causa pequenas alterações no sabor – altamente perecível, ele deve ser consumido muito fresco e mantido sob refrigeração. Algumas marcas vendem cerveja embarrilada como se fosse chope.
- Engana-se quem pensa que o uso de milho é uma novidade criada pela indústria cervejeira para baratear e facilitar a produção. O cereal foi acrescentado à cerveja em meados do século 19, por imigrantes alemães nos Estados Unidos. Eles queriam fazer cerveja pilsen – grande sucesso desde o início –, mas a cevada americana tinha mais proteína do que a europeia. Isso resultava em uma cerveja turva e encorpada, justamente o oposto do que se espera de uma pilsen. O milho, então, entrou para suavizar a fórmula. Estava criada a pilsen moderna.
- Pilsen é o estilo mais vendido nos países que criaram as quatro grandes escolas cervejeiras: Alemanha, Bélgica, Inglaterra e Estados Unidos. Das marcas mais populares, apenas as alemãs são feitas de puro malte (apenas por exigência legal).
- Na Idade Média, a cerveja manteve o status de alimento. Um dos poucos alimentos seguros naquela época, pois era fabricada com higiene pelos monges católicos. Na liturgia da Igreja, aliás, a bebida foi incorporada como substituta das comidas sólidas nos períodos de jejum dos clérigos.
- Até o século 18, todas as cervejas eram escuras e um tanto defumadas, por causa do uso de fogo de lenha ou carvão para secar o malte. Apenas na Revolução Industrial se descobriu como produzir maltes claros, por secagem com calor indireto.
- Os antibióticos, as vacinas e toda a medicina moderna devem muito à cerveja. Eles existem porque o cientista francês Louis Pasteur (1822-1895) resolveu estudar a bebida. Foi nessas que ele descobriu a existência de micro-organismos e os relacionou às doenças.
- A geladeira é outra invenção que deve sua existência à cerveja. O bávaro Carl von Linde, pai dos sistemas industriais de refrigeração a gás, teve seus estudos financiados por cervejarias – entre elas, a alemã Spaten. Mas o objetivo não era servir cerveja gelada: era manter a temperatura do líquido fresca e constante em qualquer época do ano.
- O café da manhã tradicional da Baviera, na Alemanha, consiste de salsicha branca (weisswurst), pretzel, mostarda escura e um copo (ou mais) de cerveja de trigo – chamada weizenbier ou weissbier.
- Por falar em weissbier, os nítidos aromas de cravo e de banana dessa cerveja não provêm da adição desses ingredientes. O acetato de isoamila (responsável pelo cheiro de banana) e o 4-vinil guaiacol (o cheiro de cravo) são substâncias formadas durante a fermentação da bebida.
- Outros aromas “fantasmas” da cerveja são o maracujá, a tangerina e o pêssego – entre outras frutas – presentes em algumas IPAs, em especial as de estilo americano. As responsáveis pela salada de frutas são as variedades de lúpulo adicionadas à bebida.