Em setembro, Renato Büchelle Rodrigues, professor, pesquisador e diretor dos campi da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) na Grande Florianópolis, apresentou sua tese de Doutorado em Turismo e Hotelaria na Univali. O estudo, intitulado ‘O uso da economia criativa em destinos turísticos’, contou com o apoio da Universidade do Porto, em Portugal.
A pesquisa tinha como foco a proposição de um modelo de análise das dimensões que envolvem a economia criativa em destinos turísticos, e comparou sua aplicabilidade na cidade portuguesa de Porto e em Florianópolis. As dimensões abordavam políticas e mapas, competências e infraestrutura, empresários criativos e redes, liderança e relações culturais, plataformas de informação e governança e políticas públicas. O levantamento demonstrou que a cidade portuguesa encontra-se em estágio mais avançado na incorporação das dimensões da economia criativa. Além disso, a cidade possui 55% das iniciativas no setor privado. Em Florianópolis são 50%.
No trabalho, a incorporação da economia criativa nas políticas públicas dos destinos turísticos como estratégia de diferenciação e sensibilização para criação de novos produtos e serviços e o desenvolvimento de programas de mobilidade integrados, infraestrutura interligada, equipamentos turísticos colaborativos e sistemas de difusão do conhecimento conectadas estão relacionados com a dimensão que avalia políticas e mapas. Nela, Porto aparece melhor do que Florianópolis. No modelo criado, a Capital catarinense leva vantagem na dimensão que avalia competências e infraestrutura.
Segundo o estudo, Florianópolis destaca-se, também, nas plataformas de informação. Na dimensão de governança e políticas públicas, Porto está um pouco abaixo, mas muito próximo de Florianópolis. O pesquisador indica que, nas duas cidades, as plataformas de informação e a governança e políticas públicas consideram o uso de tecnologias otimizadas, amigáveis e com boa conectividade, que geram experiências escaláveis e de boa projeção na promoção e comunicação do destino turístico. Além disso, considera-se a integração das instituições e estruturas com objetivos comuns e voltados para a movimentação do setor econômico em elevação.
Na dimensão que considera liderança e relações culturais, Porto dispara na frente. Há um equilíbrio, no entanto, na criação de programas de redes de cooperação baseadas em desenvolvimento das habilidades e competências dos destinos, de acordo com a vocação regional de cada um, com foco na liderança, proatividade, boa governança e no acompanhamento do planejamento da imagem do destino turístico que alinha um plano de comunicação integrada e a identidade com geração de valor criativo e cultural.
O campo está relacionado com a dimensão de empresários criativos e redes. Nele, as duas cidades aparecem no mesmo nível. Como destinos turísticos Porto está pouco melhor classificada do Florianópolis. Renato considera a consolidação das cidades ocorre por meio da priorização da identidade sociocultural, respeito a geografia e ao território. Há, ainda, o aspecto psicológico da comunidade orientada para as ações da economia criativa: “Uma Indústria Criativa robusta e diversificada promove a expansão do turismo e o surgimento do turismo criativo”, indica o pesquisador.