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Food trucks se reinventaram para continuar no mercado

Entre 2014 e 2016, o Brasil viveu o auge dos food trucks. Ir para parques fazer uma refeição virou moda, um programa familiar. Mas depois veio a crise econômica e o setor foi fortemente sacudido. Três especialistas participaram da mesa-redonda “Food trucks e comida de rua: a revolução que chegou sobre rodas”, que aconteceu quinta-feira (8), no Unibes Cultural, em São Paulo, como parte da programação do Mercado das Indústrias Criativas do Brasil (MicBR 2018).
Os palestrantes explicaram as características das mudanças e a situação atual do mercado. Maurício Schvartz, produtor de eventos de comida de rua, diz que os food parks praticamente desapareceram do País depois de 2016. E cita alguns motivos: os espaços eram grandes e tinham aluguéis caros. Isso exigia estruturas grandes. Quando o movimento caiu, pagar o aluguel perdeu o sentido.
“Comida não consegue competir com estacionamentos e prédios”, diz ele. Além disso, o brasileiro não tem o hábito de comer de qualquer jeito, em qualquer lugar, como europeus e norte-americanos fazem, explica Maurício. “Gostamos de comer sentados. E isso afeta o setor de comida de rua. Além disso, existe um preconceito de classe de que comida de rua é churrasquinho de gato ou coisa semelhante”.
André Fischer, dono de uma rede de bares de vinho itinerantes em São Paulo, Campos do Jordão e Rio de Janeiro, afirma que os eventos de rua acabaram e muitos food trucks foram para pontos fixos ou eventos particulares. Segundo ele, uma loja com ponto fixo é melhor. E o food truck costuma servir para iniciar o negócio. Depois ele vira um complemento, que pode seguir fazer parte de uma festa, um evento ou um festival.
Jorge González, dono dos veículos Buzina, em São Paulo, e de uma hamburgueria, diz que a legislação das cidades não incentiva os food trucks e que o brasileiro tem uma certa rejeição às novidades. No fim, a grande maioria dos food trucks acaba oferecendo a mesma coisa: hambúrgueres.
Ele conta que o mercado teve um “boom”, depois uma queda, e foi se normalizando para quem trabalha bem, com preço, qualidade e serviço. “É preciso fazer algo em que você acredita, mostrar sua verdade, ser original, trabalhar com o coração”.
O MicBR é promovido pelo Ministério da Cultura (MinC) e pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), em parceria com a Organização de Estados Ibero-americanos (OEI). Ele prossegue até domingo (11), com dezenas de atividades na capital paulista.
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