Saúde

Câncer no sangue: entenda a leucemia

A leucemia é um dos tipos de câncer que afetam o sangue. A idade do paciente com leucemia varia de acordo com o subtipo da doença, que, em linhas gerais, se divide em mielóide e linfóide, de acordo com a célula afetada.

Em ambas as categorias, a leucemia pode ser qualificada como aguda ou crônica, considerando a velocidade de divisão dessas células.

As leucemias agudas podem ocorrer em todas as faixas etárias sendo que a LLA (Leucemia Linfóide Aguda) tem maior incidência na infância e juventude. Estima-se que a condição corresponda a 33 de cada 100 diagnósticos em pacientes de 0 aos 18 anos, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA).

Já a LMA (Leucemia Mielóide Aguda) é o tipo mais comum de leucemia em adultos, correspondendo a 80% dos casos neste grupo. A ocorrência de LMA aumenta com a faixa etária (incidência maior acima de 65 anos). Se consideradas todas as faixas etárias, o Brasil deve registrar até o final deste ano 10 mil novos casos da doença.

A leucemia afeta inicialmente a medula óssea – tecido mole que fica dentro dos ossos e é responsável por produzir glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas -, fazendo com que as células sanguíneas passem a se reproduzir de forma descontrolada e gerando o comprometimento da fabricação normal do sangue. Sendo assim, ocorre anemia, diminuição da imunidade e aumento do risco de sangramentos”, explica a Dra. Mariana Oliveira, hematologista do Centro Paulista de Oncologia.

Segundo a especialista, não se trata de uma condição hereditária, mas sim de uma doença que ocorre devido a alterações genéticas adquiridas e que acabam por desencadear o surgimento do câncer.

“Não há como apontar causas exatas que permitam a prevenção para todos os indivíduos. Por isso, a melhor forma de deter o avanço da leucemia é o diagnóstico precoce”, destaca a Dra. Mariana.

Sintomas

Alguns fatores, como a exposição a produtos químicos, principalmente os derivados de benzeno, e à radiação em altos níveis, assim como algumas doenças genéticas que afetam o sangue, podem elevar o risco de incidência da doença.

O principal conselho da hematologista é que seja dada atenção aos sinais que podem ser indícios da doença.

“Os sintomas das leucemias agudas incluem palidez, cansaço e sonolência, uma das consequências da queda na produção de glóbulos vermelhos (hemácias) e consequente anemia. Manchas roxas que surgem aparentemente sem traumas, pequenos pontos vermelhos na pele e/ou sangramentos mais intensos e prolongados após ferimentos leves também podem surgir em decorrência da diminuição na produção de plaquetas”, diz a Dra. Mariana.

A redução na imunidade ocasionada pela baixa quantidade de glóbulos brancos faz ainda com que a pessoa apresente infecções constantes e febre. “Dores ósseas e nas juntas, que podem dificultar a capacidade de locomoção, e dores de cabeça e vômitos são outros possíveis sintomas que não devem ser ignorados. Outro indício da doença pode ser ainda a perda de peso”, afirma.

As leucemias crônicas são comumente descobertas por alterações identificadas no hemograma – exame de sangue que deve ser realizado periodicamente como parte da rotina, já que dificilmente apresentarem alterações evidentes à saúde. “Apenas em estágios mais avançados podem ocorrer sintomas similares aos casos agudos”.

Para fechar o diagnóstico, é recomendada a coleta de medula óssea para exames específicos (mielograma, biópsia, imunofenotipagem e cariótipo).

Outros estudos complementares podem ser então sugeridos, de acordo com a subclassificação a ser estabelecida e análise de risco, para que seja assim definido o tratamento a ser adotado.

Em geral, as leucemias são tratadas com quimioterapia. De acordo com os resultados obtidos com a quimioterapia, pode ser indicado o transplante de medula óssea.

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