O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI-RS) de fevereiro, divulgado na semana passada pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (FIERGS), permanece alto, com 66,8 pontos – varia de zero a cem, sendo que acima de 50 indica confiança –, apesar de uma leve queda de 0,3 em relação a janeiro. Foi a primeira vez que houve recuo desde o forte aumento de 10,6 pontos na passagem de outubro (54,9) para novembro (65,5) de 2018. “Passada a eleição e com a posse do novo governo, o cenário atual mostra que a confiança do empresário gaúcho se estabilizou em um patamar elevado, como já era esperado”, diz o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.
O ICEI-RS é composto pelos índices de condições atuais e de expectativas para os próximos seis meses, tanto para a economia brasileira quanto para a própria empresa. Em fevereiro, o levantamento realizado pela FIERGS constatou que em todos os indicadores da pesquisa há uma resposta positiva por parte dos empresários consultados. Mesmo naqueles que houve pequena retração, pois acima de 50 pontos significa que as condições melhoraram nos últimos seis meses.
O Índice de Condições Atuais (ICA), por exemplo, atingiu os 58,3 pontos em fevereiro, 1,4 acima de janeiro e o maior valor desde junho de 2010 (58,6). Na avaliação de 45,8% dos empresários gaúchos, as condições da economia brasileira melhoraram, enquanto uma reduzida parte, apenas 4,5%, consideram que pioraram. A maioria, 49,7%, ainda não percebeu mudanças. A principal influência para esse resultado veio do subcomponente que mede as condições da economia brasileira (ICA-EB) que, ao subir 3,1 pontos, atingiu 60,6, o mais elevado desde maio de 2010 (60,9). O Índice de Condições das Empresas (ICA-E) também aumentou, em ritmo menor, de 56,6 em janeiro para 57,2 pontos em fevereiro.
Em relação aos próximos seis meses, o Índice de Expectativas (IE) caiu 1,2 ponto na passagem mensal, mas o valor de 71 pontos é o segundo maior da série histórica iniciada em abril de 2005. O mesmo movimento foi observado nas expectativas quanto à economia brasileira: o índice IE-EB caiu 1,3 ponto, mas segue como o segundo maior da história aos 70,7. Já o Índice de expectativas para as empresas (IE-E) caiu menos, um ponto, para 71,2.
Os índices de expectativas também variam de zero a cem pontos, sendo que valores acima dos 50 indicam otimismo. “As sinalizações do governo de comprometimento com as reformas para encaminhar a solução dos problemas fiscais do País, em especial a da Previdência, sustentam o sentimento de otimismo por parte dos industriais gaúchos”, explica Petry, ao ressaltar que empresários mais confiantes são mais propensos a aumentar a produção e colocar em prática investimentos, de modo que o otimismo se torna um fator importante para a continuidade da recuperação da indústria gaúcha.