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Inclusão de pessoas com autismo no ambiente profissional

Por: SAP Brasil

No dia 2 de abril foi celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A data traz consigo uma mensagem importantíssima: além da necessidade de compreendermos melhor as pessoas com o transtorno, precisamos pensar em como incluí-las na sociedade e no ambiente de trabalho.

Estudo realizado com 248 adultos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) mostra que 22,5% deles possuem um emprego em tempo integral. Pesquisa feita no Reino Unido apontou um número ainda menor: apenas 16% dos adultos autistas trabalham de forma remunerada.

Os números enfatizam a dificuldade dessas pessoas em conseguirem a confiança das empresas. Falando especificamente do autismo, os empregadores possuem dificuldades para entender o estilo de vida desses adultos, mais ainda em achar alternativas para adaptar o ambiente de trabalho para recebê-los.

Dados de 2017 da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o autismo afeta uma em cada 160 crianças no mundo. Na época, a pesquisa já estimava que, pelo menos, 70 milhões de autistas no mundo. No Brasil, o número já alcançava 2 milhões.

Como podemos contribuir para a inclusão destas pessoas no ambiente profissional?

Inclusão é a palavra para este ano. As empresas perceberam a importância de uma equipe diversa e estão focadas em iniciativas que fomentem o tema e agreguem valor aos colaboradores.

Na SAP, por exemplo, trabalhamos com o programa Autism at Work. Criado em 2013, a iniciativa tem como objetivo alavancar as habilidades das pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo. De início, o programa visava pessoas com habilidades como reconhecimento de padrões. “Porém, à medida que o programa cresceu, aprendemos que as habilidades das pessoas com autismo são tão únicas quanto os próprios indivíduos. Também acreditamos que, para que nossas soluções prosperem no mercado, nossa força de trabalho precisa refletir a diversidade de perspectivas que nossa base de clientes representa, incluindo a perspectiva neuro diversa”, ressalta Paula Jacomo, Head de Recursos Humanos da SAP na América Latina.

O Autism at Work é personalizado de acordo com a localidade e com base nas necessidades, funções e no ambiente. Cada local tem um grupo responsável por contratar, integrar, apoiar e treinar esses colaboradores. Durante o processo de contratação, nada é exigido do colaborador, é a SAP quem se adapta para recebê-lo, isso pode ser refletido na convivência com os demais funcionários e no aspecto físico do ambiente. Marcelo Dias, Auxiliar Administrativo da SAP é um dos nossos colaboradores com TEA. Seu processo de contratação foi especial: “Eu falei para a responsável pela vaga que eu tinha autismo e ela se interessou pelo meu caso, conversou comigo e pediu meu currículo”.

Nota-se que o interesse por parte do empregador é um dos principais atrativos para captar os melhores talentos. No caso de Marcelo, a recrutadora mostrou-se interessada em incluí-lo na equipe, mesmo que ele não tivesse a especialização necessária para as vagas ofertadas. Quando perguntado sobre sentir-se incluso no ambiente de trabalho, Marcelo mostra-se contente e satisfeito com o acolhimento dos colegas: “Sou parte da equipe! É muito bom trabalhar aqui. O fato de contratarem pessoas com autismo já é uma ótima forma inclusão. Há tempos atrás, o autista era tratado como louco. Hoje em dia, podemos ocupar diversos cargos. Quem sabe, futuramente, não teremos um autista ocupando o Palácio do Planalto”, conclui.

Atualmente, a SAP conta com mais de 140 colaboradores com TEA em 13 países, atuando em 23 tipos diferentes de funções, contando com mais de 100 equipes de base para o desenvolvimento dessas pessoas. Tal iniciativa nos garantiu destaque no Fórum de Diversidade, promovido pela Exame. Na ocasião, a SAP Brasil foi reconhecida como destaque no setor de tecnologia.

Adaptando o ambiente de trabalho

É preciso ter em mente que mudanças deverão ser feitas para receber o colaborador. Além de dinâmicas de inclusão, reduzir barulhos e luzes pode contribuir, já que o paciente com Transtorno do Espectro do Autismo possui baixa tolerância a estímulos excessivos. Para os gestores, compreender que os profissionais com TEA precisam de mais pausas durante o dia é fundamental para o bom desempenho do funcionário. Elaborar rotinas estruturadas, sem muitas variações e cargas horárias adaptáveis pode ajudar. Colegas de equipe também se fazem extremamente necessários na construção de um ambiente saudável, leve e inclusivo.

Para as empresas que desejam embarcar nessa jornada de sucesso e inclusão, Paula recomenda: “É necessário ter o comprometimento e engajamento da alta liderança, criar um grupo multidisciplinar de pessoas para implementação de um programa como Autism at Work e estabelecer parcerias com instituições locais especializadas em Autismo”.

Criar uma cultura diversa, inclusiva e liberta de preconceitos é o que diferencia as empresas com propósito. Empresas, organizações e sociedade são melhores quando incluem pessoas com capacidades diferentes: “A diversidade alimenta nossa inovação, aumenta nosso envolvimento com clientes e funcionários e ajuda a impulsionar o sucesso dos negócios nesse mundo digital em rápida mudança”, finaliza Paula.

 

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