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RS possui mais de 80 mil pequenos negócios no setor de alimentação

Uma das cadeias produtivas mais representativas na economia brasileira, o segmento de alimentos e bebidas possui no Rio Grande do Sul mais de 80 mil micro e pequenas empresas. O número coloca o Estado entre as regiões com maior densidade de empresas com atividades na cadeia de alimentos no Brasil.

Um dos elos com a maior quantidade de empresas é o de serviços de alimentação e fabricação de produtos de panificação, confeitaria e chocolates. Mas o segmento de fabricação de bebidas também chama atenção pelos elevados índices de crescimento. Destaque para o vinho, a cerveja e as bebidas não alcoólicas, que apresentam boas oportunidades de crescimento para atuação de micro e pequenas empresas com produtos de alto valor agregado.

Com o objetivo de transformar o Rio Grande do Sul em Estado referência em alimentos e bebidas de alto valor agregado, ampliando negócios para as empresas da cadeia produtiva, o Sebrae RS elaborou iniciativas prioritárias. Em nível empresarial, no elo de serviços e varejo, o foco está na adequação do modelo de negócios, prospecção de clientes, gestão de pessoas e melhoria de processos. Neste caso, a organização atua em bares, restaurantes e lancherias das regiões Metropolitana, Serra, Centro, Planalto e Vale do Taquari e Rio Pardo. Já o setor de Indústrias abrange cervejarias, orgânicos e alimentos secos premium de todo Estado. As iniciativas voltadas para as pequenas indústrias de alimentos e bebidas trabalham com foco em prospecção de mercado, pesquisa e desenvolvimento de produtos inovadores e na profissionalização da gestão.

Com o olhar voltado para o desenvolvimento estrutural da cadeia produtiva, as iniciativas são voltadas para a ampliação de mercado, em cooperação comercial e expansão, com olhar estadual. Aqui, estão incluídas análise de filiais, franquias, presença digital, e-commerce, pesquisa e prospecção de mercado, encadeamento produtivo, preparação para internacionalização, entre outras necessidades mercadológicas. Para o desenvolvimento no nível sistêmico, o olhar é amplo e contempla a cadeia toda e trabalha pela melhoria de legislação, regulamentação e tributação para produção e venda, promove um fórum de conexão do poder público e entidades representativas, entre outras ações.

Coordenador de Alimentos e Bebidas do Sebrae RS, Roger Scherer Klafke, explica que os projetos são pensados de acordo com as necessidades e oportunidades que se apresentam em determinados elos da cadeia produtiva. Por isso, são divididos entre estaduais e regionais. “Os atuais projetos que trabalham com olhar estadual são voltados para a indústria de alimentos e bebidas. Selecionamos 90 pequenas indústrias com foco em ampliar mercado, com a ideia de, em conjunto, sob a bandeira de alimentos e bebidas gaúchos de alto valor agregado, acessar mercados qualificados como São Paulo e Rio de Janeiro”, comenta. Também está começando um projeto voltado a estimular a pesquisa e o desenvolvimento de produtos inovadores que selecionará 30 pequenas indústrias gaúchas, com interesse em pesquisar e testar produtos no mercado.

Parcerias para crescer

Já os projetos regionais trabalham, principalmente, os segmentos de serviços e varejo (bares, restaurantes, mercados e similares). “Em geral, os projetos olham para determinados elos da cadeia produtiva para que seja possível, com um objetivo comum, termos grupos de empresas mais homogêneos”, acrescenta Klafke, exemplificando com uma iniciativa desafiadora: o projeto da cadeia produtiva de carne, que reúne produtores rurais, frigoríficos, varejistas e restaurantes. “É uma tentativa de aproximá-los para valorizar o produto de uma determinada região/território”, detalha, referindo-se, neste caso, à serra gaúcha.

Roger Klafke também explica que os projetos focam no nível empresarial, beneficiando diretamente, com melhoria na gestão e organização dos negócios, as pequenas empresas envolvidas. Mas também buscado o desenvolvimento estrutural, estimulando ações nas quais as indústrias prospectam mercado juntas e vendem, não só um produto, mas um território ou uma região.

Entre os exemplos de iniciativas estruturais que caminham de forma bem-sucedida estão os polos gastronômicos, o cervejeiro e o projeto de indústrias de alimentos e bebidas. “Ainda assim, para que as pequenas empresas avancem, é necessário também olharmos para questões sistêmicas como o ambiente empreendedor, a legislação e a tributação, que impactam os negócios”, pondera Klafke.

 

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