O setor de serviços é o maior empregador de mão de obra em São Leopoldo, ultrapassando a indústria e o comércio. Este foi um dos principais itens apontados na manhã desta terça-feira (27), durante a apresentação da quarta edição do Boletim Socioeconômico Trimestral da ACIST-SL, que trouxe o tema Desenvolvimento Econômico como recorte social. Os dados foram analisados por Fernando Ribas, vice-presidente de Indústria e coordenador do Boletim. Foram analisados os anos de 2002 a 2018, para ter um recorte mais detalhado das mudanças da atividade econômica. Em 2018, o setor de Serviços correspondeu a 48,6% do total de empregos formais, seguido pelos setores da Indústria (30,5%), Comércio (17,3%), Construção Civil (3,4%) e Agropecuária (0,3%).
Na análise das informações, se descobriu que entre os subsetores que mais geraram empregos formais no município, o destaque ficou com “Serviços de alojamento, alimentação, reparação, manutenção e reparação”, que apresentou geração de 282 novos empregos formais neste segundo trimestre. Na sequência, aparece o subsetor de “Transportes e comunicações”, que registrou saldo positivo de 50 vagas no mesmo período.
Segundo Ribas, a área de Tecnologia da Informação está entre os cinco setores de serviços que mais geraram emprego, indicando a importância do Parque Tecnológico para os empregos de São Leopoldo. Porém, a redução das vagas no setor do Comércio apresentou uma queda muito acentuada, o que é motivo de preocupação e questionamentos. “As pessoas não estão comprando em São Leopoldo e precisamos avaliar os motivos”.
Especialização – O Boletim apresentou também o índice de especialização da mão de obra, apontando que a Indústria Mecânica de São Leopoldo detém uma concentração atípica no Rio Grande do Sul. A Indústria da Borracha, Couros e Peles ficaram em segundo lugar e a Indústria Metalúrgica ficou em terceiro.
Painel – Para avaliar os dados do Boletim, foi promovido um painel com Valmir Pizzuti, diretor executivo do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico e Eletrônico de São Leopoldo, Luis Farias, diretor da CDL e Rafael de Souza, secretário municipal de Desenvolvimento, Tecnologia e Turismo.
Farias reconheceu que é preciso um esforço coletivo para o comércio local retomar seu crescimento. Para ele, fatores como outras atividades econômicas e carência de oportunidades fazem com que os trabalhadores migrem para outras oportunidades e sugere que as entidades se reúnam para a realização de projetos conjuntos para estimular o consumo local.
Rafael de Souza apresentou a série de ações que a Prefeitura Municipal vem realizando para criar um ambiente atrativo para os empreendedores, no que ele chama de círculo virtuoso onde cada segmento impacto no outro. Dentre as políticas públicas, está a Sala do Empreendedor, que executa em média dois mil atendimentos mensais. Integrada com a rede Simples, é a entrada para os processos para Alvarás de Localização e Sanitário e Licença Ambiental. Com mudanças internas, os documentos, que antes levavam seis meses, passaram a ser liberados em 20 dias. O Programa Mão na Roda de Microcrédito, em 13 anos, já concedeu mais de R$ 6,5 milhões para 1,7mil operações de pequenos negócios.
Empresas – O secretário também destacou a evolução do Distrito Industrial da Zona Norte. Com seus 36 lotes já vendidos, somando 25 empresas contempladas, recebeu um aporte de R$ 13,5 milhões em infraestrutura. Atualmente, sete empresas estão em operação e 18 estão com projetos aprovados ou em fase de licenciamentos.
O poder público, ao fazer parte da governança do Tecnosinos, está atuando fortemente para a ampliação do Parque, principalmente na liberação da área do Horto Florestal. Hoje, as 93 companhias lá instaladas geram em torno de seis mil empregos. A meta é chegar em 2024 com 300 empresas.
História – Valmir Pizzuti fez um relato sobre a indústria metalúrgica de São Leopoldo, evidenciando porque a cidade tem o índice de especialização no segmento mais elevado do RS. “Já em 1788, São Leopoldo tinha curtumes, sapateiros, ferreiros e funileiros. Desde lá temos no DNA a veia de empreendedores e a vocação para atuar no setor”, destaca. Ao longo dos anos, empresas como Taurus e Stihl enviam produtos locais para os mais diversos países. “Atualmente, o que mais este setor precisa é de incentivo para continuar o caminho dos antepassados”, sintetiza.
Avaliação – O presidente da ACIST-SL, Oldemar Brahm, destacou a importância do boletim para os empreendedores locais e para quem deseja investir em São Leopoldo e que a entidade vem cumprindo com seu papel para o estímulo aos negócios e para a valorização da cidade. “A cada edição estamos apresentando não somente números, mas propostas para que possamos avançar no desenvolvimento da cidade”.
O Boletim tem o apoio das empresas Stihl, Frontec e Vila Rica Imóveis.
Cresce nível de atividade de São Leopoldo
No segundo trimestre de 2019, o nível de atividade de São Leopoldo cresceu 2,2% frente ao mesmo período de 2018. O desempenho foi divulgado na manhã desta terça-feira (27), na apresentação da quarta edição do Boletim Socioeconômico Trimestral da ACIST-SL, pelo vice-presidente de Indústria, Fernando Ribas. “Estamos acima do crescimento em nível Brasil, mas precisamos ficar atentos, pois houve redução em comparação ao primeiro trimestre deste ano, que foi de 3,2%”, aponta.
Para dimensionar o desempenho dos principais indicadores de São Leopoldo, tomou-se por base de comparação municípios que apresentem características demográficas e de localização geográficas similares. Nesse sentido, foram escolhidos os municípios de Novo Hamburgo, Canoas e Gravataí, uma vez que pertencem à Região Metropolitana de Porto Alegre e possuem mais de 200 mil habitantes.
Os dados completos podem ser acessados aqui.