Por Arthur Benevides*
É um entendimento universal que o pão é um alimento nobre, o mais popular do mundo, consumido em todas as sociedades ao redor do planeta, das classes sociais mais favorecidas às mais carentes. Ao longo do tempo, desde a Mesopotâmia, sua produção foi sendo modificada e diversificada, seguindo as tendências de consumo e obedecendo critérios étnicos, religiosos, respeitando a diversidade de sabores e paladares ao redor do mundo, até chegarmos aos padrões atuais.
O processo de adaptação do produto aos anseios de consumo é um fator determinante para que as indústrias de alimentos tenham um olhar mais focado nesse âmbito. Afinal, atender e, principalmente, surpreender as expectativas do consumidor são aspectos essenciais de sobrevivência no mercado.
Para alcançar os tão sonhados indicadores de performance, as empresas fazem grandes investimentos, desenvolvem times de alto desempenho, investem em consultorias de mercado e contratam executivos com o objetivo de aumentar as margens e buscar o sonhado crescimento. Entretanto, nada disso adianta se o foco nas tendências de consumo não constar na prioridade máxima de qualquer planejamento estratégico.
A geração do milênio, ou geração Y, desenvolveu-se na era da tecnologia, na qual os avanços são extremamente rápidos e precisos, fazendo com que a forma de consumir se atualize de maneira surpreendente, criando novos modelos, produtos e serviços nunca consumidos anteriormente. A interação social por meios eletrônicos tornou-se prioridade nos tempos modernos. Considero que os três maiores medos na atual geração são: sinal de internet fraco no smartphone, bateria acabando e download interrompido.
A indústria da panificação não pode ficar fora desse cenário mundial de mudanças. Evoluir e mudar a forma de consumir o pão tornou-se essencial nos dias atuais. O excesso de informações nas redes sociais, com ataques ao glúten ou carboidratos, sem critério analítico algum, vem prejudicando o consumo. Vejam que o café e o ovo já passaram por esse momento de conflito e angústia. Ter uma vida sedentária, com alimentação desbalanceada e excesso de estresse é uma bomba em potencial para o organismo. Portanto, o consumo do pãozinho francês nosso de cada dia não pode ser associado a esse combo.
Recentemente, em um grande evento do setor de food service, com foco em panificação e confeitaria, promovido pela empresa belga Puratos, chamado Taste of Tomorrow, pudemos conferir essas tendências. Na palestra de Rollo McIntyre (Ipsos), intitulada Global head of innovation, foram apresentados dados de consumo na América do Sul, que mostram que 9% dos consumidores compram pão online e que 53% deles têm interesse em fazê-lo. McIntyre enfatizou que as soluções digitais estão se tornando essenciais para nossa indústria.
Quais elementos fazem uma boa experiência na comida? O gosto, o cheiro, a apresentação da comida servida com um sorriso, a atmosfera do ambiente, a criatividade e inovação na receita, são fatores essenciais e que os novos consumidores buscam. Se “o gosto é o rei, a experiência é a rainha”. No caso dos pães, um atributo muito importante é o frescor. O grande desafio da indústria de panificação é aliar o desenvolvimento tecnológico a esse atributo tão valorizado pelo consumidor.
Além da constante busca pela saudabilidade, em um mundo no qual a informação é a base de tudo, pães com QR Code comestível estão se tornando produtos de consumo básico. Afinal, o consumidor quer saber o que está levando para casa, qual a composição do pão, quais os grãos incluídos na receita, qual o tipo de fermentação, quais as boas práticas sustentáveis da empresa, que tipo de farinha de trigo está sendo utilizado. Esses questionamentos estão, cada vez mais, fazendo parte dos hábitos de consumo.
Outra tendência é a procura por pães com fermentação natural, que tem evoluído muito nos últimos anos. As empresas devem oferecer a seus clientes produtos com essa característica. Além do sabor rústico inigualável, os pães feitos com esse processo contribuem para o aspecto de saudabilidade.
No Brasil, temos um grande e moderno parque industrial do segmento, com excelente matéria prima e equipamentos, aliado a bons profissionais que se destacam por seus trabalhos. A escolha de investir na formação e capacitação da mão de obra, valorizando a tão nobre profissão de padeiro, poderá ser um importante caminho para aproveitar, da melhor forma, as oportunidades que a tecnologia nos apresenta, fortalecendo “A Arte de Fazer Pão”.
*Arthur Benevides é gerente comercial regional de moinhos da M. Dias Branco
Sobre M. Dias Branco S. A. Indústria e Comércio de Alimentos
Contando com sessenta e cinco anos de existência, a M. Dias Branco S.A. Indústria e Comércio de Alimentos é uma empresa do setor de alimentos com ações negociadas no segmento do Novo Mercado na B3. A Companhia produz e comercializa biscoitos, massas, farinha e farelo de trigo, margarinas e gorduras vegetais, snacks e bolos, mistura para bolos, bits de cereais, cobertos de chocolates, torradas e refrescos. Sediada em Eusébio (CE), a empresa é líder de mercado em biscoitos e massas no Brasil, é a sexta maior empresa de massas e a sétima de biscoitos no ranking global por faturamento. Suas operações geram mais de 20 mil empregos diretos em diferentes regiões, refletindo o seu compromisso com fatores importantes para o desenvolvimento econômico e social do país.
Sua história começou ainda na década de 40 quando o comerciante e imigrante português, Manuel Dias Branco inaugurou a Padaria Imperial, em Fortaleza (CE). Atualmente, a M. Dias Branco possui um moderno parque industrial com equipamentos de última geração, seguindo os mais rigorosos padrões de qualidade, operando com um modelo de integração vertical que permite a produção de suas mais importantes matérias-primas, a farinha de trigo e a gordura vegetal, utilizadas no processo de produção de biscoitos e massas. Suas marcas são sinônimo de tradição e qualidade, estabelecendo um vínculo de confiança e respeito com o consumidor. A estrutura operacional da M. Dias Branco S.A. Indústria e Comércio de Alimentos, com sede no Estado do Ceará, conta com 15 unidades industriais e 37 filiais comerciais distribuídas em diferentes Estados do País, garantindo uma cobertura nacional que possibilita a presença de suas marcas em todo o território nacional, assim como em mais de 30 países em todos os continentes.