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Artesã produz peças sustentáveis em Piratini

A série Emater Mulher mostra que no atelier localizado no interior do município de Piratini, a artesã Andrea Madruga está por trás de uma marca de roupas com um grande diferencial, o Fio Farroupilha. Cada peça passa por um processo completamente sustentável e natural, desde a criação de ovinos na propriedade, que fornecem a lã, até o tingimento natural do novelo, que dá cor à peça final.

O negócio de família começou com um grupo de mulheres coordenado pela Emater/RS-Ascar de Piratini, que manifestaram o desejo de trabalhar com a lã. O aperfeiçoamento das técnicas de artesanato em lã chegou por meio de artesãs de Pinheiro Machado. “Foi através da minha mãe que participei desse grupo, e a minha filha, na época com dez anos, me acompanhava nos cursos, se interessando também pela arte. Hoje a minha mãe está aposentada e não trabalha mais com a lã, mas me dá todo o suporte no atelier, e a minha filha trabalha comigo, quando não está ocupada com a faculdade”, conta Andrea.

Apesar do grupo de artesãs ter se dissolvido, Andrea segue com seu trabalho em lã. A necessidade de coleções mais elaboradas surgiu e o processo de criação ficou mais complexo. Com o objetivo de valorizar a tradição gaúcha, a artesã pesquisa na história do Rio Grande do Sul conceitos e ideias para as coleções.

“Assim que a gente termina de pôr no papel uma coleção, já começa a pesquisa para o próximo ano. Temos uma parceria muito forte com o Museu Histórico Farroupilha de Piratini, com o Museu Barbosa Lessa, na internet e sempre finalizamos com documentos físicos, geralmente fornecidos pela Biblioteca Pública de Pelotas. Essa é a parte mais difícil”, destaca, ao explicar como é feita a pesquisa para as coleções.

Apesar da dificuldade, o esforço colocado no planejamento da coleção teve resultados. No início deste ano de 2020 Andrea participou de um projeto coletivo que viabilizou levar a lã gaúcha para a Europa. Por meio da designer de moda Luciana Vulcão, foi possível a apresentação da lã gaúcha na Semana de Moda de Milão. Foi confeccionado um catálogo com as principais marcas, entre elas o Fio Farroupilha. “A semana de moda ocorreu agora em fevereiro, consideramos um avanço importantíssimo a lã gaúcha ser reconhecida pela sua qualidade”, avalia Andrea.

Quando questionada sobre o sentimento de ter toda essa visibilidade, a artesã abre o coração. “A palavra para isso é responsabilidade. Não tínhamos noção da visibilidade que teríamos, nem tampouco da inspiração que seríamos para outras mulheres. Em 2019 fizemos algumas oficinas com grupos da Emater e acho que a gente pôde minimamente contribuir com o serviço de Extensão Rural que a Instituição realiza com o público de artesãos. O momento é de felicidade, realização profissional e eu sou muito feliz com o caminho que eu trilhei com uma marca independente”, finaliza.

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