Rio Grande do Sul

Pró-sinos: Seminário Anual de Saneamento Básico

Municípios consorciados ao Pró-Sinos compartilham boas práticas em palestras disponíveis no canal do consórcio no YouTube. Debates ao vivo completam a programação que vai até 13 de agosto

Manejo de Resíduos Orgânicos é o primeiro tema discutido no Seminário Anual de Saneamento Básico do Pró-Sinos, cujo conteúdo foi disponibilizado no canal do consórcio no YouTube nesta semana. Os inscritos podem acompanhar as palestras gravadas pelos municípios consorciados a partir das segundas-feiras e participar dos debates realizados ao vivo, por videoconferência no Google Meet, nas quintas-feiras pela manhã. O seminário é coordenado pela área de Educação Ambiental do Pró-Sinos e vai até o dia 13 de agosto. Os participantes receberão certificado ao final da programação.

O secretário de Meio Ambiente de Campo Bom, Jeferson Müller Timm, trouxe a experiência do projeto Floração Hortas Urbanas e Compostagem Comunitária, realizado no município. A ideia surgiu a partir do conceito do projeto Floração para a Vida, que trocava garrafas pet por mudas de flores. “É um programa de trocas, onde as pessoas levam o resíduo orgânico da cozinha, cascas de frutas, resíduos de alimentos que podem ser compostados até o espaço e deixam esse material lá. Recebem uma aula de compostagem, veem como é feito o processo (compostagem em leiras e composteira doméstica), aprendem como fazer adubo e levam mudas de hortaliças, chás, temperos, ou flores para casa”, explica.

Para Jeferson, essa concepção vem de uma inspiração em tecnologias de economia circular e permacultura. “Aquele pensamento de fim de tubo onde os materiais vêm da natureza, passam por um processamento, consumo e depois são dispostos num aterro, ou num passivo ambiental, precisa ser alterado e passar a ser um processo circular, onde entre a reciclagem”, defende.

Todo o resíduo orgânico recebido é compostado em leiras até a sua maturação. As leiras são revolvidas e esse material orgânico é coberto com um triturado de galhos. O resultado disso é um composto de ótima qualidade. Em 2019, foram compostadas 15,6 toneladas de orgânicos no espaço do projeto. Conforme o secretário, o resíduo orgânico pode contaminar os materiais recicláveis, diminuindo o potencial de reciclagem. A ideia é que ele passe pelo processo de compostagem e seja reaproveitado. “O Floração é hoje um laboratório de permacultura urbana, trabalha com foco em agroecologia e permacultura”, define.

Jeferson compartilhou outras ações importantes que vêm sendo desenvolvidas na área ambiental, como a horta comunitária do bairro Aurora e outras quatro em fase de implantação. Lá, são produzidos hortaliças, frutas, chás, temperos e também funciona o sistema de trocas. Há ainda o Programa Caco Treco, que recolhe móveis e utensílios domésticos (sofás, armários, colchões) gratuitamente, mediante agendamento. Campo Bom também tem 81 pontos de entrega voluntária (PEVs), que recebem materiais recicláveis, e dez deles recebem também eletroeletrônicos e resíduos perigosos como pilhas, lâmpadas e baterias. A Central de Triagem passou por uma reformulação e modernização, passando de um prédio dimensionado para 20 toneladas/dia para o dobro da capacidade.

Por fim, o secretário destacou o Arboriza Campo Bom, um projeto de educação ambiental que está dentro do plano municipal de arborização urbana, lançado no início de 2020, relacionado a todas as estruturas da gestão de resíduos, ao projeto Floração e o Horto Municipal.

Compostagem no Centro Administrativo

Vem de Estância Velha a experiência da implantação de um projeto de compostagem no Centro Administrativo da cidade. De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Edenilson Klaus, a área onde estão localizadas sete secretarias municipais deixou de gerar resíduos orgânicos há dois anos. Com a instalação de oito composteiras, além da redução de gastos públicos, o composto está sendo aproveitado no plantio de árvores da cidade. E há outro importante fator de sucesso: o engajamento dos 140 funcionários do Centro Administrativo. “Não daria certo se as pessoas não tivessem comprado a ideia. A orientação é importante, para que as pessoas se ponham no contexto”, destaca o secretário.

A compostagem já era uma realidade nas escolas de Estância Velha desde 2017. “Começaram a trabalhar o tema dentro de sala de aula e também na prática. Os resíduos orgânicos que sobravam se transformavam em composto orgânico e, depois, eram utilizados nas próprias escolas”, diz Edenilson. Em 2018, a ideia foi ampliada para o Centro Administrativo. A diretora de Meio Ambiente, Gisela Maria de Souza, lembra que a ideia foi estruturar a coleta seletiva e, com isso, dar outro destino para matéria orgânica, incentivando que a carga passasse a ficar nas casas, nas escolas e nos prédios públicos.

A primeira providência para execução do projeto foi ver a questão do descarte de resíduos de cada secretaria. Classificaram os tipos de resíduos e implantaram a compostagem. Cada mesa tem o cesto do lixo seco e um cesto comum para o lixo orgânico. O material orgânico passou a ser direcionado para uma sala de descarte e levado até a compostagem. Um profissional da área da limpeza foi capacitada para o serviço. “Fizemos uma amostragem da primeira semana e encheram duas composteiras em 15 dias”, destacou a diretora, considerando a quantidade de resíduos que cada pessoa gera por dia.

Gisela destaca que não é um projeto que demanda muitos gastos, apenas na aquisição das composteiras. O mais importante é o compromisso de cada um se engajar e separar o resíduo corretamente. Além de usar o composto na arborização da cidade, o projeto colabora para que não haja contaminação do lixo seco, garantindo mais qualidade para a reciclagem. De acordo com o secretário, a intenção é ampliar o projeto implantando composteiras em postos de saúde, escolas de educação infantil e outros prédios públicos.

Alternativas para o Tratamento de Esgoto e Manejo de Águas Pluviais: Implantação e Operação de Cisternas são os próximos temas que serão abordados no seminário.

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