NegóciosRio Grande do Sul

Preço do leite pago ao produtor tem alta de 3,83% no RS

Os produtores de leite do Rio Grande do Sul enfrentaram recentemente grandes dificuldades em manter a produção em razão da forte estiagem que atingiu todas as regiões do estado. Agora o preço do produto sofreu elevação, renovando as expectativas aos pecuaristas de que possam recuperar os prejuízos sofridos no verão 2019/2020.

O valor de referência do leite no Rio Grande do Sul atingiu R$ 1,5082 no mês de agosto, 3,83% acima do consolidado de julho (R$ 1,4526). O valor segue tendência nacional de alta e é o mais elevado da série histórica do Conseleite/RS. Segundo dados apresentados nesta terça-feira (25/08), o que se verifica neste momento é um aumento de demanda e importações desfavorecidas pelo câmbio valorizado. O queijo mussarela destacou-se com recuperação de preço, principalmente, em função de mudanças nos hábitos de consumo. “O mercado está aquecido. Nos últimos 14 anos, nunca atingimos esse valor, o que é compreensível no momento atual. A dúvida agora é se essa valorização terá seguimento ao longo do ano”, pontuou o professor da UPF e responsável pelo levantamento do Conseleite, Marco Antonio Montoya.

Segundo o presidente do Conseleite, Rodrigo Rizzo, o cenário é de valorização do leite e de reconhecimento do trabalho no campo, uma vez que o produtor também vem recebendo mais por litro. “É um momento justo para o setor em função de nossos custos”, completou o vice-presidente do Conseleite, Alexandre Guerra. Ele citou que, apesar de estarmos em plena safra, as indústrias estão trabalhando com estoques menores, o que garante maior giro e melhor operação. “O setor lácteo está passando pelo seu pico de produção e captação, e o preço está em um patamar adequado que reflete o cenário e o auxílio-emergencial concedido pelo governo”, salientou Guerra.

Rizzo alertou que, com o aumento do preço do leite, acende-se uma luz amarela em relação à retomada da atratividade das importações. Apesar da valorização cambial, as aquisições externas voltam a ser uma opção de oferta, o que já se verifica nos números da balança comercial de lácteos nos meses de julho e agosto. “É algo que deixa o setor em alerta”, ponderou o presidente.

Botão Voltar ao topo