Vivendo o pior momento da pandemia, Caxias do Sul tem, às 14h30min deste sábado (06/03), 41 pessoas aguardando por um leito de UTI pelo SUS. Destes, 15 estão nas UPAs Central e Zona Norte. O número de pessoas na espera soma pacientes com covid-19 e com outras enfermidades, o que retrata a situação enfrentada por toda a rede hospitalar do município, com estrutura e equipe médicas além do limite.
Devido ao esgotamento do sistema e o crescente número de pessoas em busca de atendimento, o diretor da rede municipal de Urgência e Emergência, Fabio Baldisserotto, alerta:
“A rede de urgência e emergência vem enfrentando os piores dias da pandemia. Temos a possibilidade de o Samu, nas próximas horas, precisar represar pacientes nas ambulâncias, pela dificuldade de absorver nas UPAs e nas emergências hospitalares. Corremos o risco de pacientes ficarem intubados nas ambulâncias, aguardando um leito que não se sabe quando virá”.
A exemplo do que ocorre nos hospitais, a UPA Central neste sábado opera em 150% da capacidade e a UPA Zona Norte, em 110%. Isso quer dizer que as duas unidades estão atendendo pacientes além do limite para a qual foram projetadas, em termos de estrutura e de pessoal.
“A rede de urgência e emergência vem enfrentando os piores dias da pandemia e não há perspectiva de dias melhores em curto prazo. Quem olha o saguão, a fachada de uma emergência, não tem a real noção do que estamos vivendo. Os pacientes graves estão nas emergências e nas UTIs, onde as pessoas não conseguem enxergar, mas a situação é essa e está muito, muito crítica”, analisa.
Neste momento, a abertura de novos leitos esbarra não somente na falta de estrutura física, mas na carência de profissionais para atuarem nesses postos.