Rio Grande do Sul

Covid-19: Gravataí tem média de quatro mortes por dia

Em Gravataí, março de 2021 tem sido o mês com pior número de mortes desde o início da pandemia do novo coronavírus (covid-19), iniciada há um ano. As instalações hospitalares estão superlotadas e o número de mortes subindo em uma proporção que ainda não havia sido registrada.

Esta semana, conforme estatísticas do Ministério da Saúde, Gravataí apresenta a média móvel de duas semanas com quatro mortes por covid-19 ao dia. Até janeiro, a média era de uma morte por dia neste mesmo período estatístico de duas semanas.

A partir de fevereiro, o número vem aumentando gradativamente e, em março, deu um salto, expondo o drama que a cidade enfrenta. No início da noite desta quinta-feira (11), Gravataí contabilizava 389 óbitos e 14.804 casos confirmados da doença.

Segundo o diretor de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal da Saúde, enfermeiro Leonardo Machado, este é o momento mais crítico pelo qual a cidade está passando. Faz mais de 15 dias que Gravataí não consegue transferir nenhum paciente para leitos hospitalares fora do município pelo Gerint (sistema de gerenciamento de leitos do Rio Grande do Sul).

“Estamos atendendo todos os que buscam por tratamento na estrutura que montamos dentro do município. Aumentamos em 240% o número de leitos na cidade, saltando de 32 para 114. Tudo o que é possível fazer estamos fazendo, mas a doença tem apresentado um quadro mais grave e, infelizmente, tem levado mais pessoas a óbito”, explica Leonardo.

As estruturas relacionadas ao coronavírus estão superlotadas. Além do Hospital Dom João Becker (HDJB), há pacientes nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e no Pronto Atendimento Municipal (PAM) 24H.

Atenção aos sintomas

O pedido da Secretaria de Saúde é que a população fique atenta aos primeiros sintomas e, com o agravamento do quadro, inicialmente busque atendimento em uma das 29 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município. “Todas as nossas UBSs possuem médicos para acompanhar o caso e, se for necessário, para encaminhar o paciente para a regulação do município, para que se busque um leito”, explica o enfermeiro, lembrando que urgências e emergências de pacientes não covid devem buscar atendimento na UPA das Moradas (ERS-020).

Bandeira preta

O secretário municipal da Saúde, Régis Fonseca, afirma que ainda não se pode sentir os reflexos do programa de distanciamento social da bandeira preta, adotado pelo governo do Estado. “O que temos, por enquanto, é uma estabilização no número de casos, mas ainda com um patamar muito elevado. O que estamos aguardando e contando que ocorra, por conta da diminuição de circulação de pessoas, é que a curva de número de casos comece a descer nos próximos dias. Por enquanto, todas as nossas estruturas estão superlotadas”, alerta Régis.

Por conta disso, o secretário pede que a população reforce os cuidados de higiene pessoal e de distanciamento interpessoal. “Estamos no nosso limite de recursos e usando tudo o que temos para combater o vírus, mas precisamos fazer a nossa parte para que as mortes parem de crescer em Gravataí”, finaliza Régis.

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