Rio Grande do Sul

Pró-Sinos faz mobilização para alertar a sociedade

Com atuação das áreas de Educação Ambiental e Apoio Técnico, o consórcio exerce a função de coordenar e facilitar a realização de ações para o saneamento, que repercutem nas condições do rio

No Dia Estadual de Preservação e Conscientização da Importância da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos, celebrado no dia 17 de março, o Consórcio Pró-Sinos reafirma a relevância de ações voltadas para o cuidado com o rio, e a consequente melhoria na qualidade de vida da população das cidades banhadas pelo Sinos. Nos perfis do Pró-Sinos nas redes sociais, o consórcio compartilha imagens do rio e convida a população a engajar-se na mobilização por sua conservação.

A data foi instituída em 2004, antes mesmo da mortandade de peixes ocorrida em 2006 — resultado de um crime ambiental —, que deu origem à mobilização de municípios para criação do Consórcio Público de Saneamento Pró-Sinos. Desde então, as áreas de Educação Ambiental e Apoio Técnico oferecem serviços que contribuem para o avanço nas políticas de saneamento e repercutem nas condições do rio. A Bacia do Rio dos Sinos envolve 32 municípios. O rio tem cerca de 190km de extensão, da nascente, em Caraá, até a foz, no município de Canoas.

“A grande missão do consórcio é apoiar os municípios da bacia no desenvolvimento de suas políticas públicas de saneamento. Nesse sentido, os Planos Municipais de Saneamento Básico são os instrumentos que materializam e orientam essas políticas nos quatro eixos de saneamento: água tratada, esgoto sanitário, drenagem urbana e resíduos sólidos”, destaca o presidente do Consórcio Pró-Sinos, Leonardo Pascoal. Ele acrescenta que todas as ações realizadas dentro desses eixos repercutem diretamente na qualidade da água dos rios, seja pelo controle da retirada de água para os diversos usos, ou pela qualidade dos efluentes que retornam das cidades após o uso.

Na avaliação do diretor-técnico do Pró-Sinos, Hener de Souza Nunes Júnior, o maior desafio a ser superado na atualidade é o tratamento dos esgotos sanitários. A qualidade da água do Rio dos Sinos é influenciada diretamente por eles. “Nós podemos identificar claramente por meio do Programa de Monitoramento Espacial. A qualidade da água sofre uma queda perceptível ao passar pelos núcleos urbanos e receber a carga de esgotos que é lançada. Conhecer o problema é o início da solução”, afirma Hener.

O Programa de Monitoramento Espacial foi lançado no final de 2020 e possibilita aos consorciados um mapa completo da situação ambiental do Rio dos Sinos. Permitiu a criação de uma série histórica sobre o comportamento das águas coletadas na bacia e que chegam ao Rio dos Sinos. “Os gestores podem agir na correção de problemas com mais agilidade e precisão”, observa o diretor-geral do Pró-Sinos, Luciano Machado.

“A Educação Ambiental também traz ferramentas não somente para apontar os impactos ambientais existentes, mas para que a sociedade se sinta parte da solução desses problemas”, aponta a coordenadora de Educação Ambiental do Pró-Sinos, Daniela Tomaz. Na avaliação dela, é fundamental trazer à tona a necessidade de cuidado com os recursos hídricos, sensibilizando e mostrando alternativas sustentáveis e, principalmente, chamando para a responsabilidade da prática nas ações diárias. “O incentivo à restauração das matas ciliares, o descarte correto dos resíduos e o aproveitamento da água da chuva são exemplos disso”, conclui.

Condições do rio

De acordo com dados do Programa de Monitoramento Espacial, na região do Alto Sinos, mais próxima das nascentes do Rio dos Sinos e dos seus afluentes principais, a maior parte dos nove parâmetros de controle analisados na água do Rio dos Sinos apresenta condição boa ou excelente. A coleta é feita mensalmente em 24 pontos. O Índice da Qualidade da Água (IQA) é 78,84, considerado bom em uma escala que vai até 100. A concentração dos sólidos totais está alta, mas pode ser consequência de chuvas recentes, que arrastaram partículas em suspensão na água. A condição não é perfeita, mas é muito boa.

Já na região mais urbanizada, próxima dos municípios de Campo Bom e Novo Hamburgo, o IQA passa para 43,85, considerado ruim. A presença de coliformes e o grande consumo de oxigênio na água (DBO5) revelam o despejo da grande quantidade de esgoto não tratado, que ocorre nas zonas urbanizadas.

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