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Setembro Amarelo – Opinião, por Vianey Schneider

Vianey Schneider
Colaborou: Gisele Cristina

Desde 2015 temos tido no mês de setembro, a campanha do setembro amarelo que nos dá a oportunidade de conscientização sobre a importância da prevenção do suicídio. É um assunto delicado, digno de ser tratado por profissionais para que estes possam dar as devidas orientações. Porém há algo que sim, nós, pessoas comuns podemos falar, que é sobre a fé e sobre a esperança. O suicida não quer, na verdade, acabar com a própria vida. O interesse dele é em acabar com o problema que o assola.

Consultando o site oficial da Campanha – www.campanhasetembroamarelo.com.br, descobrimos que há 3Ds que levam uma pessoa à cometer o suicídio. É o D de desesperança, o D do desamparo e o D do desespero. E nesse tripé, existe algo muito simples que podemos fazer para ajudar alguém à desistir do suicídio. Geralmente as pessoas que cometem suicídio, nunca tiveram uma ajuda de um profissional, devido à algum tipo de preconceito. Sendo assim, há um espaço para que nós, na condição de amigos, conhecido ou familiar, de alguém que tenha propensão ao suicídio, possamos ajudar à evitar a sua morte.

Muitas vezes, o simples ato de ouvir a pessoa faz com que ela sinta amparada. O ato de ouvir é um ato de amor. A minha avó já dizia: “Temos dois ouvidos e uma boca, para ouvir mais do que falar”. Em qualquer situação, o ato de ouvir é de grande valor, pois nos dá o meio de se colocar no lugar do outro, ouvindo-o. Há também o D da desesperança. Uma palavra otimista pode ajudar alguém que não encontra mais nenhuma solução para o seu problema. Certo é que, tirar a própria vida, não solucionará problema nenhum. Uma conversa com alguém que está correndo risco de suicídio pode trazer a ela alguma luz no fim do túnel, alguma esperança. Não devemos jamais fazer julgamentos ou diminuir a dor da pessoa com comentários simplistas. Mas sim, tentar sentir a dor dela, escutá-la, e dar algum motivo para que ela desista da morte.

A pessoa que está dando sinais de que não deseja mais viver, não deve jamais ficar sozinha. Sempre que possível, o ideal é encaminha-la à um profissional. Mas se isso não for possível, o momento é de amparo, de companhia e afeto. Existe ainda o D do desespero. O desespero geralmente leva as pessoas a tomarem atitudes impulsivas. Há registros que apontam crescente número de casos entre os jovens. É a fase da vida de uma pessoa que ela passa da adolescência para a fase adulta e essa fase traz consigo muitos desafios. Precisamos ter atenção também com os adolescentes, uma vez que estão passando por transformações físicas e psíquicas que podem trazer transtornos para eles. É nessa fase da vida também que poucos se envolvem com a fé.

Atualmente, cada vez mais a fé é deixada de lado, é visto como fantasias de pessoas fracas. Infelizmente, existe uma dicotomia entre a ciência e a fé. Fato é que chega a um ponto de nossas vidas que percebemos que ter uma carreira bem-sucedida e conquistas materiais, por exemplo, muitas vezes não nos satisfaz. É aí que vamos em busca de um propósito no ser e existir. Daí entra a fé que retroalimenta a esperança e faz com que algumas pessoas encontrem mais sentido em suas vidas.

Mas isso só acontece se existe um legado de Fé na família. Fora isso, é bem provável que a pessoa não desfrute dos benefícios da fé. Não estamos dizendo aqui que os religiosos ou pessoas de fé nunca cometeram um ato contra a própria vida. Não é isso. A pandemia, por exemplo nos mostrou que a calamidade, a desesperança, a depressão, a ansiedade são fatores que tem força para atingir qualquer pessoa e ninguém está livre de ser abalado. Foi por isso que começamos o texto falando dos profissionais da área psíquica que devem ser procurados sempre que possível.

Estamos levantando ferramentas que podem ser úteis para ajudar as pessoas e uma delas é a fé. Mas fé em que! Existe uma frase que faz muito sentido em uma situação de desesperança, desamparo ou desespero, e esta frase foi dita pelo Deus dos cristãos, e por tanto a encontramos na Bíblia, no livro de João, capítulo 14, versículo 1 onde diz: “Não se turbe o vosso coração; Creia em Deus, creia também em mim, Jesus Cristo”. É como se Deus nos dissesse para não ficarmos abalados e sim confiarmos Nele! Afinal, existe algo difícil demais para Deus?

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