Os golpes contra clientes de bancos cresceram 165% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2020. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o crescimento ocorre no momento em que o celular responde por mais da metade das transações bancárias. E a pandemia aumentou a importância desses aparelhos, que passaram a ser usados por pessoas que antes sequer tinham conta em banco.
O alvo preferencial dos criminosos é justamente esse público que tem pouca intimidade digital, diz a entidade. Os golpistas tendem a se aproveitar da falta das informação das vítimas para induzi-las a fazer depósitos e transferências.
Falso funcionário
O golpe do falso funcionário cresceu 62% no primeiro semestre deste ano. Nessa modalidade, o criminoso liga para a vítima e se faz passar por funcionário do banco. Ele informa a vítima sobre supostos problemas de segurança para conseguir dados pessoais e financeiros. Durante a ligação, o criminoso pede ainda que a vítima digite a senha do cartão para fazer saques em dinheiro.
Falso motoboy
O golpe do falso motoboy funciona de forma semelhante. O golpista liga para a vítima passando-se por funcionário do banco e diz que o cartão foi fraudado, pede a senha e instrui a pessoa a cortar o cartão. No entanto, o chip fica preservado.
Um suposto funcionário do banco vai à residência da pessoa sob o pretexto de retirar o cartão para que um novo seja emitido. Com a senha e o chip, os golpistas podem sacar dinheiro e fazer transações em nome da vítima.
Nesse tipo de situação, alerta a Febraban, os golpistas tentam provocar medo na vítima para que ela aja por impulso e siga as instruções dos criminosos. A Febraban lembra que os bancos não solicitam senhas, números de cartão ou pedido para fazer transferências.
Phishing
As tentativas de golpe do tipo phishing cresceram 26%. Nessa modalidade de fraude, são enviados e-mails ou mensagens por WhatsApp na tentativa de obter dados ou induzir as pessoas a clicar em páginas falsas de bancos.
Por isso, os clientes devem sempre desconfiar de ofertas não solicitadas ou descontos muito acima do esperado, além de verificar com cuidado os endereços de e-mail e das páginas nesse tipo de mensagem que, muitas vezes, tentam simular com troca de letras ou domínios do exterior as páginas oficiais dos bancos.
Empréstimos e vendas não solicitadas
Há ainda as fraudes com empréstimos e venda de produtos com condições aparentemente muito vantajosas. Os criminosos, então, induzem o senso de urgência nas vítimas para que façam depósitos sob o pretexto de não perderem a oportunidade das ofertas. A Febraban alerta que nenhuma modalidade de empréstimo solicita pagamentos antecipados. No caso de compras, é importante fazer em páginas seguras e certificadas.
Ressarcimento
A Febraban afirma que os bancos investem R$ 2,5 bilhões por ano em segurança digital. Porém, em casos em que as vítimas fazem os depósitos ou entregam informações para os criminosos, o entendimento dos bancos é que a fraude não envolveu o sistema, por isso, não há chance de ressarcimento.