Com análise da economista Lodonha Coimbra Soares e levantamento estatístico da professora Adriana Speggiorin, a pesquisa “Fatores de Motivação da Jornada de Consumo no comércio varejista” oferece indícios que apontam oportunidades para que o comércio esteja presente na vida do consumidor oferecendo facilidades que podem ser decisivas para as vendas. Em formato híbrido, ou seja, presencial e on-line, a consulta foi feita em universidades, supermercados, shoppings e no comércio de rua pelo Departamento de Pesquisa do Sindilojas Caxias com 1.276 pessoas.
Focado em atuar para fortalecer o comércio ao fornecer dados relevantes para o varejo da região, contextualizado pelas particularidades da região, o Departamento de Pesquisa do Sindilojas se envolveu na criação e aplicação da pesquisa em todas as etapas porque pretende oferecer subsídios para o desenvolvimento do comércio. A coordenadora do Departamento de Pesquisa, Lizete Zamboni Vieira, destaca a importância de ouvir o consumidor para oferecer facilidades que podem levar à compra: “O cliente hoje quer muito mais do que condições de pagamento e é preciso que o empresário esteja atento para identificar as particularidades de cada perfil para vendas mais assertivas”, destaca. Afinal, segundo ela, os dados podem contribuir para a elaboração de estratégias e investimento em iniciativas para os negócios.
Entre os resultados mais expressivos, a compra em loja física foi apontada por 70% das pessoas, dado que confirmou a expectativa dos integrantes do Departamento de Pesquisa: “Nós entendemos que a compra on-line teve aumento durante a pandemia, mas a compra presencial no varejo segue na preferência do consumidor”, completa Lizete.
Focada no comércio varejista, exceto gêneros alimentícios, a pesquisa constatou que a frequência de compra na loja física é mensal para 56% dos consumidores, enquanto passa a ser quinzenal para 8,5% e semanal para 7,5%. Em relação ao consumo no comércio local foi constatado que 67% apontaram o comércio de rua para compras futuras, enquanto 20% escolheram shoppings e 3,7% outros. As preferências de compras são: vestuário/calçados (quase 73%), beleza e cosméticos (18,4%) e casa/decoração (16,5%).
Ao verificar os fatores influenciadores para a preferência de compra em loja física o destaque está na visualização e no contato direto com o produto (66%), o que leva ao segundo fator apontado com 26%, que é o atendimento aos clientes, estratégia que se mantém determinante para conquistar novos consumidores e para a fidelização dos atuais.
A economista aponta uma estreita relação entre a escolha da loja para compra e o que poderá ser oferecido para que o cliente se motive a comprar: aproximadamente 38% ressaltaram o atendimento personalizado e 32% as diferentes formas de pagamento, mesmo com a opção para a escolha de mais alternativas. Sobre a escolha da forma de pagamento, prioritariamente, são escolhidos o cartão de crédito/débito (70%), o Pix com 7,2% e o crediário próprio por 6,2%.
A maioria (88,6%) dos entrevistados apontou como principal motivo de compra a necessidade, seguida pela motivação e pelo impulso. Em uma questão de múltipla escolha, os respondentes afirmaram que, para se dirigir à mesma loja para uma nova compra o consumidor é atraído, em primeiro lugar, pelo atendimento, seguido pelo preço e pela variedade dos produtos.
Em uma pergunta incluída com o propósito de identificar possibilidades para a inovação e a tecnologia, foi questionado se o entrevistado sabia o que era Metaverso. A maioria (63%) dos que responderam à pesquisa, declaram desconhecer o termo. Para a economista Lodonha, a informação é útil para o empresário do comércio que tem uma oportunidade para preparar e adequar o negócio a esta nova forma de compra, nesta rede de “mundos virtuais, que busca replicar a realidade, com foco na conexão social.
Amostragem
A amostra conta com 92% de pessoas de Caxias do Sul, 2,9% de São Marcos, 1,6% Flores da Cunha e o restante dos municípios vizinhos à região territorial de Caxias, sendo que 41,5% está na faixa dos 30 a 50 anos ou mais, 33,2% têm 51 anos ou mais e 25,2% entre 18 a 29 anos. Setenta e quadro por cento são mulheres e apenas 25,8% se identificam com o gênero masculino. Quando questionados sobre a renda, 70% estão na faixa dos R$1.000,01 a R$3.000,00 e 15% declararam possuir uma renda mensal acima de R$5.000,00.