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Iluminação natural, integração dos espaços e a arte transformaram apartamento de 180 m²

Localizado na rua Oscar Freire, nos Jardins – São Paulo, o apartamento de 180 m² passou por uma reforma completa pelas mãos do arquiteto Marcelo Macedo, que comanda o Studio MEMM. O objetivo era adaptar os espaços segmentados do edifício dos anos setenta às demandas do cliente. Com um novo layout, os ambientes ganharam mais amplitude, fluxos mais inteligentes e cômodos mais adequados ao estilo de vida dos proprietários.

Um dos destaques do projeto de arquitetura é a sua conexão com a Arte e o Design. Os clientes já possuíam um acervo de obras de arte e peças de design e desejavam ambientes minimalistas e monocromáticos. Pensando nisso, o Studio MEMM propôs uma arquitetura que funcionasse como uma plataforma para a apreciação das artes. Os elementos construídos deveriam valorizar a coleção, criando um ambiente onde uma arquitetura suave integrasse a composição do todo.

A solução para a reforma se baseou em inserir pontualmente geometrias bem definidas em madeira ripada que equilibrassem o tom cinza das alvenarias, pisos e mobiliários trazendo calor para o ambiente. Com o posicionamento estratégico dos elementos arquitetônicos, os vazios foram calculados para receber telas e objetos criando um ambiente harmonioso e propício à contemplação artística.

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Foto por: Marcelo Macedo

Embora a planta fosse funcional, as decisões espaciais ficaram atreladas ao pé direito que era restrito, por essa razão, evitou-se a utilização de forros e a iluminação foi inteiramente pensada rente à laje, a partir de peças delicadas e discretas, eliminando tubulações aparentes que não faziam parte da estética proposta a área íntima teve sua maior mudança realizada na suíte e banheiro do casal. Originariamente localizados na fachada lateral do prédio, o ambiente recebe menor incidência de luz natural e tem pouca abertura visual, devido ao lote vizinho. Já o banheiro, no interior da planta, recebe apenas luz indireta e perdendo privacidade com a área de serviço. A solução foi substituir a suíte master com o quarto secundário que, embora menor, apresentava melhor iluminação e não tinha vizinhos próximos, por estar voltado para a rua. Usando sobras de um corredor amplo e antigo, o quarto ganhou closet e quebrando a parede de divisão com o banheiro, tornou-se a nova suíte master, ampla e iluminada.

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Foto por: Marcelo Macedo

O apartamento mostra-se ainda mais flexível por conta do elemento presente na porta entre a cozinha e a sala, que possibilita unir os ambientes, ampliando o espaço social. A cozinha é um ambiente claro, possui janelas em fita trazendo iluminação, e com a divisória aberta, o cômodo integrado recebe luz por ambas as fachadas do prédio. Além disso, a circulação cruzada de ar se torna possível garantindo melhor assepsia e qualidade térmica.

Para que a cozinha aberta não se tornasse um problema, buscou-se por um lado relacioná-la com a sala, para que formassem um ambiente único, mas ainda era necessário que tivessem diferenças, para evitar que os momentos mais críticos da área de serviço impactassem a percepção de arrumação e limpeza da área social. Com tom majoritariamente branco, a cozinha ainda que próximo, se destaca do tom cinza claro da sala. Depois, o elemento ripado entra no ambiente, mas na bancada se torna branco, trazendo a elegância da sala, evidenciando sutilmente a mudança do uso.

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Foto por: Marcelo Macedo

Com o caixilho original preservado, enfatizou-se a paleta cromática do projeto, além de manter a memória do edifício de 1975. Os puxadores com desenho específico e da época acionam as bandeiras superiores mantendo a circulação cruzada. A decisão representou grande economia na projeção financeira da obra e deu força para que a grande divisória entre a sala principal e a cozinha seguisse a mesma linguagem em alumínio fosco e vidro translúcido, garantindo que a arquitetura construísse o ambiente para que as artes encantassem.

O vidro translúcido da porta de correr, se necessário, garante o isolamento completo entre os ambientes, trazendo privacidade visual quando necessário. No entanto a madeira ripada na cozinha, traz refinamento do espaço social para dentro dessa área, sugerindo que fique mais tempo aberto.

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Foto por: Marcelo Macedo

O apartamento ainda contava com um quarto de funcionários, que se localizava na área central da planta com luz indireta. Sem intenção de uso, foi substituído, abrindo o espaço e se transformando em uma sala íntima que conecta a área dos quartos com a de serviço, sem ter a necessidade de ter que passar para área social, dando mais flexibilidade para usar a casa.

Um novo aquário de água salgada de 0,75x x75x 1,75 cm faz a divisória entre o corredor e a sala íntima, trazendo uma iluminação filtrada na passagem para os quartos e uma forma relaxante de chegar e sair dos aposentos todos os dias. Para garantir que a laje aguentasse a alta carga por metro quadrado sob a caixa de água, o projeto estrutural foi necessário.

FORNECEDORES:

Iluminação: Futura Iluminação
Marcenaria: Ortiz Marcenaria e Design
Obra: Torino Arquitetura e Engenharia
Quadros: Cranio artes e Jean Araujo
Poltronas: Carlo Hauner and Martin Eisler

FICHA TÉCNICA

  • Projeto: MZ2
  • Arquitetura: Responsável: Marcelo Macedo
  • Colaboração: Mariana Magalhães e Anderson Toda
  • Gerenciamento/Coordenação: Studio MEMM
  • Local: Jardins – São Paulo – SP
  • Ano: 2022
  • Área: 180m²
  • Crédito das fotos: Marcelo Macedo
  • Estrutura Aquário: Base Engenharia
  • Projeto e execução Aquário: Dream Fish
  • Portas de Alumínio: Esquadrimax
  • Produção: Drielly Nunes

Sobre Marcelo Macedo

Marcelo desde o início da sua formação em arquitetura e urbanismo em 2005, percebeu a possibilidade da transformação que a disciplina poderia causar no espaço, sociedade e mundo. Em um longo estágio de preparo, acumulou conhecimento acadêmico e profissional até o período em que decidiu pôr em prática suas buscas por transformações, através do Studio MEMM.

Graduou-se na FAU-Mackenzie, reconhecida pela ênfase nas técnicas projetuais e complementou seus estudos na francesa, ENSA-Paris-Val-de-Seine, explorando o lado artístico da antiga escola de Belas Artes, aproveitando o período para também visitar o continente.

Formado, trabalhou no Brasil aproximadamente 3 anos na Metro Arquitetos fazendo projetos culturais, educacionais, residenciais e urbanos. Nas parcerias do escritório, colaborou com Paulo Mendes da Rocha e OMA.

Em 2016, graduou-se no Master de Arquitetura Avançada da Columbia University em Nova Iorque, ampliou seus conhecimentos conceituais, técnicas de projeto e fabricações. Trabalhou também na TPG Architecture na mesma cidade, na área de Varejo e Interiores corporativos, momento em que se aproximou da escala do usuário.

Em 2018 de volta no Brasil inicia o Studio MEMM para empregar suas ideias e crenças de como impactar a arquitetura e o espaço em que vivemos. Após a pandemia com a estruturação e consolidação do Studio, Marcelo divide a produção do Studio em seus trabalhos profissionais e projetos em prol da sociedade. Ainda, buscando gerar registros arquitetônicos através de livros e podcasts buscando influenciar o futuro da disciplina.

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