Saúde

Quando a compra compulsiva se torna doença

Comprar compulsivamente e acumular objetos que não são necessários pode se tornar uma doença chamada de oniomania. Esta síndrome da compra compulsiva é um transtorno psicológico e está relacionada a outras condições, como transtornos de ansiedade, de humor e transtorno obsessivo-compulsivo.

De acordo com Carina Magalhães, professora do curso de Psicologia da Unime, quem consome compulsivamente busca aliviar temporariamente uma vivência negativa, como desconforto emocional, ou até mesmo o vazio existencial. “Infelizmente, ao longo dos anos, é notório que as consequências da falta de controle no consumo afeta e impacta negativamente famílias inteiras. A compulsão não apenas afeta o equilíbrio financeiro, como gera conflitos interpessoais. Esse desgaste pode impactar a saúde mental daqueles que dividem o mesmo espaço e rotina diária com quem possui dificuldades no controle do comportamento impulsivo”, explica a psicóloga.

É comum que indivíduos que sofrem de oniomania tenham a sensação de alívio ou prazer ao realizar uma compra. No entanto, esse sentimento vem seguido de culpa, remorso e ansiedade.

Comportamentos compulsivos também são reflexos de uma sociedade cada vez mais acelerada que age por impulso, buscando por vezes compensar ausências de tempo e convívio com a aquisição exagerada de produtos disponíveis facilmente num clique, sem nem precisar sair de casa.

Identificar se uma pessoa está com oniomania não é algo simples, já que a oniomania opera dentro do aspecto psíquico. Geralmente, quem enfrenta não reconhece a doença e quem está à volta não se sente confortável para sinalizar que é hora de procurar ajuda. A psicóloga defende que a ajuda profissional é um caminho para evitar as compras por compulsão e a terapia é uma opção para tratar a oniomania.

O tratamento para a doença normalmente envolve abordagens além do que está aparente, por meio da terapia cognitivo-comportamental, que visa identificar os gatilhos emocionais por trás da ação de compra compulsiva e desenvolver estratégias para controlá-lo. Em alguns casos, medicamentos podem ser descritos pelo médico que acompanha o caso, para tratar sintomas relacionados, como ansiedade e depressão.

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