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O avanço do mercado imobiliário no Paraguai

Nos últimos anos, o Paraguai se destacou amplamente em relação a Brasil e Argentina no que diz respeito à economia. Segundo o Banco Central paraguaio, somente no primeiro trimestre de 2017, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 6,6%. O resultado representou uma significativa aceleração ante a alta de 3,4% na comparação com o quarto trimestre de 2016 e também na comparação com o primeiro trimestre do Brasil, que teve crescimento de 1%, e da Argentina, com apenas 0,3%. O bom desempenho se atribui principalmente aos setores de construção, indústrias manufatureiras, serviços e produção agrícola, em especial de soja, principal produto de exportação.

O setor de construção civil cresce, em média, 18% ao ano. Consequentemente, o mercado imobiliário sofreu um “boom” que perdura desde 2010, quando a economia cresceu 14,5%, alcançando a maior expansão da América Latina. Multinacionais de diversos países também incluíram o Paraguai em sua rota, empresas argentinas, norte-americanas, uruguaias, espanholas e brasileiras, que aumentaram a presença estrangeira no país na última década. Hoje, cerca de 30% do PIB paraguaio tem participação brasileira. Muitos brasileiros que desejavam morar ou empreender no país enxergaram o ano de 2017 como oportunidade ideal, e na embaixada brasileira em Assunção, o número de empresas que pediram informações sobre como operar no país vizinho cresceu quase 64%. Segundo dados do governo local, sete em cada dez indústrias que se instalaram no Paraguai nos últimos cinco anos, são de brasileiros e muito se deve a lei que isenta empresas de impostos e estimula diretamente o crescimento.

Antes conhecido pelos brasileiros apenas por ser o “paraíso” das compras, agora o Paraguai atrai microempresários que decidiram investir no país devido à carga tributária ser baixa, em torno de 12% do PIB, e a menor burocracia para contratação de profissionais, o que reduz em 30% o custo com mão-de-obra. Também vale mencionar as leis trabalhistas mais flexíveis e a existência de benefícios de isenção ou redução de impostos para a importação, produção e exportação. Diferente de 2008, quando a migração se concentrava no setor têxtil, agora são empresas do segmento de cosméticos, brinquedos, plásticos, dentre outras que apostaram em um novo público consumidor para obter um negócio mais rentável, já que o retorno do investimento é, em média, de 23%.

Com o avanço dos novos bairros em Assunção, capital do país, o setor imobiliário também se expandiu por lá e a cidade, que se tornou um verdadeiro “canteiro de obras”, passou a ser o grande alvo de investimentos do setor privado. Este segmento aproveitou a oportunidade para construção de casas, prédios comerciais, projetos governamentais, além de hotéis e shopping centers, que colaboram diretamente para o aquecimento da economia local.

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