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Monitoramento de insetos-praga reinicia na região de Pelotas e na Serra Gaúcha

Recomeça nesta semana mais uma temporada do Sistema de Alerta para Monitoramento e Controle da Mosca-das-Frutas nos pomares de pessegueiros. Esse já é o oitavo ano na Metade Sul do Rio Grande do Sul e o segundo na região da  Serra Gaúcha. A estratégia da pesquisa agropecuária de apoio ao setor de produção do pêssego, através do monitoramento e divulgação de Boletins semanais com orientações para a cultura, está apresentando excelentes resultados.

A primeira reunião de monitoramento com as instituições parceiras e a divulgação dos boletins informativos, da região de Pelotas e da Serra Gaúcha, acontece hoje, 22 de agosto. A atividade é uma iniciativa da Embrapa Clima Temperado (Pelotas,RS) e Embrapa Uva e Vinho (Bento Gonçalves, RS), em conjunto com a Emater/RS-Ascar, Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Sindicato das Indústrias de Doces e Conservas Alimentícias de Pelotas (Sindocopel), Associação dos Produtores de Pêssegos de Pelotas, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pelotas e Secretarias de Agricultura dos municípios de Canguçu, Morro Redondo e Pelotas. Na região da Serra Gaúcha o projeto tem o apoio do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) – Campus de Bento Gonçalves e das Secretarias Municipais de Agricultura dos municípios participantes.

Novidades para a safra 2018
Na região de Pelotas, as estações de monitoramento do comportamento da mosca-das-frutas continuam em quatro áreas, duas no interior de Pelotas, uma em Canguçu e outra em Morro Redondo. Nesta safra  serão avaliadas com maior atenção a presença, ou não, da Grafolita e da mosca Ceratitis Captata. “Em cada estação de monitoramento foram instaladas 10 armadilhas para Anastrepha fraterculus (mosca-das-frutas), cinco para Grafolita ( a mariposa oriental) e cinco para Ceratitis Captata“, confirmou o pesquisador que coordena as ações pela Embrapa, Dori Edson Nava do laboratório de Entomologia.

Os pomares monitorados pelo Sistema de Alerta utilizarão armadilhas McPhil e o uso de proteína hidrolisada, que já vinha sendo realizado. “Vamos disponibilizar a Ceratrap para a captura da Anastrepha, pois esta proteína tem maior eficiência em relação as demais formulações de acesso no mercado”, disse Nava. E para captura das outras espécies de insetos-pragas serão utilizadas armadilhas Delta com o uso de uma proteína sintética, que imita o feromônio natural. “A infestação desses insetos-praga são detectadas nas armadilhas do Sistema de Alerta, quando para Anastrepha e Ceratitis há a captura de 3 moscas/armadilha/semana; para Grafolita, são 20 machos/ armadilha/semana”, explica Nava. A presença da Grafolita na safra anterior aconteceu no período pós-colheita – entre fevereiro e março – portanto, os cuidados se devem para prevenção não somente em colheita das frutas, mas para todos os períodos de desenvolvimento da cultura.

Na Serra Gaúcha,  a grande novidade é a inclusão do município de Veranópolis, que, ao lado de Bento Gonçalves, Farroupilha e Pinto Bandeira, passará a ter propriedades acompanhadas. Em cada município o monitoramento acontecerá em cinco propriedades visando obter as informações da flutuação populacional da praga. Além dessas vinte propriedades, o grupo optou por incluir dois pontos de controle em Bento Gonçalves, um localizado dentro da Embrapa Uva e Vinho e outro no IFRS.

Como funciona o Sistema de Alerta?
O Sistema de Alerta passa a partir da semana de 20 de agosto a ser realizado durante os primeiros três dias de todas as semanas – segundas, terças e quartas-feiras – até o final da safra do pêssego, que ocorre em meados de janeiro, ao divulgar informações sobre a população do inseto e estratégias de controle para cultura. Na Região de Pelotas, a elaboração do Boletim acontece a partir de reuniões que discutem estes dados com a participação de representantes da Embrapa, Emater/RS-Ascar, UFPel, Sindocopel, Associação dos Produtores de Pêssegos de Pelotas, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Pelotas e Secretarias de Agricultura dos municípios de Canguçu, Morro Redondo e Pelotas. Na Serra Gaúcha, a elaboração é feita a partir dos dados e contatos entre a equipe técnica envolvida.

Em cada uma das unidades de observação também há estações meteorológicas para acompanhamento de dados climáticos, principalmente a temperatura e a chuva – uma vez que a incidência das moscas pode ter relação com as variações do clima.

Boletins Informativos
Os boletins informativos serão produzidos e divulgados, a partir do dia 22 de agosto, semanalmente às quartas-feiras nas duas regiões, com recomendações sobre o monitoramento e as ações de controle das mosca-das-frutas, mas também com outras orientações relacionadas ao manejo da cultura. Na região de Pelotas, os boletins serão produzidos até o período das variedades mais tardias de pêssego, às vésperas do Natal. Já no caso da Serra Gaúcha, segue até o mês de fevereiro, quando acaba a safra das cultivares mais tardias. Os boletins serão enviados via e-mail e whatsapp, para os interessados que podem se cadastrar aqui . Os informativos também estarão disponíveis na página do sistema: https://www.embrapa.br/sistema-de-alerta, na qual também poderão ser acessados materiais complementares como vídeos e publicações. Na Serra Gaúcha, a Rádio Difusora (890AM) irá apresentar o Boletim, com a participação da equipe técnica do Projeto, no Programa Radiojornal toda quarta-feira às 7h20.

Na região de Pelotas, segundo o pesquisador Dori Nava já foram registradas a presença de mosca-das-frutas numa quantidade bem superior que em outros anos. “É necessário uma maior avaliação, para confirmar essa tendência nas diferentes regiões e quais ações devem ser orientadas”, confirmou o pesquisador. Na região da Serra Gaúcha, devido ao frio observado nessa entressafra, a população do inseto não foi detectada.

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