Saúde

Estudo revela impacto na vida de pacientes brasileiros com psoríase

Um estudo inédito realizado no Brasil identificou que o impacto da psoríase na qualidade de vida do paciente vai além das lesões visíveis na pele. Publicado na revista científica Journal of Dermatological Treatment, o APPISOT detectou que mais da metade desses pacientes (53%) sofre com outras complicações relacionadas à enfermidade, caracterizada pelo aparecimento de crostas vermelhas, escamosas e espessas na pele. Nesse cenário, a chegada de alternativas de tratamento com mecanismos de ação diferentes dos já existentes amplia o arsenal terapêutico para o combate à doença que atinge cerca de 3 milhões de pessoas no país.

A pesquisa, que envolveu 26 centros de referência em dermatologia em 11 estados brasileiros e mapeou mais de mil pacientes, revelou que as consequências da psoríase podem comprometer o emocional, o físico e a rotina das pessoas diagnosticadas com a doença. Entre as comorbidades relacionadas à enfermidade, a pesquisa identificou que quase 70% dos pacientes sofrem com distúrbios emocionais como ansiedade (39,7%) e depressão (27,1%).

Os dados destacam ainda que o estilo de vida dessas pessoas está ligado ao sedentarismo, já que mais de 60% delas não praticam atividade física. Além disso, a maioria dos pacientes ouvidos possui obesidade (37,1%) ou sobrepeso (36,4%).

Outros aspectos influenciados pela psoríase são a interação social e a vida profissional. O estudo apontou que mais de 40% dos participantes está desempregado. Mais um efeito da doença é o absenteísmo: quanto maior a gravidade da doença, mais dias de trabalho ou estudo perdidos no ano.

Outros pontos levantados na pesquisa retratam o alto consumo de álcool e fumo: 30% declararam beber com frequência, sendo que, destes, 25% declaram consumo abusivo e 16% são fumantes há pelo menos 10 anos, com consumo médio de um maço por dia. Todos esses fatores causam piora na condição geral de saúde e, combinados com outros achados do levantamento, têm possibilidade de trazer ou agravar problemas como obesidade, diabetes, doenças vasculares, renais ou hepáticas, úlcera, infarto do miocárdio e reumatismo.

“Essas descobertas reforçam o conceito de que a psoríase em placas, apesar de visível apenas na pele, é uma doença sistêmica e que, quanto mais grave, maior o impacto na qualidade de vida”, destaca Telma Santos, diretora médica da Janssen Brasil. Além disso, acrescenta, “os achados mostram que a psoríase carrega forte estigma, causado pelo desconhecimento da população sobre a enfermidade”.

O diagnóstico da doença é realizado por meio da avaliação do histórico do paciente, quadro clínico e, em alguns casos, exame histopatológico – uma análise microscópica da pele. Na psoríase em placas, a classificação é feita apenas pela análise clínica, por conta da especificidade das lesões. Entre as opções de terapia para a enfermidade estão os tratamentos tópicos, fototerapia e medicamentos sistêmicos orais e biológicos.

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