Arquiteto Bruno Moraes dá dicas para a decoração da sala de estar
Decorar a sala de estar, ambiente que não exige tantas especificidades como a cozinha e o banheiro, pode até parecer uma tarefa fácil. Mas o planejamento é tão primordial para o living quanto para as demais áreas da casa. O arquiteto Bruno Moraes, do escritório Bruno Moraes Arquitetura, ensina quatro etapas e dá dicas preciosas para acertar no décor do estar.
Atenção às medidas do ambiente
Antes de decorar qualquer lugar da casa ou do apartamento, o primeiro passo imprescindível é fazer um levantamento detalhado das medidas do espaço, inclusive do pé-direito. “A partir desse cuidado fica mais fácil identificar quais decisões tomar na hora da decoração”, explica Bruno. Segundo o arquiteto, a metragem vai influenciar diretamente várias escolhas, desde o estilo e as medidas do mobiliário até a paleta de cores.
Salas de estar pequenas pedem cores neutras e estruturas leves, além de uma atenção especial na hora de combinar os tecidos. “É possível usar cores e estampas em salas menores, mas a chance de errar é maior. Convém tomar mais cuidado para não criar vários pontos de interesse, deixando o ambiente com muita informação”, aconselha o arquiteto. Móveis com estilo bruto, escuros e pesados não são indicados, pois fazem com que o ambiente pareça ainda menor. Livings maiores permitem mais pontos focais e, portanto, aumentam as opções de cores, de estilos e de escalas. “Escolher móveis de destaque é uma maneira de compor centros de interesse no ambiente”, afirma Bruno.
Definir um estilo
Para não se perder na hora de comprar móveis e objetos – e acabar com um ambiente confuso – o segredo é estabelecer um estilo para a sua sala e imaginar as peças dentro desse contexto. “Pense sempre se o item que você pretende adquirir vai conversar com o restante da sala”, orienta o profissional. Mesmo seguindo um estilo ou uma tendência, é válido acrescentar toques de personalidade, que podem estar em lembranças de viagem, peças de família ou até mesmo em uma almofada ou um quadro. “A decoração precisa refletir as características do morador, caso contrário ela perde a graça”, complementa.
Tamanho dos móveis
Além da metragem do living, é importante conhecer todas as dimensões dos móveis e de tudo que vai compor a decoração. Essas informações ajudam a fazer uma espécie de ensaio no ambiente e a ter certeza que não haverá surpresas no caminho, como o móvel não entrar no elevador ou não passar pela porta de entrada. “O ideal, para decorar a sala sem perigo de errar, é ter um projeto básico em mãos a fim de identificar como ficará a disposição de móveis e objetos. Assim, há tempo de mudar e substituir as escolhas antes mesmo de comprar. Geralmente, as pessoas têm dificuldade de visualizar como tudo vai ficar, por isso o projeto ajuda a não fazer um investimento em algo que não combine ou não caiba no espaço”, explica Bruno. Também é recomendado estar ciente do tipo de material de que as peças são feitas e avaliar se é fácil de limpar, se é durável e se suporta o peso dos objetos que serão guardados.
Iluminação
É importante pensar nos pontos de luz assim que a disposição dos elementos na sala já estiver definida. Inicie determinando a quantidade de luz que o estar necessita: a iluminação não deve ser exagerada e nem insuficiente. Feito isso, chegou a hora de identificar os pontos de interesse, aqueles nos quais serão instaladas luminárias para destacar um objeto, um revestimento ou um móvel.
Para a temperatura de cor, Bruno recomenda 3000K, valor que vem descrito na embalagem da lâmpada e indica a cor da luz. “Uma lâmpada de 3000K se assemelha muito à luz do dia, deixando o ambiente mais aconchegante e acolhedor”, diz. Outro número significativo na embalagem da lâmpada é o Índice de Reprodução de Cor (IRC). “Esta sigla é importantíssima na decoração, pois mostra o quanto a lâmpada vai reproduzir fielmente as cores na sua sala”, explica o arquiteto, que sugere o uso de lâmpadas com IRC maior que 85%.