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A jornada inspiradora de Roberto Shinyashik

A biografia sobre Shinyashiki, escrita por de Edvaldo Pereira de Lima, busca explicar porque o autor já vendeu mais de 8 milhões de exemplares em um pouco mais de 30 anos de carreira

Em um país onde o analfabetismo funcional acomete 29% da população, o hábito de leitura não pode ser muito difundido. De fato, não o é. Segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf) 2018, pesquisa aplicada pelo IBOPE Inteligência, somente 37% das pessoas com alfabetização consolidada costumam ler livros de literatura por vontade própria. Quando se trata de livros técnicos e de formação profissional, este número sobe para 41%. Ou seja, mais da metade da população “letrada” não costuma ler livros.

O Mentor – A Jornada Inspiradora de Roberto Shinyashiki, Um Homem Movido por Transformar a Vida das Pessoas

Neste contexto, causa espanto um autor, no Brasil, que consiga se tornar um campeão de vendas. Poucos conseguiram atingir a marca de milhões de livros vendidos. O primeiro dos escritores brasileiros a realizar tal façanha foi Jorge Amado, com mais de 20 milhões de livros vendidos. Antes de Paulo Coelho, autor nacional mais popular da atualidade, o psiquiatra, palestrante e escritor no segmento de autoajuda, Roberto Shinyashiki, adentrou a este seleto grupo. Seu primeiro livro, A Carícia Essencial, de meados dos anos 1980, vendeu cerca de 1,5 milhão de cópias. Com 31 títulos publicados até o momento, o escritor já comercializou mais de oito milhões de exemplares.

Diferentemente dos autores citados, Shinyashiki não escreve obras de ficção e sim sobre autoajuda, um assunto, que na época do lançamento do primeiro livro, não era muito difundido no Brasil. Como, então, o psiquiatra e palestrante atingiu essa popularidade. Em seu livro “O Mentor – A Jornada Inspiradora de Roberto Shinyashiki, Um Homem Movido por Transformar a Vida das Pessoas”, o autor Edvaldo Pereira Lima, sugere uma primeira resposta.

“Roberto caiu na graça do leitor por colocar o cidadão comum da crescente classe média brasileira em primeiro plano, trazendo-lhe conteúdos que prometiam auxiliá-lo na sempre complexa arte de viver. Evoluiu como escritor, aperfeiçoando a meta de unir linguagem simples à abordagem de temas universais, experimentando soluções criativas, na forma, sem perder contato com uma fórmula que foi se configurando.”.

Um exemplo, segundo Edvaldo, encontra-se no livro Mistérios do Coração. Nele, o autor discute os desencontros emocionais de casais heterossexuais, abordando as neuroses que se instalam no dia a dia de um relacionamento. “O livro surgiu como um oásis, já que muitas vezes o homem é criado com a visão distorcida de que seu papel é ser apenas o provedor, como os caçadores da Antiguidade. Mas faz isso ignorando quase por completo o seu mundo emocional interno e o da parceira”, declara o autor da biografia.

As mensagens transmitidas nessa obra ilustram o primeiro grande eixo temático da produção de Shinyashiki: a busca da felicidade. Linha de assunto que se repete em diversos outros livros. “Cada um deles, explorando um aspecto particular desse propósito pulsante em todos – ou em quase todos -, o coração humano”, destaca Edvaldo.

O sucesso, segundo grande campo temático da obra literária de Shinyashiki, certamente também pode ser considerado um chamariz para os livros do autor e consequentemente uma das chaves de sua popularidade. Conforme Edvaldo, a primeira aparição desta linha de assunto ocorreu no livro Sem Medo de Vencer, de 1993, e confirmou-se no seguinte, A Revolução dos Campeões, de 1995. Nesta obra, Shinyashiki apresenta o mito grego de Sísifo. Mortal, que, após ofender os deuses Hades e Ares, é condenado a empurrar, para sempre, uma pedra enorme montanha acima. “O autor utiliza Sísifo como entrada para o tema do sucesso, discutindo os boicotes e as armadilhas internas que nos impedem de alcançá-lo”, explica.

Livros posteriores desdobram o tema do sucesso, que se consolidou em duas direções convergentes, formando, de acordo com Edvaldo, o coração integrado da proposta temática de Shinyashiki. O primeiro caminho aborda o êxito da pessoa na sociedade, incluindo a vitória e a conquista no campo profissional; o segundo caminho trata a respeito do sucesso interior.

A segunda resposta para o sucesso popular dos livros de Shinyashiki reside, segundo Edvaldo, naquilo que os alemães denominam Zeitgeist (Espírito da época, em português), definido pelo autor da biografia como o sentimento do mundo, do momento, ou melhor, a capacidade de todo artista ou realizador voltado às multidões de antecipar a realidade, antes que se manifeste no mundo.

O início da criação dos livros de Shinyashiki se dá a partir de sua intuição sobre o mundo. Conforme Edvaldo, a fonte em que o escritor e palestrante bebe são os acontecimentos externos, múltiplos e variados onde as pessoas estão mergulhadas na sociedade contemporânea. “É daí que vem uma fagulha que pode acender uma chama no fogo interno da criação. E então, a tensão criativa do escritor dispara o processo”, relata o autor da biografia

A Revolução dos Campeões, por exemplo, começou a surgir quando Shinyashiki ministrava aulas na Espanha. O escritor notou que os espanhóis se preparavam para investir maciçamente no Brasil, aproveitando as oportunidades econômicas que se ofereciam na época, como as privatizações. “Pensei, então, em escrever o livro, a fim de ajudar os brasileiros a se prepararem para essa concorrência inesperada”, diz o escritor e palestrante. Em outro momento, quando Shinyashiki percebeu que crescia o sentimento de angústia e depressão das pessoas dentro da lógica liberal de competição, resolveu redigir o Sucesso é Ser Feliz.

A ideia para outro livro de grande sucesso brotou em meados de 1980. Nessa ocasião, Shinyashiki ficou chocado com uma nova realidade que se avistava na sociedade mundial: o grande número de pessoas que passaram a viver sozinhas. Em notícias de jornais e telejornais, o escritor era informado que construtoras de imóveis e fabricantes de eletrodomésticos se adaptavam para atender este consumidor solitário. Na visão de Shinyashiki, o fenômeno se ocasionava pela frustração das pessoas com a vida afetiva. “Elas embarcaram na liberação sexual, só que se machucaram tanto, principalmente as mulheres, que decidiram: ‘Não quero amar’. Fiquei inconformado. Para mim, isso não tinha lógica. Queria fazer alguma coisa, ajudar. Assim, escrevi Amar pode dar certo.”, diz.

Conforme Shinyashiki, os temas de seus livros sempre nascem como repostas a um chamado do mundo. “Os livros não são obras que eu quis escrever, são respostas ao que se pede. São respostas de que as pessoas estão precisando”, conclui.

Ficha técnica

  • Subtítulo: A jornada inspiradora de Roberto Shinyashiki, um homem movido por transformar a vida das pessoas
  • ISBN: 978-85-452-0183-0
  • Formato: 16 x 23 cm
  • Páginas: 320 páginas
  • Preço de capa: R$ 39,90
  • Autor: Edvaldo Pereira Lima
  • Gênero: Biografia

Sobre o autor:
Escritor, jornalista, professor universitário, story coach, Edvaldo Pereira Lima tem predileção por escrever sobre pessoas. Prefere trabalhar histórias reais que tenham potencial para sensibilizar o leitor, como narrativas de transformação que estimulam a expansão de consciência. Seus temas prediletos são autodesenvolvimento, novos modelos científicos de compreensão da realidade, diálogo espiritualidade-ciência, desafio da construção em curso de uma civilização sustentável com base em novos valores e novas concepções de mundo. Fez doutorado na USP, onde lecionou por muitos anos, e pós-doutorado no Canadá. Foi professor visitante de universidades no México, na Inglaterra, na Itália e na Colômbia. Um de seus maiores prazeres é contar histórias. Como esta, que é o seu décimo quinto livro.

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