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Uso do gás natural em edificações exige planejamento

Economia, segurança, praticidade e comodidade. Em busca destas vantagens, é cada vez maior o número que empreendimentos comerciais e residenciais que optam pelo uso do gás natural. O problema é que nem todas as edificações estão preparadas para receber o combustível. Em Curitiba, desde 1999 – com a lei 9730/1999 – ficou estabelecido que todas as novas construções deveriam contar com instalações que poderiam ser utilizadas tanto para o GLP (gás liquefeito de petróleo) quanto para o gás natural.

“Para usar o gás natural como combustível, é fundamental se planejar. O engenheiro ou arquiteto precisa conhecer e aplicar as normas técnicas desde o início da obra, a fim de evitar futuros transtornos”, explica Alexandre Gonçalves, engenheiro da Companhia Paranaense de Gás (Compagas). As normas técnicas ABNT NBR 15526 (projeto e execução de redes de gás em edificações residenciais), a ABNT NBR 15358 (projeto e execução de redes de gás em edificações comerciais e industriais) e a ABNT NBR 13103 (instalações de aparelhos a gás) são os documentos que estabelecem os parâmetros e detalhamentos específicos para as edificações com gás natural, fornecendo informações sobre questões como dimensões dos abrigos, formas de fixação das tubulações e sistemas de ventilação.A implementação do sistema de gás natural ainda influencia nos dimensionamentos dos projetos de distribuição de energia elétrica e água, daí a importância do planejamento prévio, por considerar o alívio da carga elétrica e, por consequência, do dimensionamento envolvido nesta instalação, assim como, na previsão de implantação de condutores de água quente até seus pontos de uso.

Além disso, um projeto bem elaborado é fundamental para garantir a segurança. A falta de ventilação e a má instalação dos aparelhos a gás – principalmente aquecedores de água – são, segundo o Corpo de Bombeiros, as maiores causas de acidentes com monóxido de carbono em edificações. “Por isso, é preciso assegurar, durante a execução dos projetos de engenharia, a ventilação adequada das áreas onde estes aparelhos serão instalados, bem como a correta instalação das chaminés, de acordo com medidas e ângulos padronizados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)”, afirma Gonçalves.

Juntamente com a instalação dos aquecedores de água, os abrigos de medidores de gás e a posição as válvulas de bloqueio também merecem atenção especial. O abrigo deve permanecer desimpedido para facilitar a inspeção, a manutenção e a leitura dos medidores, além de oferecer acesso fácil às válvulas de bloqueio – importante principalmente em ocasiões de emergência – e contar com a ventilação adequada. “Deve-se ter em mente, antes de tudo, que se trata de um espaço de segurança”, revela o engenheiro. As normas ABNT NBR 15526 e 15358, e as NPT 28 e 29 do Corpo de Bombeiros do Paraná, descrevem os requisitos necessários para a construção dos abrigos de medidores de gás.

Já na instalação dos aquecedores de água é preciso observar as medidas e ângulos das chaminés, a pressão de fornecimento do gás, os pontos de entrada do gás e da água, além do tipo de gás que será usado em seus queimadores e da ventilação adequada das áreas onde estes aparelhos serão alocados. “Ambientes mal ventilados propiciam o acúmulo de um gás tóxico: o monóxido de carbono. Sem cor e nem cheiro, este gás é de difícil percepção e sua inalação pode ser fatal. Por isso, indicamos a instalação dos aquecedores a gás na área de serviço, que costuma ser o local mais arejado da casa”, afirma Gonçalves.Em sistemas a gás, as válvulas de bloqueio – segundo a norma NBR 15526 – devem ser do tipo esfera e precisam estar posicionadas em local de fácil acesso (preferencialmente o mais próximo possível do equipamento a gás), sem obstruções e protegidas contra danos físicos.

Tubulações, reguladores de pressão, medidores de vazão, válvulas e conexões são outros itens básicos utilizados nos sistemas a gás. “As exigências pedem planejamento, mas o esforço demandado é pequeno se levarmos em consideração o tempo e os valores economizados. Um bom projeto de distribuição de gás resolve facilmente estas questões e entrega valor aos empreendimentos”, finaliza o engenheiro.

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