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Canoas participa de pesquisa inédita no Estado sobre avanço do coronavírus

Quinhentos canoenses, escolhidos aleatoriamente, são entrevistados e testados para a Covid-19

Os nove municípios mais populosos do Rio Grande do Sul sediam até o fim deste mês uma pesquisa inédita coordenada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Governo do Estado e o Ministério da Saúde. A partir de amostragens epidemiológicas sequenciais, o estudo visa estimar o percentual de gaúchos infectados, o avanço do coronavírus nestas regiões e a incidência de casos mais graves ou letalidade da doença. Em Canoas, 500 moradores, escolhidos aleatoriamente por um software que usa sensores censitários como base, são entrevistados e testados em suas próprias residências para a Covid-19.

Foto: Vinicius Thormann/PM Canoas

A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), adverte que a colaboração dos sorteados é fundamental para a constatação dos resultados e a continuidade de estratégias de enfrentamento e prevenção à pandemia. Uma equipe composta por pesquisadores, professores e estudantes do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), devidamente identificados, chegam nas residências selecionadas atrás de um voluntário. O trabalho ocorre nos bairros Centro, Nossa Senhora das Graças, Harmonia, Niterói, Mathias Velho, Rio Branco, Fátima, São José, Guajuviras, Estância Velha, Mato Grande, Marechal Rondon, Brigadeira, Olaria e Igara.

Morador do centro de Canoas, Laerte Smaniotto foi um dos sorteados e, devido à idade de 64 anos, pertence ao grupo de risco do coronavírus. O resultado negativo para a doença lhe deixou aliviado, mas promete que nem por isso vai abrir mão dos cuidados necessários. O idoso também aproveitou a ocasião para registrar a relevância do estudo no combate à Covid-19. “Ver que as autoridades estão destinando recursos às pesquisas científicas é excelente. Precisamos incentivar os profissionais que estão na linha de frente desta batalha”, disse.

De acordo com a professora da Unisinos, Letícia Ikeda, a resposta que as equipes de saúde buscam com a pesquisa subsidiará as políticas públicas do Rio Grande do Sul de enfrentamento à pandemia. Com o incentivo de iniciativa privada, advindos da Unimed Porto Alegre, Instituto Cultural Floresta e Instituto Serrapilheira, do Rio de Janeiro, os participantes receberam treinamento especializado para o uso de EPIs, aplicação dos testes e medidas de higienização.

A medida das universidades, ainda segundo a pesquisadora, surge em um período de difícil compra de qualquer insumo relacionado à doença no exterior e, no qual, estabelecer uma testagem ampla entre todos os brasileiros é, por ora, imensurável. “Países como a Alemanha, que todos observam, só conseguiram controlar o coronavírus com a aplicação massiva de testes e o isolamento social de forma adequada. No entanto, devemos considerar que o Brasil é um país de dimensões continentais, população gigantesca e grande variabilidade entre Estados e municípios, o que reforça ainda mais a importância do nosso diagnóstico”, explica.

Como ocorre a coleta de dados

O Instituto de Pesquisa e Opinião (IPO) é a empresa responsável pelo trabalho da coleta das respostas do questionário sobre sintomas do coronavírus e práticas de isolamento social. O teste rápido, por sua vez, é de fácil execução e semelhante ao que identifica o HIV. Uma pequena amostra de sangue retirada da ponta do dedo do indivíduo basta para o aparelho de testes analisar por aproximadamente 15 minutos e apontar o resultado logo em seguida. Em caso de resultado positivo, os participantes recebem um informativo com orientações e, em seguida, são contatados pela secretaria de saúde local.

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